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4580 DIÁRIO DAS SESSÕES N.° 225

Por isso a opinião pública deve ser objectivamente informada e orientada no sentido do verdadeiro interesse comunitário, neste caso o interesse nacional.
A informação como formadora da opinião pública, eis um dos problemas cruciais dos países livres no mundo de hoje.
Pompidou, chefe de Estado da França, ao denunciar na TV Francesa a manobra envolvente do comunismo e do socialismo no seu país, cumpriu um dever fundamental tentando afastar os cavalos de Tróia que por via democrática se preparavam para assaltar a cidade...
Sr. Presidente: Quantas vezes a tirania afivela a máscara da liberdade!
Podem os mass media contribuir fortemente para o múltiplo diálogo que reúna as diversas parcelas de razão em presença e permita colher os informes díspares que ilustrem as actuações e opções acertadas. Mas pode este ou aquele meio de comunicação social destacar em certo momento determinados factos e ocultar ou minimizar outros fundamentais, criar medíocres celebridades e apagar valores. Os écrans podem apresentar a mesma realidade parcelar e deformadamente ou com objectividade integral.
A opinião pública, num período económico e politicamente depressivo de um país cujos cidadãos têm alto nível de cultura e de civismo, levou há quarenta anos Hitler ao Poder.
Tem o Governo legítimo da Nação o dever de orientar e informar a opinião pública no sentido do verdadeiro interesse nacional. As eleições de há quatro anos tiveram um duplo significado indiscutível: o apoio maciço ao Governo de Marcelo Caetano e à defesa do ultramar, parcela inalienável da Nação. Expressa a vontade nacional por via legítima, não têm lugar admissível os pacifismos que advoguem a entrega dê irmãos nossos ou a amputação de pedaços de terra pátria só porque nos sejam onerosos. Ou que insistam numa paz sanguinolenta e sombria, de derrota, massacre e êxodo de populações portuguesas.
E de partilha - como despojo de guerra, entre neocolonialistas cobiçosos - das nossas províncias ultramarinas que há centenas de anos defendemos.
Foi mais difícil a Angola defender Luanda dos Holandeses há quase quatro séculos do que resistir-lhes agora à boicotagem do seu café.
Pacifismo aqui significa traição, caricatura da paz. Quanta falta faz aos Sovietes uma base na costa ocidental de África. E quantos estão interessados em que essa base seja a Guiné e Cabo Verde.
Ouvi aqui falar de patrioteirismo. Mas nunca será patrioteirismo invocar o testemunho do sangue, do suor e das lágrimas quando se queira pôr em leilão pedaços da Pátria ou aliar-se ao terrorismo que nos sangra.
Não tenho dúvidas de que alguns pretendem com uma hipótese de derrota no ultramar derrotar também o regime. Mas, como eu já disse, o Governo de Marcelo Caetano tem até hoje um mandato indiscutível da Nação, para a defesa do ultramar; a Nação, estou certo, não lho recusará no futuro.

Vozes: - Muito bem!

(O Sr. Presidente retomou a presidência da sessão.)

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados: Enquanto o Sr. 1.° Vice-Presidente me substituía, tive a honra e o prazer de receber no meu gabinete o Sr. Presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, que quis apresentar-me as suas despedidas no termo da fase oficial da sua visita a Lisboa, uma vez que S. Exa. vai agora reavivar laços de sangue visitando a sua família no Norte do País.
Pediu-me para transmitir a VV. Exas. também os seus cumprimentos de adeus, o seu desejo de que visitassem a Câmara dos Deputados do Brasil sempre que pudessem e quando quisessem e a expressão de satisfação que teve em se encontrar com VV. Exas., em ouvir alguns de VV. Exas. e em deixarem que o ouvissem.
A esta última expressão naturalmente eu respondi que o proveito e o prazer tinham sido de todos nós.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Sei que enquanto o Sr. Vice-Presidente me substituiu o Sr. Deputado Alberto de Meireles proferiu palavras oportunas. Só num passo não o terão sido: quando quis ser amável e generoso para com o Presidente da sessão de ontem, ou seja comigo.
No entanto, é de todo o coração que lhe agradeço essa amabilidade e essa generosidade.
Tem a palavra o. Sr. Deputado Alberto de Alarcão.

O Sr. Alberto de Alarcão: - Sr. Presidente: Já aqui comentámos, em passadas sessões, as possibilidades de exportação de produtos hortícolas e frutícolas em fresco para, a Europa.
Desprezar-se não deve o mercado de flores cortadas e produtos semelhantes, acerca de cujas possibilidades o já referido relatório encomendado pelo Fundo de Fomento de Exportação inscreve:

O nosso estudo frisa claramente dois pontos principais: em primeiro lugar, o facto de a Alemanha dominar completamente o mercado para flores cortadas e ser, de longe, o maior importador. Grande parte do futuro crescimento das importações deverá, igualmente, vir a ser provocado pela procura alemã. Em segundo lugar, apenas duas flores, os cravos e as rosas, são exportadas em grandes quantidades.

E daí parte para concluir:

Tanto rosas como cravos deverão ser exportados em primeiro lugar para a Alemanha Ocidental, embora os mercados em desenvolvimento da Suíça e do Reino Unido possam igualmente oferecer uma oportunidade valiosa.

Outras espécies (e produtos) ornamentais existem, porém, a merecer igualmente consideração: crisântemos, gladíolos, tulipas, gerbérias, frézias, íris, anémonas, narcisos, lírios, jacintos, lilases, mimosas, flores exóticas, etc.
Em quase todos os países uma grande proporção das flores cortadas são, compreensivelmente, produzidas nos próprios países de consumo (nem que para tal tenham de recorrer a estufas com luz artificial e contrôle de temperatura).
Assim, no Reino Unido, cerca de 80 porcento; mas 15 por cento vêm das ilhas do Canal (Guernesey, Jersey), dadas as vantagens tarifárias e a proximidade da produção, e 5 por cento provêm do estrangeiro