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1766 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 95

termo - ali, em, Sucçães, mais adiante, em Mirandela e mais adiante ainda, um Frechar.
Estávamos a 16 de Julho, um dia de sol escaldante, como costumam ser os de Mirandela e terras limítrofes. Ninguém arredava pé, no entanto; com a sua presença anónima, embora, todos queriam gritar o seu bem haja - é assim que lá se diz - pela obra que lhes deixava.
Não tanto, julgamos, pelas quatro paredes que ali ficavam, mais ou menos sólidas e delimitando salas maiores ou menores, mas sim. ao que cremos, pelo que essas Casas do Povo significavam em assistência de que o pobre trabalhador precisa, em auxílio de que o mesmo tanto necessita. Só por isso eles folgavam e riam.
Neles estava esta esperança, que também, ia com S. Ex.ª segundo declarou: que aquele dia não fosse o maior daquela Casa; que, como ele ou melhor que ele, fossem todos os dias.
Sr. Presidente: Ao agradecer a SS. Exas. a honra da visita compartilhavam aquelas gentes desta mesma lisonjeira esperança: de que desde a água, que brota cristalina da dura rocha, até ao ar, que os montes purificam, tudo seja doravante mais genuinamente alegre, mais retintamente feliz.
De resto, só assim aquele voto - aquele do que os demais, dias fossem melhores ainda que aquele dia - só assim se poderá concretizar.
Que assim seja - que, a par com a Casa, vá a assistência efectiva de que tanto e tanto o trabalhador rural careço.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Roseta Fino: - Sr. Presidente: Em Novembro de 1965 quando V. Ex.ª me concedeu o uso da palavra nesta Assembleia, na discussão da proposta de lei de autorização das receitas e despesas para o ano de 1966, tive a oportunidade, ao tratar, no sector do ensino, da necessidade de intensificarmos a construção de novos liceus e a renovação de alguns dos existentes, de então, em ligeiro apontamento, dizer:

... ser o caso do Liceu da cidade de Portalegre.
Necessitando de um novo edifício, até à construção deste torna-se urgente a edificação de pavilhões destinados a laboratórios, para que o bom material de que dispõe possa ser eficientemente aproveitado pelos alunos e até convenientemente conservado ...

Posteriormente, quis o Sr. Subsecretário da Administração Escolar, em viagem de trabalho ao distrito de Portalegre e com a assistência do Sr. Director-Geral do Ensino Liceal, apreciar in loco as referidas instalações. Desta visita resultou o esclarecimento dos serviços e do próprio Subsecretário de Estado. Prof. Alberto de Brito. E dai, certamente, ter agora o Sr. Ministro da Educação Nacional mandado incluir no plano para a construção de novos edifícios para liceus o da cidade de Portalegre.
Para além da verificação dos factos, o acerto da minha afirmação em 1965 baseava-se em o Liceu de Portalegre criado em 1851, ter passado, dos seus 116 anos de existência, 115 no edifício que agora ocupa e que foi primitivamente uma casa particular - exemplar magnífico de edifício do século XVIII -, mas que, e apesar dos melhoramentos ou actualizações visando a sua reconversão, nunca deixou de ser um problema para todos os que o dirigiram ao longo de um século, pelas dificuldades de acomodação dos alunos e dos próprios materiais.
Justo é que preste a minha, homenagem à plêiade de reitores e professores que no decorrer destes anos passaram por aquele estabelecimento de ensino e em tais condições foram obrigados a exercê-lo. Tal como o corpo docente actual, mantiveram sempre bem alto o facho do ensino.
Parece ter pesado sempre sobre este Liceu, como signo do seu nascimento, o que escrito ficou na acta primeira, que reza:

Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil oitocentos cincoenta e um, aos quatro dias do mez d'Outubro, nesta Cidade de Portalegre, e Cana de residência do Commissario dos Estudos, Reitor do Lyceo deste Distrito, o Bacharel José da Cunha e Silva, por não haver local público, destinado ao estabelecimento do mesmo Lyceo, reunirão em Conselho por convocação do dito Reitor, a saber ...

Pois bem: quis o Sr. Ministro, Doutor Galvão Teles, dar agora o primeiro passo para que esta situação precária, de há um século, venha a ter solução definitiva e funcional nos nossos dias.
E aqui reside u razão da minha intervenção de hoje.
A gente alentejana, quer a do litoral, quer a da planície heróica ou a das serranias de S. Mamede, é grata e agradecida. Grata aos que compreendem e comungam as suas aspirações; agradecida aos que lhas concretizam em realização.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Foi assim que ao ser conhecida em Portalegre a decisão do Sr. Ministro, imediatamente a população escolar - corpo docente e discente - irrompeu em explosão de alegria e, buscando o presidente do Município, dirigiram seus passos para o Governo Civil, onde ao digno representante do Governo naquele distrito, Eng.º Tovar Faro - a quem se deve a dinamização agora verificada em toda a região -, expressaram os agradecimentos ao Governo.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A manifestação que Portalegre viveu só foi comparável àquela que em 1958 foi motivada pela criação do 8.º ciclo, em boa hora determinada pelo então Ministro da Educação Nacional, Eng.º Francisco Leite Pinto, e do qual a cidade tomou conhecimento pela comunicação oral do então Ministro da Justiça, em deslocação a Portalegre, Doutor Antunes Varela, figura ilustre do País e orgulho do meu distrito.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Que tinha razão o Eng.º Leite Pinto prova-o a duplicação, em menos de sete anos, da população estudantil com a criação do 3.º ciclo.
Ainda que em breve se desloquem a Lisboa as autoridades de Portalegre para transmitirem ao Sr. Ministro da Educação Nacional o calor daquela manifestação e os agradecimentos nela implícitos, é-me grato deste lugar - onde algumas vezes temos do discordar e de criticar - antecipar os meus àqueles agradecimentos, permitindo-me lembrar a S. Ex.ª que o problema liceal do distrito não fica ainda totalmente resolvido.
Elvas, cidade do distrito de Portalegre, cabeça de um concelho que tem uma população que roda os 30 000 habi-