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25 DE JANEIRO DE 1967 1107

não como um território, mas como uma obra em acção ou ainda como um espaço de missão (3).
Acusam-nos porém de sermos um pequeno povo envelhecido, sofrendo de imobilismo acorrentado a preconceitos, medievais. Daí concluem esses detractores pela nossa impotência para exercer a tarefa civilizadora.
Quanto à actualidade da doutrina que comanda a nossa acção civilizadora - expressa no preceito constitucional-, nunca, como hoje ela encontrou tanta oportunidade na evolução que se processa pelo Mundo e em que os Estados tendem agrupar-se em grandes blocos e alargar esferas de influência.

Vozes: -Muito bem!

O Orador:-Quanto ao argumento do imobilismo e do envelhecimento ou da impotência para a acção civilizadora creio que melhor que as palavras os números argumentarão por si próprios.
O português - um povo jovem - Em 1940 os portugueses eram 16 262 116.
Vinte anos depois atingiram como vimos os 22 394 917. No intervalo de uma geração mais 6 132 801 indivíduos (37,7 por cento de acréscimo em relação a 1940) demandavam o seu lugar na sociedade radicada naquele espaço histórico.
E só a metrópole contribuiu com 1 700 000 indivíduos para o aumento verificado.
Tal impulso demográfico denota a existência de uma população jovem e em acentuada fase de ascensão.
O carácter jovem da população portuguesa melhor ressalta, porém quando procedemos à análise da sua distribuição etária.
Assim na metrópole e em 1960, os indivíduos com menos de 20 anos representavam 37,6 por cento da população (4).
Portugal e as estruturas demográficas europeias - No contexto dos países europeus e devido à elevada taxa de natalidade, a população portuguesa é ainda uma das mais jovens. A referida percentagem das pessoas com menos de 20 anos é a mais elevada se exceptuarmos a Holanda, a Jugoslávia e a Turquia.
Densidade superior à dos países menos desenvolvidos e muito inferior à dos países industrializados, natalidade que é a mais elevada à escala europeia, mortalidade pouco diferente da que ocorre nos restantes países, população jovem, famílias numerosas - eis alguns traços característicos da nossa população em face dos outros povos europeus ( ).
A juventude na população ultramarina - O aumento da população portuguesa nos dois decénios que culminam com o censo de 1960 atingiu, como vemos 6 130 000 indivíduos. Nesse acréscimo cabem no ultramar 4 400 000 almas.
Angola, a nossa maior província e também a menos densamente povoada registou num aumento de 1 100 000 indivíduos nesses vinte anos. O ritmo de crescimento entre 1940 e 1950 foi de 11 por cento e em 1960 atingiu os 16,58 por cento ( ).
Não admira por isso que o censo de 1960 revele que cerca de 50 por cento da população - 2 389 963 habitantes - têm menos de 20 anos, o que dá um carácter jovem à província (7), traduzido graficamente na sua pirâmide de idades.
A configuração desta pirâmide corresponde a uma economia em estado de arranque cujo impulso lhe vem dos meios urbanos onde o crescimento é cada vez mais acelerado. Assim no total das oito cidades, temos:

[Ver tabela na imagem]

o que revela um aumento de 249 por cento em 30 anos e de 53,6 no decénio de 1950-1960 (8).
Quanto a Moçambique, no mesmo período de vinte anos e até 1960 verificou-se um aumento de 1 497 338 habitantes, sendo de 839 793 o acréscimo do último intercenso ( ).
E a sua população com menos de 20 anos representava (1950) 47 por cento do total (9).
Desta situação andavam muito próximos (1950), Cabo Verde, Guiné e Macau (1960), seguidos pela Índia e S. Tomé e Príncipe.
No conjunto português apenas se verificou ligeira diminuição de população em números absolutos no intercenso de 1950-1960 quanto à Índia e a Macau.

População das províncias ultramarinas

[Ver tabela na imagem]

(a) Apurados dos 10 aos 59 anos por não haver discriminação das idades (...) dos 60 anos.
(b) População residente.
Sinais convencionais{ n resultado não apurado
x resultado ignorado