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4616 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 193

O que se me afigura indispensável é o que os vários serviços não se fechem. Importa, em suma, uma colaboração e uma coordenação, de forma a evitar duplicações, conflitos positivos e negativos, primazia do acessório em prejuízo do essencial.

Vozes: -Muito bem!

O Orador: - Pretendi demonstrar a actualidade de quatro temas formação cívica, educação sanitária, extensão agrária e consciencialização do ultramar (na dupla acepção de identificação com a nossa ideologia de estado plurirracial e preparação para as tarefas de defesa e desenvolvimento das províncias ultramarinas).
Creio que muitas vezes, nas campanhas de formação, nos termos ligado a um lirismo que, se não faz mal à vida, é por si insuficiente para nos permitir sucesso nas duras provações dos tempos presentes Por outro lado, aquela constante trapalhada nos negócios, de que falava o nosso Eça de Queirós, parece ter hoje a sua expressão actualizada na descoordenação de actividades, numa passividade altamente deletéria A sociologia poderá sugerir a inoportunidade de impor aos homens um ritmo de actividade excessivo. Mas a capacidade de adaptação dos nossos trabalhadores, o relativo sucesso dos emigrantes e o exemplo edificante de muitos que na África Portuguesa têm conhecido triunfo pela persistência no trabalho são incentivos a que exijamos mais dos que na metrópole se dedicam à venda de estampas, são caçadores furtivos, animam as sociedades recreativas e os chás de caridade ou, simplesmente, nos cafés olham, nostálgicos, o cair da chuva.

Tenho dito

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado

O Sr: Rocha Peixoto: - Sr. Presidente: Tive ontem conhecimento, por intermédio do nosso ilustre colega Dr. Rapazote, dos despachos de SS. Exas. o Ministro das Obras Públicas e Ministro cessante da Economia sobre a projectada navegabilidade do no Douro, assunto há muito pensado e ultimamente agitado em conferências, na imprensa, nesta Gamara e sempre no convívio de todos quantos se interessam pela região servida por aquele rio, e ontem também aqui ouvimos, a propósito dos mesmos documentos, a palavra fluente, elegante e apropriada daquele mencionado colega.
Sendo o distrito de Vila Real -especialmente os concelhos ribeirinhos - um dos altamente beneficiados por tão notável empreendimento, seria estranho que algum dos seus representantes nesta Assembleia não assinalasse com justificadíssimo regozijo os referidos despachos, acrescido do mais entranhado reconhecimento que ficamos devendo a todos os que estudaram, agitaram, impulsionaram e decidiram uma obra a todos os títulos excepcional pela sua projecção económica, social e política.

Muito bem!

O Orador: - Se não fora a forçada e lamentável ausência do nosso afanoso colega Eng.º Virgílio Cruz, tão intensamente e proficientemente devotado à obra referida, nenhum de nós lhe disputaria o alvoroço com que ele tocaria o «sino grande», como disse tão portuguesmente o colega Dr. Rapazote. Não é sem o mesmo júbilo, porém, ainda que com minguada propriedade, que eu registo, com singular aprazimento, a notícia daqueles documentos que iniciam, na história económica da vasta região beneficiada, uma época das mais auspiciosas.
Referiu-se o ilustre colega Dr. Rapazote a pessoas que têm vindo a dar à obra Citada o melhor do seu valor e do seu esforço.
Associo-me cordialmente ao louvor que lhes rendeu, a que junto a admiração e o apreço que me merece o seu persistente devotamento.
Da leitura dos despachos referidos ressalta que o aproveitamento hidroeléctrico do Douro nacional marcou a hora própria para realizar a almejada valorização do no como via de comunicação, mas não foram os departamentos oficiais surpreendidos por esta única oportunidade autorizadas opiniões e estudos sérios, conduzidos pelas mais categorizadas instâncias, constituíram elementos seguros para a notável decisão ministerial.
Cumpre-me, porém, sublinhar nesta ligeiríssima intervenção o interesse que mereceu a vários sectores do Estado e aos seus máximos responsáveis o futuro das regiões favorecidas, tão manifestamente e insofismavelmente evidente nas directivas já contidas, explícita e implicitamente, nos documentos citados.
Há bastantes décadas desempenhou o rio Douro um papel relevante na economia dos transportes do Norte do País. Reduzido depois quase que a mero acidente geográfico, pode dizer-se ter perdido totalmente o seu lugar na economia daquelas regiões.
Presentemente, o aproveitamento das suas características especiais deu-lhe o lugar cimeiro na produção de energia eléctrica Num futuro próximo ele será uma das grandes artérias do sistema circulatório da vasta zona, cujo solo e subsolo se desentranham em ricos valores económicos.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vai passar-se à

Ordem do dia

O Sr. Presidente: - Continuam em discussão as Contas Gerais do Estado (metrópole e ultramar) e as contas da Junta do Crédito Público relativas a 1963.

Tem a palavra o Sr Deputado Pinto Bull

O Sr. Pinto Bull: - Sr. Presidente: Mais um ano volvido e mais um minucioso parecer que a Comissão de Contas Públicas desta Câmara nos apresenta para apreciação e debate, dentro da já conhecida pontualidade e clareza, facto que, como sempre, é digno do nosso louvor e nos leva a felicitar os membros da Comissão, e muito especialmente o relator das Contas, Eng.º Araújo Correia, pelo magnífico trabalho realizado e que merece a nossa inteira aprovação
Dado o interesse que o presente debate vem tendo e o já elevado número de Deputados que nele tomaram parte, apreciando as Contas através dos mais variados ângulos, circunscreveremos a nossa intervenção à parte respeitante à província da Guiné e, numa rápida da análise, procuraremos focar os pontos que nos parecerem dignos de refe-