O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

18 DE FEVEREIRO DE 1971 1699

pois seria eu o primeiro a homenagear quem errou e publicamente vinha reconhecer que errou quem acusou e agora vinha dizer que o fizera infundadamente.

Pelo contrário, não será fácil depreender essa confissão do longo e variado escrito em que se fala de tudo, inclusivamente - e aqui é que está a confissão, temos que o dizer- da actualização de números que já eram os mesmos em Setembro do ano passado! Atrasada actualização! Sem se acrescentar, evidentemente, que ainda há seis dias, a pés juntos, se afirmara que era verdade o que há cinco meses já deixara de o ser.

Caberia aqui a pergunta: quantos portugueses, ao lerem o longo artigo agora publicado, foram capazes de discernir do seu verdadeiro motivo, foram capazes de chegar à conclusão de que outro fim não tinha do que vir dizer que onde se dissera que não era, se dizia agora que era 1.º

Na experiência que o pouco tempo me permitiu, não encontrei ninguém que fosse capaz de adivinhar a verdadeira razoo de um escrito onde, entre muitas outras COISAS, se fala do interesse da Siderurgia na construção civil.

Pergunto: poder-se-á chamar a isto a verdade, a verdade a que o povo português tem inequívoco e inalienável direito?

E para que é que a Siderurgia Nacional há-de minimizar o significado da cotação Hainaut-Sambre, classificando-a até de "decerto temporária", se sabe que, pelo menos desde 21 de Setembro do ano pausado, essa cotação se mantém firme e inalterável? Para que é que há-de lançar a contusão de ombros números e ombros preços, e sabe, ou suponho que sabe, que tem sido essa cotação, dado o potencial enorme ida fábrica que a asseguro, que tem comandado o (meneado - belga do varão? Para quê, meus senhores, mais poeira nos nossos olhos?

As empresas que, como a Siderurgia Nacional, desfrutam de largas bem esses doa Poderes Públicos, têm, em contrapartida, grandes responsabilidades para com o povo português que as paga. Devem-lhe, pelo menos, uma coisa: a verdade, mas lutou verdade que toda a gente entenda, mio uma verdade diluída, disfarçado. verdade que quase não chega a ser verdade.

Se se errou, que haja, pelo menos, a coragem de se dizer que se errou.

A confissão nobilita perante os homens e redime perante Deus. Mas, para isso, é preciso que seja clara e humilde.

O orador foi cumprimentado.

O Sr. Pedro Baessa: - Sr. Presidente, Srs. deputados: Antes de entrar na matéria desta minha intervenção, quero consignar os rainhas sinceras e comovidos homenagens aos bravos militares que tilo esforçadamente se bateram e se batem no ultramar para garantir a sobrevivência do património nacional construído pelos nossos maiores.

Homenageando-os, louvo a sua actuação dedicada à causa nacional, reconhecendo ao mesmo tempo a sua eficiência ao enfrentarem inimigos contesfradores da nossa permanflncia no ultramar, legado heroicamente1 pelos nossos antepassados.

Todavia, permita-me V. Ex.ª dizer que, sendo certa e indiscutível a nossa vitória no ultramar com a tenacidade com que nos defendemos, também não é menos certo que para a perpetuar outros maios têm de ser postos em jogo na retaguarda, a fim de não só ser alcançado o nosso objectivo, como também o gozo de uma paz perene de que tanto necessitamos e se atingir a estruturação sólida da comunidade lusa.

Subordinado ao conteúdo deste ideário, solto u minha Voz para chamar a atenção de V. Ex.ª e, portanto, do Governo da Noção sobre o problemas básicos, a partir de cuja solução aquelas premissas tomam forma real.

Uma vez que as populações do Norte de Moçambique me elegeram para seu representante, para aqui focar os seus anseios e as suas necessidades, consinta V. Ex.ª, Sr. Presidente, nesta intervenção, em cujo desenvolvimento procurarei ser breve, embora a matéria dos assuntos seja vasta.

Por isto, antecipo-me a frisar que, AO focar tais questões, desejo trazei- ao conhecimento de V. Ex.ª coisas carentes d" urgente estudo, com vista a entrar-se, rapidamente, na viu propiciatória de eliminação de causas provocadoras de uma rotina actuante, ultrapassada e incompatível com a realidade actual, assim como impeditiva daquela promoção sócio-económica tão claramente definida nesta Assembleia e na orientação política dos nossos governantes.

E, posto isto, passo a enumerar, cada um de per si, os problemas que me determinaram a esclarecer certos pontos.

Sr. Presidente e Srs. Deputados: A cidade de Nampula tem-se desenvolvido num ritmo impressionante, muito acelerado, e para o demonstrar concretamente aqui, bastará referir: em 1965 circulavam, em média, por semana, seis comboios na linha de Nacala a Vila Cabral; actualmente, circula uma média de doze a catorze trens por dia, média esta que, fatalmente, aumentará em consequência da sua ligação ao Malawi.

Verificado, pois, este crescimento enorme, torna-se indispensável educar e preparar indivíduos para o trabalho resultante e implicado naquele surto de progresso.

Logo, tem urgência de ser dotada de novos estabelecimentos de ensino, por meio dos quais sejam ministrados os conhecimentos técnicos indispensáveis a quem tem de ocupar lugares nas diversas actividades em laboração.

Para já, sugiro a criação de uma escola de artes e ofícios e de um instituto comercial e industrial.

Quanto a este, devemos elucidar que a lotação da Escola Industrial e Comercial de Neutel de Abreu se acha preenchida, não dispondo os diplomados por ela outra alternativa senão a de saírem de Nampula, caso queiram prosseguir estudos. Ora, nem todos podem fazê-lo, devido ao facto de as condições económicas familiares impedirem a deslocação custosa para a Beira ou para Lourenço Marques, únicas cidades de Moçambique onde há institutos.

De resto, quer a frequência da.. Escola Comercial e Industrial de Neutel de Abreu, quer o desenvolvimento progressivo e acelerado da cidade e seu consequente acréscimo populacional, justificam plenamente a instituição, ali, do instituto industrial e comercial, a fim de aquela vasta religião contar com técnicos rapazes e capacitados, tão precisos para a promoção social e para o interesse nacional de Portugal.

Com respeito a escola de artes e ofídios, há que fundá-la imediatamente, mão só para aprendizagem e aperfeiçoamento de mão-de-obra ocupada em tarefas de origem metropolitana, como também para salvaguardar e perseverar os trabalhos de artesanato regional tão valiosos, quer sob o ponto de vista artístico considerado, quer tendo em vista o fim utilitário. Alias, é justo não deixar pender os valores artísticos ainda existentes naquela região.

Porque, nós não precisamos somente de médicos, e engenheiros, advogados e doutores lê qualquer espécie necessitamos, também, de trabalhadores conscientelizados e com a noção de responsabilidade a seu lugar na