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13 DE JANEIRO DE 1967 999

Não lê muito a nossa gente, mas lê alguma coisa, como vimos, o mais lerá se nós, responsáveis, pudermos e soubermos e quisermos incutir nos jovens o gosto pela leitura. Como humilde professor de Português quo somos, (...) em condições de poder dizer, sem receio do desmentido, que os nossos rapazes terão tudo quanto nós quisermos que eles leiam. O problema esta todo em saber dar-lhes a ler com «conta, peso e medida», como diria o bom Sebastião da Gama.
A nossa juventude lê, e mais lerá se lhe abrimos novas possibilidades tornado o livro financeiramente mais acessível organizando novos circuitos de distribuição, de modo que seja o livro que procura o leitor, criando bibliotecas onde as não há - e são tantas e tantas as terras em que as não há, fazendo-o sugestivo, atraente. Não vimos nos, em tempos que um aluno de certo ano compra um livro do ano seguinte de Matemática, só em razão da sua apresentação, que outros aspectos não pôde considerar.
Por outro lado, desenvolvamos a literatura juvenil, que é que o gosto pela leitura verdadeiramente se enraiza.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A «literatura de quadradinhos» é figurino que está graças a Deus, a passar de moda. De novo em cena o livro tradicional aqueles que lhes descobrem o mundo em que vivem e aqueles que lhes dão a conhecer as grandes figuras e suas grandes viagens, aqueloutros, mais pacatos que os deixam mais peito na margem deste regato, ou mais além, naquele bosque, onde a água corre tranquila e o animal é amigo do homem, finalmente, para os mais novos, aquelas històriazinhas simples e ingénuas de que Eça de Queirós falava na sua Carta de Inglaterra a propósito da literatura infantil.
Depois cuidando do seu conteúdo - evitando muitos erros que se estão a deixar passar em muitas edições recentes, geralmente traduzidas (erros de doutrina, erros sem conta de linguagem, etc) -, depois, é só dar-lhes, a todos eles aos de simples recreio e aos outros mesmo aos de estudo uma foi ma atraente, aquela afinal, que muitas casas editoras têm ultimamente sabido daí!
Será maior então o gosto pela leitura, maior hoje do que ontem, maior amanhã do que hoje até que por este andar, chegaremos ao país que Castilho sonhava desde os palácios até às choças, todos os homens todas as mulheres e todas as crianças, sem excepção saberão ler e amarão a leitura, encontrando-se em todas as casas uma biblioteca, verdadeiramente do ouro por dentro outro para o espírito, ouro para o coração, ouro para a saúde, ouro para a fortuna.
Teremos chegado quase au fim do caminho a atingiu.
Calmamente. Sinceramente. Só falta mais um passo - se faltar - para estarmos, todos, filosofando, porque vivemos no palácio da ventura, um palácio que será a antítese perfeita do de Antero, porque aqui haveria luz e haverá cor.
Não será isto estar de acordo com o autor do aviso prévio em discussão neste capitulo. Pois nos demais a nossa adesão, na generalidade, é igual.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vou encenar a sessão

O debate continuará amanhã, à hora regimental, sobre a mesma ordem do dia.
Está encerrada a sessão.

Eram 18 horas e 40 minutos.
Srs. Deputados que entraram durante a sessão.

António Augusto Ferreira da Cruz
António Barbosa Abranches de Soveral
António Calapez Gomes Garcia
António Calheiros Lopes
António Dias Ferrão Castelo Branco
António dos Santos Martins Lima
Armando Cândido de Medeiros
Armando José Perdigão
Augusto Duarte Henriques Simões
Francisco António da Silva
Francisco Cabral Moncada de Carvalho (Cazal Ribeiro).
Gonçalo Castel-Branco da Costa de Sousa Macedo Mesquitela.
Henrique Ernesto Serra dos Santos Tenreiro.
João Duarte de Oliveira
João Nuno Pimenta Serras e Silva Pereira
José Gonçalves de Araújo Novo
José Manuel da Costa
José de Maria Nunes Mexia
Júlio Alberto da Costa Evangelista
Luís Folhadela Carneiro de Oliveira
Manuel Henriques Nazaré
Manuel de Sousa Rosal Júnior
Sebastião Alves
Teófilo Lopes Frazão

Srs. Deputados que faltaram à sessão.

Agostinho Gabriel de Jesus Cardoso
Alberto Henriques de Araújo
Álvaro Santa Rita Vaz
Aníbal Rodrigues Dias Correia
António Júlio de Castro Fernandes
António Magro Borges do Araújo
António Maria Santos da Cunha
Aulácio Rodrigues de Almeida
Custódia Lopes
Deodato Chaves de Magalhães Sousa
Fernando Afonso de Melo Geraldes
Filomeno da Silva Cartaxo
Francisco José Roseta Fino
José Henriques Mouta
José Pinheiro da Silva
José Rocha Calhoida.
José dos Santos Bessa
Leonardo Augusto Coimbra
Luciano Machado Soares
Manuel Amorim de Sousa Meneses
Manuel João Correia
Manuel Lopes de Almeida
Maria Ester Guerne Garcia de Lemos
Raul Satúrio Pires
Rui Manuel da Silva Viena
Simeão Pinto de Mesquita de Carvalho Magalhães
Tito de Castelo Branco Arantes

O REDACTOR - Leopoldo Nunes

Requerimento enviado para a Mesa pelo Sr. Deputado Gonçalves Rapazote durante a sessão.

Nos termos do artigo 19.º, § 3.º, do Regimento da Assembleia Nacional, requeiro que, pela Junta de