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28 DE MARÇO DE 1973 4829

embora a província possua condições turísticas excepcionais.
Com uma superfície de 784 032 km2, o Estado de Moçambique tem uma extensão no sentido norte-sul de 1965 km, com uma orla marítima de 2795 km.
Banhado pelas amenas águas do Índico, possui uma maravilhosa costa de recifes de coral, salteada de arquipélagos de extrema beleza, a tal ponto que, no sul, a escassos quilómetros do continente, e não longe da capital, se encontram as conhecidas e chamadas Ilhas do Paraíso que formam o arquipélago de Bazaruto e que são, pelas suas deslumbrantes belezas naturais e pelas possibilidades da pesca submarina e de alto mar, forte atractivo para o turista, sobretudo, para o estrangeiro.
A riqueza da pesca de alto mar proporciona a Moçambique os maiores records do Mundo, e as lagoas, albufeiras e rios são excelentes para a pesca em águas interiores.
Possui ainda. Moçambique uma riqueza cinegética que oferece condições magníficas, não só para a caça desportiva, os chamados "safaris", mas também para prazer dos turistas ou visitantes dos parques ou coutadas, que facilmente seriam atractivos de grandes fluxos turísticos da Europa e da América se se fizesse uma intensa e esclarecedora propaganda.
A variedade do território, tão cheio de contrastes, desde as zonas planálticas e montanhosas às extensas praias de brancos ou dourados areais, o seu clima, que se pode considerar agradável na maior parte do ano, o variado e colorido folclore das suas gentes, o cosmopolitismo da sua população, o tipicismo das suas comidas, tudo isto são factores que, cuidadosamente aproveitados, poderiam fazer do Estado de Moçambique uma das maiores potências turísticas, mesmo a nível internacional.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Porém, a sua indústria turística, embora tenha sofrido uma certa e benéfica evolução, não se encontra ainda suficientemente preparada para a exploração comercial, em larga escala, dos inúmeros recursos turísticos existentes ou em potencialidade.
Assim, a indústria hoteleira, ainda insuficiente e, salvo honrosas excepções, de fraca qualidade, não possui, na maior parte das vezes, pessoal habilitado e à altura de poder atender um largo turismo de elevado grau.
Só muito recentemente se começou a encarar a formação de pessoal qualificado através de escolas hoteleiras, criando-se duas, uma em Lourenço Marques e outra na Beira.
Até hoje têm os estabelecimentos hoteleiros utilizado uma mão-de-obra improvisada que, contudo, não deixa de ter algum mérito, dadas as condições em que é recrutada. Nessa mão-de-obra contam-se muitos autóctones, que têm provado possuir altas qualidades para a indústria hoteleira quando devidamente preparados e ensinados.
Seria uma medida útil e até prática se se pudesse aproveitar, escolhendo os mais aptos, esta mão-de-obra já iniciada, para, por meio de bolsas de estudo, nas escolas hoteleiras, se aperfeiçoar e valorizar, corrigindo defeitos e adquirindo novos conhecimentos.
A escola hoteleira 6 mais uma instituição de formação profissional, a qual, no Estado de Moçambique, começa a ocupar posição de relevo com a formação de centros de formação profissional acelerada, de que o Centro de Formação de Pessoal dos Caminhos de Ferro de Inhambane, por iniciativa do secretário provincial de Comunicações, engenheiro Vilar Queirós, é exemplo e modelo.
A escola hoteleira, criando empregados especializados, poderá contribuir grandemente, não só para a melhoria da indústria hoteleira, que está na base do turismo, mas também para o desenvolvimento económico e social das próprias populações, na medida em que adquirem uma profissão e se promovem socialmente.
Há que desenvolver as profissões que dêem às populações de menores recursos meios práticos de ganhar a vida dentro do mercado de trabalho da província, e uma delas é, sem dúvida, a de empregados ou funcionários na indústria hoteleira.
Ouso ir mais longe. Sendo o turismo uma das principais indústrias de Moçambique, pedra vital no seu desenvolvimento económico e social, porque não uma escola de turismo onde se formassem os quadros técnicos necessários, desde a guia-intérprete aos demais funcionários?
O potencial humano para pessoal não falta, o que importa é aproveitá-lo por meio de um ensino sério e planificado.
Sem material humano devidamente preparado e eficiente não se pode fazer funcionar qualquer estrutura. Sendo o turismo uma indústria competitiva, há. que torná-la cada vez mais qualificada, se quisermos vencer na batalha que se trava neste sector entre os mais diferentes países do Mundo. De resto, o turismo de Moçambique tem vivido, sobretudo, à base de turistas de países vizinhos da África do Sul e da Rodésia, onde, neste campo, se fazem largos progressos. Para que esses turistas continuem a afluir ao nosso território, há que criar novos interesses e motivações.
Sente-se a necessidade de uma nova fase de coordenação, expansão e desenvolvimento na indústria turística, levando-a à procura de novos mercados internacionais, mas para tal torna-se urgente a preparação de quadros.
Torna-se também necessário o desenvolvimento de aliciantes atracções turísticas.
Não nos podemos esquecer que temos territórios vizinhos bem próximos, onde a concorrência turística se faz sentir fortemente e onde os turistas deixam ficar abundantes divisas.
Tem-se, em Moçambique, no entanto, procurado criar alguns interesses turísticos, sobretudo em determinadas épocas do ano mais propícias ao turismo, embora se possa dizer que o período de ocupação turística atinge os doze meses do ano, e até as pequenas épocas chamadas mortas (especialmente Novembro e Fevereiro) já acusam percentagens de ocupação superiores a 50% nos principais e melhores estabelecimentos hoteleiros.
Assim, ao longo do ano, organizam-se competições desportivas, algumas a nível internacional, como hipismo, natação, futebol, hóquei, basquetebol, ténis, golfe e xadrez, além de rallyes automobilísticos, concursos de pesca desportiva e vela, motonáutica e ainda feiras e espectáculos folclóricos e outros, até