O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

13 DE MARÇO DE 1964 3621

E se me é lícito uma mais pormenorizada divagação quanto u minha terra, que extraordinário alcance não terá o proficiente aproveitamento, como dizia o ilustre e saudoso conterrâneo Alfredo Guimarães, «do merecimento dos alegres costumes rurais, da majestade dos monumentos históricos, da riqueza dos seus edifícios religiosos e do grupo dos seus claustros - talvez o maior de terras de província-, da opulência dos seus museus e arquivos e ainda da graça regional das suas estâncias de repouso e cura?».
Guimarães, além do seu típico de cidade medieval, oferece ainda, em magnífico complemento de precioso valor turístico, as prendas naturais doadas ao seu concelho, e que são as belas estâncias das Taipas e de Vizela, e a incomparável montanha de Penha.
Ao que representam e podem possibilitar estes três belos recantos minhotos, melhor que nós próprios, com outra autoridade, independência e expressão elevada se referiu o nosso ilustre colega Prof. Nunes de Oliveira.
Foi com profunda emoção e sentido encantamento que vi render tão categorizada homenagem ao mérito turístico que na realidade encerram. Fez justiça o nosso ilustre colega e deixou em mim, como vimaranense, o sincero reconhecimento que me apraz aqui testemunhar-lhe, com o caloroso apoio ao voto da necessária valorização das estâncias termais referidas.

O Sr. Nunes de Oliveira: - Nada tem V. Ex.ª que me agredecer, porque foram muito justas as palavras que proferi.

O Orador: - Sr. Presidente e Srs. Deputados: além de tudo o que venho referindo, permita-se-me que relembre a inegável melhoria, em cobertura hoteleira, que através das obras das pousadas se poderá obter.
Executadas as previstas no Plano dos Centenários, num total de sete, a que se juntaram as resultantes de adaptações efectuadas no Castelo de Óbidos e na Berlenga (S. João Baptista), surgiu depois um despacho da Presidência do Conselho de real alcance dinamizador da obra da expansão turística, a programar a construção de mais doze pousadas. Neste grupo, ainda não totalmente realizado, o Minho apenas foi contemplado com a de Valência, a constituir, na realidade, um magnífico elemento de atracção e a prestar relevantes serviços em propaganda e em boas condições de alojamento.
Creio, porém, estou certo mesmo, que a nossa antiga província do Minho, sobretudo as suas zonas interiores, oferece argumentos de sobejo para que possa ser prevista a breve contemplação das regiões mais sugestivas, com pousadas que proficientemente sirvam o incremento do seu turismo.
A Penha, em Guimarães, a região de Basto, os perímetros das albufeiras do Cávado e florestal do Geres, etc., poderão proporcionar uma notável expansão, se forem dotadas com pousadas devidamente ajustadas e adaptadas às suas necessidades e possibilidades.
Referindo-me particularmente à zona das albufeiras do Cávado e afluentes, em que a obra do homem, na senda de melhoria de utilização dos nossos recursos económicos, altamente valorizou as belezas naturais existentes, conferindo-lhe possibilidades reprodutivas na ordem turística, ainda mais notáveis, quero deixar expressa a minha estranheza, corroborando a oportuna observação já aqui formulada pelo nosso ilustre colega Folhadela de Oliveira, por não ter sido ainda devidamente aproveitada uma residência, de magnífica situação, sobranceira ao lago da Caniçada, e que o S. N. I. adquiriu para adaptação e pousada.
Ainda sob o aspecto de aproveitamento das albufeiras apraz-me trazer a apreciação deste debute um pequeno mas autorizado e expressivo excerto que recolhi do magnífico trabalho que é o Relatório das Contas Públicas de 1968, da autoria do nosso muito ilustre colega o Sr. Eng.º Araújo Correia, quando, referindo-se às novas tendências na realização de fontes produtoras de energia, nos diz:

Condena, sabe Deus por quantos anos, o natural desenvolvimento económico das zonas onde não seria difícil com o tempo criar condições de produção industrial pelo aproveitamento de massas florestais e aproveitamento de produtos agrícolas, e exploração das possibilidades turísticas criadas pelas albufeiras.

Suficientemente expressivo para que qualquer comentário seja necessário.
Sr. Presidente: porque referi a região de Basto, esse magnífico celeiro minhoto, de belas frutas e também de incomparáveis vinhos, majestosas casas solarengas e, sobretudo, de gente boa e sã, autorize-se-me que aqui deixe expresso o reconhecimento público, crendo interpretar os sentimentos dessas mesmas boas gentes, pelo alto benefício que sob todos os aspectos, além do turístico em causa, virão a colher as terras que a compõem. Quero aludir à profunda beneficiação sofrida pela estrada nacional n.º 206, que, servindo toda aquela bela região e passando por Fafe, liga- a Trás-os-Montes pelo vale do Tâmega, até Vila Pouca de Aguiar, E uma obra de vulto, que, valorizando, turisticamente uma região de tantos encantos naturais, servirá também os valores económicos das gentes desse recôndito Portugal minhoto.
O reconhecimento que exprimo vai, com justo e devido destaque, para S. Ex.ª o Sr. Ministro das Obras Públicas, Eng." Eduardo de Arantes e Oliveira, que, com a Junta Autónoma de Estradas, tanto carinho dedicou a essa imprescindível e inadiável obra. O progresso da região que tão notável melhoramento promoverá será o melhor testemunho da justiça prestada aos anseios que a invocavam.

O Sr. António Santos da Cunha: - V. Ex.ª referiu-se há pouco ao relatório apresentado pelo ilustre relator das contas públicas, Eng.º Araújo Correia, quanto às verbas do Fundo de Turismo. V. Ex.ª pode dar-me os números respeitantes à distribuição dessas verbas?

O Orador: - Se me permite, mais adiante esclarecerei V. Ex.ª
Oxalá que a realização em curso possa ter breve termo, e perdoe-se-me que exteriorize ainda a certeza de quanto a mesma se não valorizará se com ela se promover a realização da tão pretendida e necessária ligação de Cabeceiras de Basto a Moreira de Rei.
Sr. Presidente: em ligeiro apontamento entendo sugerir uma cuidada atenção para chocantes anacronismos que poderão acarretar consequências lesivas do prestígio e do nível a imprimir às nossas actividades turísticas.
Com efeito, empenhados no objectivo de um turismo em grande, não fará sentido que se descurem aparentes pequenos nadas que também em grande o prejudiquem.
Desejo referir-me, indiscriminadamente, a realidades como:
As impertinências de indigentes que encarniçadamente atormentam os nossos visitantes. A orla costeira do Norte é flagrante exemplo deste pequeno ou grande nada ... A resolução do problema será também a satisfação de um caso social.