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3964 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 201

nessa altura, constava estar sendo planeado - de acordo, provavelmente, com cautérios de maior economia de construção, mas que não eram, nem suo, quanto a mim, os de maior utilidade nacional (nem, aliás, os de maior drenagem de tráfego).
Desta feita, porém, graças ao que reputo solução de inestimável valia para toda a faixa interior, em particular para as Beiras, podemos desde já afirmar que os
vitais ligações destas com o Norte, Centro e Sul das zonas litorais vão ficar asseguradas pela inserção das suas vias de acesso naturais e tradicionais mós nós de Albergaria, Mealhada, Fátima e Alcanena (Entroncamento), que o traçado adoptado proporciona.

O Sr. Castelino e Alvim:- V. Exa. dá-me licença?

O Orador: - Faça favor.

Sr. Castelino e Alvim: - Registei com muito agrado e não pequena vaidade as palavras de V. Exa.
Quando fiz a minha intervenção, no dia 29 ou 30 de Abril de 1970, pôde-se supor que intervinha com um preconceito regionalista, preconceito a que poderia chamar um preconceito de borda-d'água. Efectivamente não foi assim. Eu sentia profundamente os problemas do interior, e só nessa medida e por essa razão intervim. Agora juntaria uma palavra de aplauso ao que V. Exa. acabou de dizer e uma palavra de apreço pela preocupação do Governo em incentivar esse interior, e para tanto julgo que era fundamental, para além das auto-estradas, outra coisa, que eram os nós de ligação a esse mesmo interior, sem os quais as auto-estradas não serão mais do que estradas de grande velocidade.
Nós pretendemos as auto-estradas com uma função económica, e essa função só se pode aferir completamente e só pode ter uma realização integral na medida em que esses nós de interiorização sejam mais acentuados ainda do que pelo próprio traçado da auto-estrada que felizmente se virou para o interior.
Desculpe V. Exa., mas era só isto que tinha a acrescentar.

O Orador: - Muito obrigado, Sr. Deputado, e, como terá ocasião de verificar, neste como em outros pontos, estamos de acordo. Relativamente ao que refere quanto aos nós, estamos mesmo integralmente de acordo, porque, efectivamente, sem nós a auto-estrada limitava-se a ser provavelmente uma pista de corridas ou pouco menos do que isso.
Dizia eu, portanto (refiro-me aqui, como é natural, mais explicitamente às Beiras), que as ligações das Beiras com o Norte, Centro e Sul das zonas litorais vão ficar asseguradas pela inserção das suas vias de acesso naturais e tradicionais (e insisto neste ponto) nos nós de Albergaria, Mealhada, Fátima e Alcanena (Entroncamento), que o traçado adoptado proporciona.
Nesse aspecto, creio que não será de mais realçar os benefícios que, além das regiões de Vila Real e Bragança, no Nordeste, de Santarém, e até de Portalegre, no Centro-Sul, creio não ser de mais realçar, dizia, os incomensuráveis benefícios que vão resultar para os distritos de Viseu, Guarda e Castelo Branco.
Na realidade, nem sequer os sucessivos planos de fomento conseguiram ainda tirar do seu isolamento a faixa interior do continente, isolamento responsável, como na semana passada afirmou o Deputado Castelino e Alvim, pelo facto de o desenvolvimento das nossas zonas interiores se processar em ritmo bastante mais lento do que o litoral, devido, como disse, aquele Sr. Deputado, «mais à razão
do seu difícil acesso a este, onde estão situados os grandes pólos de consumo, do que as suas condições naturais.
Ora o facto de no traçado da auto-estrada do Norte se ter optado por uma interiorização, vencendo dificuldades e custos que não ignoramos, vem demonstrar que o Governo não só considera esta como política carta, como está já a movimentar todos os meios ao seu alcance para lhe dar realização».
Antes de terminar, permitam-me que toque ainda um aspecto que, salvo erro, ainda não foi abordado por nenhum dos meus ilustres colegas: refiro-me a alguns dos números que caracterizam quantitativamente o empreendimento - e indirectamente o situam melhor no próprio plano qualitativo . . . pois que bom e barato não costumam andor de mãos dadas (ao contrário do que usualmente sucede com bom e económico!).
Entre 1975 e 1981 vão investir-se, em 346 km de auto-estradas, 9 700 000 contos, números redondos, entre custos de construção - que é a maior parte - e encargos de expropriação.
Tal corresponde a um custo previsto, total, mínimo de 18 670 contos por quilómetro (para o lanço Fogueteiro-Setúbal, na auto-estrada do Sul) e a um custo máximo de 54 668 contos por quilómetro para o troço Estádio Nacional-Cascais. Ou, em termos de construção apenas, respectivamente 16 596 e 31 112 contos por quilómetro para os mesmos lanços, correspondentes igualmente aos valores mínimos e máximos.
Em valores médios, temos um custo de 26 448 contos por quilómetro, incluindo expropriações. E sem estas de 22 698 contos.
Todos estas cifras dão bem ideia da escala invulgar do empreendimento - e do esforço tecnológico, administrativo e financeiro que ele envolve, mesmo num País em que, graças a Deus, os investimentos superiores ao milhão de contos já principiam a entrar, senão na rotina, pelo menos nos hábitos relativamente correntes.
Simultaneamente, estes mesmos valores servem para pôr de sobreaviso, relativamente a outros investimentos, estes porventura já mais do domínio da utopia, cujos custos podem, quando menos cada um se precate, rondar a mesma ordem de grandeza - porém apenas para serviço de algumas dezenas de milhares de utentes -, quando é mister, para serem suportáveis pela Nação e sócio-econòmicamente roprodutíveis, que venham de facto beneficiar,
pelo menos, muitas centenas de milhares de utilizadores por ano, como é o caso com a concessão agora outorgada.
Tudo isto, Sr. Presidente, é da maior importância, pois mostra que o Governo, ao escolher- nestes termos o traçado agora definido para a auto-estrada do Norte, optou peia solução natural de ordenamento do território, solução que vai ao encontro dos anseios profundos das populações interessadas e, simultaneamente, das realidades económicas subjacentes.
No 1.º de Maio de 1971, tive ensejo de aqui dizer o seguinte:
A melhoria das ligações rodoviárias partindo de Lisboa, por Santarém, Abrantes, Castelo Branco, Covilhã e Guarda, para a Beira Alta e o Nordeste transmontano, é, sem dúvida, uma das necessidades mais prementes do desenvolvimento da zona interior do continente.

E, logo antes, afirmara:

Julgo útil chamar a atenção de quem de direito para este facto, de modo que nos trabalhos de preparação do IV Plano de Fomento seja tido na devida conta, ao proceder-se aos ajustamentos, que,