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1628 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 87

para outro- muitas das vezes, justamente aquele que mais encarniçadamente defrontava! E, contudo a lei, se é que de lei se trata, proíbe as remunerações dadas à falsa fé.
E assim, Sr. Presidente e Srs. Deputados, assiste-se à ruína- mais ou menos dourada, mais ou menos camuflada- dos verdadeiros baluartes do pouco que vale no plano internacional, o desporto português!
Portugal começa no Mundo e acaba oxalá que não seja só políticamente que se defende o conceito. Para além das medidas tantas vezes defendidas nesta Câmara com carácter político e económico olhe-se (e remedei-se) o problema desportivo, legislando, disciplinando, estabelecendo critérios sãos e acessíveis, fomentando um intercâmbio entre atletas metropolitanos e ultramarinos procurando entre este, que estão mais distantes, quantos, para além do futebol, representem Portugal nas grandes competições internacionais, sem nos envergonhar, sem nos ridicularizar, porque é ridículo, Sr. Presidente, ver um atleta envergando as cores nacionais ficar no fim das classificações, procurando normalmente atenuar-se com desculpas absurdas o desaire quando, na maior parte dos casos, é ao abandono oficial que devemos a sua deficiente preparação, base quase sempre de humilhantes lugares nas respectivas privas realizadas.

Vozes:- Muito bem!

O Orador:- Não defendo a teoria de que só vencendo se dignifica o desporto. Mas há um mínimo de responsabilidades e de brio que se impõe Ter em conta. Se assim não for, entretenhamo-nos, ao menos, em família!
Já que certas modalidades desportivas estão agora profissionalizadas, é indispensável que se estabeleça uma legislação que sirva o interesse de todos e acima de tudo, salvaguarde o interesse e o prestígio do desporto nacional, o mesmo é dizer de Portugal. Mesmo nas modalidades amadoras há que cuidar atentamente as nossas representações.
Na generalidade, algo esta feito, não contexto mas em face do que é necessário, do longo caminho a percorrer, muito haverá a modificar e actualizar. A meta está distante e o tempo urge. Se não for possível Ter as coisas preparadas para as Olimpíadas de 1968 refiro-me agora ao desporto amador (se é que ele existe ainda nessas poderosas nações onde um bom atleta é oficial das força armadas ou alto funcionário, ou estudante provisório), ponhamos os olhos nas de 1972, e, entretanto, procuremos entre atletas da metrópole e do ultramar os melhores, aqueles que existem, com certeza, aos milhares mas estão abandonados por falta de leis adequadas o que não se abandonados por falta de leis adequadas o que não se justifica, sobretudo num país onde a evolução e o progresso são indesmentíveis em tantos e tantos outros aspectos.

Vozes:- Muito bem!

O Orador:- Há como em tudo certamente muito a fazer, muitos erros a emendar, e quantos têm sido evocados nesta Assembleia com mais ou menos razão, mas sempre, disso estou certo na melhor das intenções! Mas que serviço enorme ao País, que derivativo admirável para a juventude, que benefício para todos quantos utilizam o seu tempo construtivamente nas coisas do desporto, se ele não fosse esquecido entre as reformas que se torna necessário rever e promulgar.
Sr. Presidente: Desculpe-me V. Exa. Ter trazido a esta Assembleia, onde tudo se discute, desde as Contas Gerais do Estado até ao mais pequenino problema local- cuja necessidade não se pretende, aliás minimizar- passando mesmo pelas pontes com portagem ou sem ela, localizadas no Sul ou no Norte do País, um assunto que muitos pensam erradamente não dever exceder a cavaqueira das tertúlias ou das mesas do café. Sou porém, um homem do desporto, acompanhado, acompanho ainda hoje as coisas que a ele interessam, conheço o esforço da imprensa especializada a quem presto as minhas homenagens, que lhe dedica a sua melhor atenção e, embora não compreendendo certas inimizades (sempre prejudiciais a boa ética desportiva) nem certas loucuras financeiras (verdadeiro jogo de lotaria viciada) vejo no desporto, repito uma verdadeira escola de virtudes e, como tal, da maior utilidade para quem o pratica e para o próprio País. Eis a razão de Ter roubado este tempo a VV. Exas.

Vozes:- Muito bem, muito bem!
O Orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Ernesto Lacerda:- Sr. Presidente: Insere o Diário do Governo de 27 de Fevereiro último o Decreto-Lei n.º 47 356, que autoriza a emissão de um empréstimo interno até a importância total de 1 milhão de contos.
As condições em que as primeiras séries foram oferecidas a subscrição pública, aberta de 8 a 14 deste mês, podem considerar-se agora mais aliciantes e despertaram decisiva atracção do capital, designadamente nas pequenas e médias poupanças.
As providências monetárias e de política de reactivação do mercado de capitais anunciadas recentemente na Lei de Meios têm expressão elevada na publicação deste decreto-lei.
Efectivamente a taxa de juro de 3 por cento das obrigações concorreu grandemente para aguçar o interesse dos aforros mais débeis e para incentivar os círculos financeiros mais potentes a considerarem sobre a possibilidade de, mais consentaneamente com o interesse nacional e com menos risco de legítimas críticas ou enquadramentos nas impiedosas- mas indispensáveis- sanções da lei repressora da fuga de capitais, colaborarem no fomento económico do País.
Podemos por isso, verificar que a afluência à subscrição das obrigações se traduziu num êxito, permitindo ao Governo, não só a tingir os elevados fins que se propôs neste sector, mas receber, também, uma inequívoca e disciplinada prova de confiança pela maneira como vem conduzindo os tão superiores negócios da Nação. Êxito, também porque tão espontânea e apreciável concorrência, na contingência actual por parte dos tomadores destes empréstimos significa, sem dúvida, grandes progressos na contingência actual por parte dos tomadores destes empréstimos significa, sem dúvida, grandes progressos na consciencialização dos problemas que se nos deparam presentemente nem sempre observados e ponderados à luz do interesse público, mas chegam a tocar as raias de conhecimentos bem contrários aos do conceito de sobrevivência e integridade da Pátria.
Felizmente- o registamo-lo com muito júbilo -, obteve agora o Governo através desta resposta digna do sector financeiro português um voto sancionador da política de fomento económico que vem planeando e executando sem desfalecimentos.
Louvamos pois o Governo da Nação pelos moldes em que alicerçou esta voluntária mobilização de todos os sectores da poupança privada portuguesa e felicitamo-lo vivamente pelos resultados alcançados, que consideramos, não só altamente vantajosos para a economia do