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15 DE FEVEREIRO DE 1973 4581

(França, Holanda, Espanha, Itália, Israel, até regiões tão afastadas como Ponto Rico, Colômbia, Japão, Malásia ou Austrália).
Na Suíça, a produção interna preenche apenas 45 por cento do mercado de flores cortadas.
Na Alemanha, as importações aumentaram de 13 700t em 1964 para 42 000t em 1970, equivalentes a uma média anual de crescimento de volume de 18 por cento ao ano, e de preço, de 15 por cento em idêntico intervalo de tempo.
Os melhores meses vão de Dezembro a Maio - as festas natalícias e de passagem de ano, a Páscoa, o Dia da Mãe e dos Defuntos os justificam.
A flor começa a estar presente aios lares e escritórios, nas empresas, nos recintos públicos, em cemitérios - traduzindo uma saudade, expressando, um carinho, alegrando a vista, dando uma nota de beleza ao ambiente, melhorando o quadro e qualidade da vida.
Na Dinamarca já 0,83 por cento do rendimento nacional são gastos em flores; na Alemanha, 0,56 por cento; na Suécia, 0,40 por cento; no Reino Unido, 0,18 por cento.
Tudo indica que as importações de flores cortadas deverão aumentar futuramente, sobretudo se a razão custos de produção/custos de transporte aéreo se modificar a favor do segundo termo, tornando as importações relativamente mais baratas.
O êxito obtido em alguns mercados europeus pelas exportações florícolas de Israel demonstra que á distância e a necessidade de frete aéreo não são obrigatoriamente obstáculos intransponíveis, desde que o planeamento da produção, transporte e distribuição sejam eficazes - no que poderão ser auxiliados, internamente aos países importadores, pelo comércio da especialidade.
Na Suécia, por exemplo, a expansão do grupo Eurketten (produtores e retalhistas de flores com sede em Malmö) veio dinamizar fortemente a procura e o consumo. Criado há dez anos, possui actualmente 70 lojas de flores do tipo self-service, espalhadas pela Suécia, a largar-se a países vizinhos. Vendem por ano mais de 70 milhões de flores cortadas, 12 milhões de plantas em vaso.
O estabelecimento de relações comerciais com organizações deste género (na Suíça, a Migros) ofereceria as maiores possibilidades de êxito de colocação nos mercados.
A Alemanha consome cerca de 50 por cento da produção total de flores da C.E.E. Os gastos per capita passaram de 130$ por ano em 1960 a 324$ em 1970. O valor da produção total de plantas ornamentais ascende a 10,5 milhões de contos por ano, dois terços dos quais de flores cortadas. 160 milhões de tulipas e narcisos se cultivam debaixo de vidro ou plástico, para artificialmente fazer coincidir a produção com a procura nas ocasiões festivas.
Mas de todo o Mundo afluem à Alemanha flores &s mais variadas: a Espanha mais que triplicou a tonelagem exportada entre 1964 e 1970; Israel tem sido exportador particularmente bem sucedido.
O seu exemplo é de meditar. Planeamento da produção, custos favoráveis, transportes acessíveis, entregas regulares, produtos de alta qualidade, boa embalagem, melhor apresentação, organização comercial, explicam o êxito obtido por Israel no mercado das flores europeu, mundial.
Independentemente da utilização dos serviços normais, a AGREXCO (organismo encarregado das exportações de produtos agrícolas israelita) assinou um acordo a longo prazo com a TWA, fretando um Boeing 707 exclusivamente para o transporte de flores, produtos hortícolas e fruta de Telavive para Frankfurt e Zurique. Os voos realizam-se diariamente com uma carga de 30t.
É de prever que o mercado alemão de flores continue a crescer. A previsão possibilita estimar 66 000t de importações em 1975. Os maiores aumentos deverão registar-se nos fornecimentos de rosas, cravos e novos tipos de flores, capazes de suscitar e mobilizar a imaginação e apetência do público consumidor - seja-me permitida a expressão. De igual modo é previsível um aumento das importações de flores exóticas, incluindo orquídeas (a Madeira, S. Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, etc., não poderão vir a desempenhar importante lugar no contexto do comércio internacional de flores exóticas?)
A tal respeito seja-me consentida uma alusão à extraordinária rosa-de-porcelana com que deliciei meus olhos nas ilhas de S. Tomé e Príncipe e em Angola e cuja beleza e exotismo ainda recentemente causaram grande sensação em exposições europeias de floricultura.
Que extraordinária "mina de ouro" agrária não estará aí para valorizar, como o começou já tentando Maximino Borges e seus filhos, na fazenda Jamba, da Huíla, estimando-se que a sua cultura intensiva possa vir a produzir 150 000 pés por hectare e ano e a render qualquer coisa como 750 000$ na mesma unidade de área e tempo?
E que dizer dos antúrios, da flor-da-madeira, trepadeira muito corrente em Angola e também de grande valor ornamental, e de tantas outras, espontâneas ou fracamente cultivadas, que deliciam os olhos e alegram os corações quando as vemos?
A propósito de orquídeas, seja-me consentida uma transcrição para dar ideia dos cuidados e apuros das embalagens, do acondicionamento e apresentação das flores, se quisermos conquistar um lugar ao sol neste comércio internacional das flores:

As longas distâncias de transporte requerem uma embalagem particularmente cuidadosa, devido ao facto de as orquídeas serem extremamente sensíveis a mudanças de temperatura. São necessárias precauções especiais para manter a humidade, devendo os pés individuais ser postos em pequenos sacos de plástico ou tubos de vidro humedecidos. As Orquídeas são normalmente embaladas em sacos de plástico selados, colocados em caixas, uma vez que o ar contido nesses sacos constitui uma almofada de protecção para a flor.

Será caso excepcional, mas aí fica a documentar até onde podem chegar as exigências dos mercados, até onde a técnica, a organização comercial e a preparação profissional dos agricultores e exportadores terá de ir se quisermos economicamente sobreviver, exportando!
E as flores têm aí importante papel a desempenhar.
Mas não se confinam apenas ao capítulo das flores cortadas, Sr. Presidente, as possibilidades abertas à exportação neste capítulo - a folhagem cortada é igualmente produto muito de considerar.