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4524 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 222

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado: Peço a atenção de V. Exa. para o facto de que está a divulgar para o Diário das Sessões trechos que a Mesa considerou que não deviam ser publicados neste Diário.
Peço a V. Exa. para notar que se continua nesse movimento, que V. Exa. sabe perfeitamente que é contrário à interpretação que a Mesa tem da boa condução dos trabalhos da Assembleia, terei de lhe pedir o favor de cessar as suas considerações.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Perante essa ordem, eu paro. Embora, se entendi a explicação de V. Exa., há dias V. Exa. dissesse que considerava inconveniente a publicação desses textos no Diário das Sessões, mas não - nem o podia fazer -, que isso era anti-regimental.
Mas perante a ameaça de V. Exa. me retirar a palavra, eu paro.

Vozes: - Ameaça?

O Sr. Presidente: - O que eu noto é que V. Exa. registou a minha declaração de inconveniência dessa publicação e está aí a tentar fazê-la.

O Orador: - Porque não a partilho, Sr. Presidente.
Sr. Presidente: É tempo de concluir esta intervenção de homenagem a Francisco de Sá Carneiro que, se um dia se fizer análise crítica desapaixonada desta X Legislatura, ocupará lugar protagonista, pois imprimiu nela marca verdadeiramente histórica e, portanto, indelével.
Como disse no início, foi a grande amizade que nos liga que determinou a decisão de prestar este depoimento; ela, contudo, não influenciou o seu teor, que mantive objectivo. Mas é certo que, pelo que disse, quem quer pode avaliar quanto essa grande amizade me honra.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados: Parece-me que a avaria dos microfones não é fácil de reparar imediatamente ou, pelo menos, sem nova interrupção da sessão. Espero a concordância de VV. Exas. para que os oradores do período de antes da ordem do dia continuem a falar da tribuna, que é a maneira de serem ouvidos por VV. Exas.

O Sr. Veiga de Macedo: - Sr. Presidente: Nas frentes da luta, as nossas forças armadas marcam presença de nobre e viril patriotismo e a flor da juventude bate-se e sacrifica-se pela causa da Pátria.
O cruento combate dura há muito e vai, com certeza, prolongar-se, porque o inimigo não desiste na sua cobiça e no seu ódio. Nem lhe há-de faltar o apoio que as potências do mal sempre asseguram aos que podem servir os seus desígnios.
Joga-se nesta guerra, que nunca quisemos e não merecíamos, o destino de Portugal, na unidade do seu corpo e na sobrevivência do seu espírito.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Os jovens que, desde 1961, vêm "dando os corpos a fomes, a vigias, a ferro, a fogo, a setas e pelouros, a quentes regiões,... a perigos incógnitos do mundo", para falar a linguagem do nosso Poeta Maior, sentiram e sentem bem a grandeza dos valores por que se batem.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Eles sabem que não se trata apenas - e seria já muitíssimo - de defender, contra os golpes do terrorismo, as populações na sua vida, no seu trabalho, na sua fazenda. Sabem que o seu holocausto não teria suficiente justificação se não visasse essencialmente preservar a unidade moral e política da Nação.

Vozes: - Muito bem! Apoiado!

O Orador: - Desta Nação pelo mundo dispersa nos seus territórios, mas coesa na sua vida, sentimentos e aspirações, no caldeamento das suas raças e na consciência da sua missão histórica e da indissolubilidade dó seu ser.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Generosos, lúcidos e animados por aquela fé que move montanhas -ai dos homens e dos povos sem fé! - tudo depuseram e depõem no altar da Pátria: interesses, comodidades e, quantas vezes, a própria vida.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A Pátria não são apenas os vivos, mas também os mortos, com o imperativo categórico da sua lição.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Não é apenas o presente, mas o futuro, com os seus direitos incontestáveis.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Por isso, não é lícito a uma geração, e muito menos a uma minoria, dirigente ou não, decidir do destino da Pátria. Esta não se discute. Não se plebiscita. Não se divide. Não se mercadeja.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Henrique Tenreiro: - Apoiado!

O Orador: - Se algum dia nos passasse pela cabeça ou pelo coração que podíamos abandonar a nossa África para nos confinarmos a uma posição meramente europeia; se nos inclinássemos para soluções