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13 DE JANEIRO DE 1967 991

Estarão as mães dos nossos dias verdadeiramente integradas no papel que ancestral e fundamentalmente lhes cabe como educadoras e modeladoras dos caracteres dos filhos que a Providência entregou aos seus desvelos e caminhos?
Estamos longe de decidir-nos pela afirmativa, pois, mau grado nosso não reconhecermos a grande parte das mulheres do nosso tempo a decisão necessária do desempenho do seu tradicional papel como mães, esposas e donas de casa. É claro que ao afirmá-lo, estamos pensando em duas espécies de mulheres.
De um lado, as que compreendem, sentem e se entregam amorosamente aos superiores ditames de uma vocação em que o casamento para além da forma contratual que o reveste (...) impregnado da pureza de um ordenamento divino que sobretudo é e em que não cabem abdicações do papel que fundamentalmente lhes pertence na sociedade conjugal que constituem.
De outro lado, as que olhando aquela como um autêntico (...) uma simples sociedade de interesses, não sentem nem vivem as responsabilidades de um acto que é muito mais, visa fins mais relevantes. No domínio do espiritual como sacramento, no domínio do social como fundamento a base da estrutura que dá corpo e sentido à Nação.
Nós sabemos que tal como sucede com os homens muitas mulheres de hoje, umas porque realmente precisam, outras, o que é grave como princípio, porque se não conformam com (...) da tarefa que desde sempre lhes cumpriu abandonam os seus lares para, trabalhando nas mais diversas actividades (muitas desaconselháveis), acrescentarem os proventos de que carece a subsistência da família ou fartarem-se à monotonia de um simples matriarcado ultrapassado de que desejam emancipar-se.
O fenómeno cada dia mais evidente, apresenta-se como imprevisível e a tal ponto se manifesta que vimos em busca de empregos as que precisam e as que não precisam, as ricas e as pobres quase sempre com a pretensão destas todas disputando os lugares entre si e aos próprios homens numa caminhada irresponsável para uma liberdade em que sem se darem conta, se estão despersonalizando numa constrangedora perda de sexo que lhes outorgava um aspecto e consideração que nada têm ganho em perder.
Daqui a haver-se enraizado na mentalidade feminina a ideia de que a sua mãe, esposa, dona de casa, são acidentes de uma orgânica social sujeita às mutações dos tempos, velharias incompatíveis com a emancipação que primordialmente as preocupa, tudo interessando mais do que o lar em que parecer, quererem (...) do papel de rainha na posição mais esplendorosa que lhes podia caber e mais se coadunava com a fragilidade do seu sexo e delicadeza da honrosa e digna missão para que foram predestinadas sem granjearem para si consideração e respeito (...) pelo contrário perdem na presença e perdem-se simultâneamente nos caminhos de inspiração materialista, com (...) e sentidas repercussões nos meios familiares de que eram elemento estabilizador, anjos da paz, como se costumava chamar-lhes. E a tal ponto têm exagerado no seu declínio de igualar e superar os homens - o outrora chamado sexo forte-, a tal ponto vão desistindo da função espiritualizadora que lhes cabia, educando e formando caracteres gerando e criando filhos para servirem a Pátria, que já temos ouvido defender se, abandonando a posição de sexo frágil que lhes era reconhecida, não serão de atribuir-se-lhes outras tarefas mais árduas que habitualmente cumprem aos homens, como seja a de servirem no Exército e na Armada, empunhando armas em reforço do potencial humano masculino que, estamos consumindo, desfalecendo os campos e as fábricas.
A ideia que estou longe de perfilhar anda por aí tomando corpo na (...) do pensamento materialista e até onde, aliás se emanam as doutrinas emancipadoras da igualdade dos sexos como se verifica faca de dois gumes que não desejaríamos vai por tal modo (...)a mulher que sobretudo prezamos colocada naquele pedestal em que nos habituamos a olhar a nossa mãe. Para além do mais porque entendemos não ser possível a permanência do lar sem a mulher, nem a família sem aquele.
E foi por assim prezarmos o entendimento que em aparte a considerações feitas nesta tribuna aquando da discussão da proposta de lei relativa à pretendida no provimento de lugares no ensino primário tomamos posição inconformista quanto ao fundamento do referido projecto de lei que parecia querer fazer dependera «unidade da família» e razões e ordem material. Pode então insinuar que «unidade do lar» o que fazia falta era a presença da mulher e que a melhoria que se procurava das suas condições materiais essa era, diversamente necessária a «unificação» daquela na medida em que a «a união» da família era a base da sua defesa e perdurabilidade. Não se tratava então, apenas de servir o rigor terminologico das palavras, mas sim de defender um conceito que importava manter no máximo da sua pureza.
Mas não avancemos mais num (...) que demasiado longe nos levaria, nem insistamos na possibilidades das sobreditas consequentes que realmente não desejamos e cuja lembrança se tinha (...) preocupações de outra ordem derivadas do crescente abandono pela mulheres de uma posição que fundo implica com o problema sub judice concernente à juventude que estamos procurando salvaguardar.
Por isso voltamos a perguntar.
Haverá porventura, um problema de juventude no mais generalizado entendimento?
Haverá uma crise de juventude como foi dizer-se ou a crise será antes de família no prestígio e autoridade que esta revestia no condicionalismo social em que nos criámos?
Opto franca e decisivamente pela segunda proposição, e assim, partindo do princípio que tenho como certo de que a juventude de hoje nos seus problemas e anseios, e idêntica à de sempre haverá que a mais distante na averiguação das responsabilidades quanto aos desvios de que é acusada até porque, como sempre aliás contraditòriamente, lhe estamos devendo uma atitude de indiscutível respeito, admiração e veneração, (...) povos como o nosso se poderão vangloriar de disporem de uma mocidade que no essencial se mostra menos corrompida e mais apta ao sério desempenho da missão que há-de caber-lhe na consolidação e expansão da civilização e do esforço que sempre nos caracterizou.

Vozes:- Muito bem!

O orador:- É que nós não poderemos esquecer que são dela e escritas com o seu generoso (...), as mais gloriosos páginas da nossa história passada e contemporânea. Ao evocá-lo penso nas (...) do passado, mas penso sobretudo nos que em terras portuguesas do ultramar se batem continuando-os, afirmando-os e projectando-os o que me leva a concluir que não teremos duas juventudes, mas apenas uma. É válida das melhores.