O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

13 DE JANEIRO DE 1965 4237

prejuízo, porque são entregues a preço por caloria pelo menos não superior ao do carvão importado.
Os países que dispõem de alternativa nas qualidades de produção arrecadam divisas exportando a melhor e queimando internamente a pior.
O País, infelizmente, não dispõe de alternativa mas terá que haver melhor compreensão para que se utilize muito mais da qualidade que temos.
Tem que fazer-se ainda uma referência. Recentemente foi aplicada ao consumo interno de carvões a taxa uniforme de 20$ por tonelada. A intenção não se e lute, mas o carácter de uniformidade agrava para os nossos carvões mais baratos, de menor poder calorífico, concorrência dos carvões importados. Para repor a luta, já antes grave, em pé de igualdade, a taxa deveria se uma taxa calórica.
Volframites. - As volframites contam ainda com a produção de 1400 t por ano, com o valor aproximado de 40 000 contos. A produção nos últimos anos sofreu - e tinha que sofrer- a redução consequente da queda vertical da cotação do volfrâmio. A crise tem sido mundial, e o País, não obstante a descida de produção, está ainda entre os quatro primeiros países produtores de volfrâmio do mundo ocidental, graças à localização entre nos da melhor mina de volfrâmio mundial.
Não cabe no âmbito genérico do aviso prévio entrar em considerações sobre causas da crise; ela correspondeu a uma época de transição da aplicação clássica, destinada em parte pela energia nuclear, e houve muito a política de ideologias e de mercados: o dumping dos países socialistas (U. R. S. S., a China e a Coreia do Norte) na conquista de posições comerciais e a decisão dos Estado Unidos da América da venda de enormes stocks acumulados. Perante a celeuma constituiu-se e reuniu pela primeira vez, em 1963, um comité internacional, do qual Portugal, fez e faz parte.
O ano de 1964 viu já notável elevação de cotações constantemente se acentua.
Uma certeza é que o ritmo de consumo no mundo reassumiu franco progresso, mas à Comissão Internacional de Tungsténio continua a competir elevada oportunidade de acção na conjuntura política do condicionamento do mercado.
A nossa produção destina-se quase exclusivamente à entrada de divisas, quer exportando directamente os minérios concentrados, quer exportando o directamente ferro-tungsténio em bruto ou aplicado, que a metalurgia do País já produz, embora ainda em escala limitada.
O campo externo de possibilidades à mineração de volfrâmio parece abrir-se de novo, mas à nossa metalurgia compete também um esforço para melhores dias.
Há duas certezas em marcha: uma que produz ferro-tungsténio e outra que produz tungsténio metal, carboneto de tungsténio e ligas especiais extraduras, com posição consolidada no mercado interno, e já na exportação.
O País vinha produzindo, como se sabe, muito mais volframites do que produz agora; é de esperar que o ritmo suba de novo brevemente.
Cassiterítes. - A produção de cassiterites, que foi de 2230 t em 1953, decresce desde então inflexivelmente de ano para ano e deve ter atingido o nível mínimo em 1963, com 1043 t. Aqui a razão da queda de produção não se pode procurar na cotação internacional, que, embora com leves variações, nunca desceu abaixo do bom nível. Mais: a produção mundial de estanho, que não atinge 200 000 t por ano, foi e continua a ser deficitária em relação ao consumo, e o equilíbrio tem sido, e continua a ser, mantido pelos stocks de países fortes, que já se encontram desfalcados. Por outro lado, o consumo aumenta progressivamente e os jazigos mundiais e a perturbação interna dos principais países produtores não estão muito em situação de responder ao apelo.
Do todo resulta a notável subida de preço, que nos últimos meses se tem acentuado e que colocou o estanho no pedestal dos metais bem pagos do Mundo, e resulta também uma garantia da desafogo futuro ao preço e de tranquilidade aos empreendimentos da mineração.
A descida de produção no País motiva-se, fundamentalmente, na paralisação da quase totalidade das minas do binário volfrâmio-estanho, arrastada pela queda vertical do preço do primeiro, e no esgotamento do depósito mineral da principal empresa produtora, que rescindiu a actividade.
Na quase totalidade da produção contam apenas sete minas filonianas e contribuem muitíssimo pouco - da tal contribuição esporádica- mais talvez 60 ou 70; e o País dispõe, à parte mesmo 450 do binário volfrâmio-estanho, de cerca de 1200 concessões só de estanho. Muitas delas são indubitavelmente pobres, mas uma das fatalidades é que não se sabe, de entre elas, quais e quantas, filonianas ou de aluvião, poderão ser realidades de mérito.
Muitas das concessões são de aluviões, e estas, pela forma simplista dos requisitos das explorações incipientes e pela ínfima exigência do risco microscópico, são as concessões que, de uma maneira geral, estão mais mal servidas de concessionário. Nelas se instalam a pá, a picareta, os pratos e os canais para a lavagem e o desaforo do comércio orquestrado pelo dono da concessão. O resultado é produção quase nula e é labuta inepta- não de minas, mas de «pantominas». Há muito disso pelos nossos vales beirões, onde o estanho ocorre em quase todos, vales, no entanto, cujo verdadeiro valor industrial está inteiramente por definir. A técnica e a mecanização modernas e o preço do estanho requerem para êxito mínimos de teor de que a exploração rudimentar nem sequer se chegaria a aperceber. Esta uma probabilidade importante ao êxito da investigação - que é barata - e ao lançamento de empreendimentos que estabeleçam verdadeiramente indústria.
Os que se debruçam com olhar certo sobre a causa mineira podem afirmar a quase-certeza do florescer muito mais intenso da vida nacional do estanho se se acertar o passo trocado da caminhada: investigação básica das possibilidades e aparecimento de empresas idóneas para a promoção industrial. As sete unidades abastecedoras da produção de hoje lutam com esforço, e de várias os jazigos mineiros permitem intensificação; arcam, no entanto, com dificuldades de escassez de mão-de-obra e da reservas financeiras que consintam mecanizar e expandir, dificuldades que bem merecem consideração e amparo.
Uma nota final às cassiterites: o número oficial da produção que se mencionou terá de suplementar-se com a incógnita que se escapa na saída por contrabando pela fronteira de todo o Norte e do Nascente até h entrada do Tejo no País.
Ouro e prata. - À parte a interposição acidental e calamitosa de um caso infeliz que deu brado e pânico, a produção de concentrados de ouro e prata tem mantido estabilidade digna, não obstante a desvalorização relativa do ouro, em virtude da imutabilidade de cotação que a sua responsabilidade de padrão de Tesouros lhe impõe.
A produção é de 3300 t de concentrados, com valor aproximado de 24 000 contos.
A rigidez da cotação e a inflação indeclinável das despesas de exploração não podem deixar de cansar problemas e preocupações a esta indústria.