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13 DE MARÇO DE 1964 3623

ou estruturar uma actividade que este debate pretende projectar para culminâncias de real grandeza.

O Sr. Sousa Rosal: - V. Ex.ª dá-me licença?

O Orador: - Faça obséquio.

O Sr. Sousa Rosal:-Desejo felicitar V. Ex.ª pelo alto espírito de compreensão da realidade turística sem esquecer o que é mais grato ao seu espírito, mas revelando um alto espírito de objectividade. Devo dizer a V. Ex.ª que se verificarmos que o Algarve vai à frente de Braga no que diz respeito a subsídios para a movimentação turística, isso não é motivo de comentário, como também o não foram nunca os benefícios que Braga tem tido e que lhe vêm de uma glória que também é do Algarve.

O Orador: - Se V. Ex.ª me permite, corresponderei mais adiante ao seu pensamento, que julgo adivinhar.
E que tal realidade seja fogo irreprimível que alastre, em curiosidade justificada e merecida, por outras belezas e valores não menos significativos deste Portugal inteiro, que, a final, é um todo em surpreendentes dádivas da Natureza, e no ideal de valorização que a todos anima.
Se me permitirem uma figura, direi que na actividade objecto deste .proveitoso debate os extremos, seja o Minho e o Algarve, se devem tocar para um desenvolvimento em paralelo e em que todo «o resto do País deverá ser abrangido.

O Sr António Santos da Cunha: - V. Ex.ª dá-me licença? .

O Orador: - Faz favor.

O Sr. António Santos da Cunha: - Peço licença para dizer o seguinte: em primeiro lugar, ninguém, absolutamente ninguém, dentro desta Casa ou fora dela, pôs em dúvida a necessidade de incrementar o turismo na província do Algarve, nem tão-pouco as belezas que caracterizam aquela região do nosso país.

O Sr. Sonsa Rosal: - Agradeço a declaração que com tanta elegância desfez o nariz de cera.

O Sr. António Santos da Cunha: - Ao que se chamou nariz de cera foi ao facto de se esquecerem as outras regiões, para só se falar no Algarve, mas a culpa não é dos Algarvios, mas sim de quem esquece as possibilidades das outras regiões.
No Algarve existe já uma acção da iniciativa particular que tem tomado grande vulto, e isto quanto mais implica que o Estado vá de encontro às necessidades das outras.

O Sr. João Correia: - Não chega!

O Sr. Serras Pereira:-V. Ex.ª tem a certeza Sr. Deputado António Santos da Cunha, de que a iniciativa particular tem tomado de facto essa posição?

O Sr. António Santos da Cunha: - Peço desculpa para dizer que tenho elementos precisos para dizer que neste momento estão grandes empresas com capital de largos milhares de contos interessadas na actividade turística do Algarve.

O Sr. Sonsa Rosal: - Prova evidente do real valor turístico da região. Os capitalistas não correm a foguetes.

O Sr. António Santos da Cunha: - O que se pretende é que se faça um planeamento regional que abranja todo u País, para se não verificar, como tem verificado, que o turista, permita-se-me o termo, bate a asa para Espanha, onde tem outras possibilidades de movimento. Há que alargar o nosso espaço turístico, não esquecendo o Norte do País, de belezas inexcedíveis e costumes com um carácter especial e digno de apreço para o visitante. Quanto às vantagens que Braga recebeu por ser a terra do 28 de Maio, direi que quando ali eclodiu esse movimento nacional Braga tinha três regimentos e era sede de divisão militar, ou sejam as forcas militares necessárias para se impor ao País. Hoje tem apenas um regimento.

O Orador: - O que se impõe é aproveitar todos os meios e todas as oportunidades, e estas dependem de factores de actualidade que importa atentamente acompanhar.
Neste aspecto, entendo lembrar a necessidade instante, quanto ao Norte do País, de desde já se procurar tomar todas as medidas de planeamento e acção para podermos acompanhar o surto de expansão turística que vai verificar-se na vizinha região espanhola da Galiza, e para o qual serão investidas largas somas.
Pelo que sei e posso afirmar, os nossos vizinhos estão a preparar a valorização do seu equipamento turístico de toda a ordem para corresponder ao extraordinário afluxo de visitantes, turistas e peregrinos, que se espera para o Verão de 1965 e por ocasião das imponentes solenidades do Ano Santo Compostelano.
Muito seria de deplorar que do nosso lado, não se tomando as necessárias providências, nos víssemos inibidos de acompanhar o surto de desenvolvimento vizinho e não aproveitássemos da melhor forma a natural afluência de visitantes que, como é lógico, seguramente escolherão o Norte do País para itinerários da sua passagem.
Pelo alcance e resultados que adivinhamos, aqui deixamos um sincero apelo em prol de uma imediata actuação.
Sr. Presidente e Srs. Deputados: é tempo de terminar. Vou fazê-lo formulando um ardente voto: que o turismo nacional, «firmado no rumo de mentalidade nova que tem feito ressurgir Portugal», como muito bem disse S. Ex.ª o Sr. Subsecretário de Estado, da Presidência do Conselho, a quem tributo o meu reconhecimento e admiração pela proficiente e devotada obra que vem realizando, atinja os seus melhores objectivos, correspondendo em pleno aos nossos anseios de progresso da Nação.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!
O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Carlos Coelho: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: na presente sessão legislativa, a Assembleia Nacional, movimentando-se embora no Âmbito que lhe é imposto pelas normas constitucionais, tem-se debruçado, por iniciativa própria, sobre alguns aspectos fundamentais da vida nacional, dando, deste modo, a noção das suas responsabilidades e preocupações.
Ocupando quase todo o presente período legislativo com a discussão de avisos prévios, a Assembleia abordou problemas da mais alta transcendência para o futuro da Nação, como sejam os da política ultramarina, da revisão do Código Administrativo, da educação e da agricultura.
Durante os debates pudemos assistir a intervenções plenas de valor, até com carácter de trabalho de especialização, em que cada assunto foi trabalhado pelos que nele se encontravam mais esclarecidos e apetrechados.