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28 DE MARÇO DE 1973 4825

quezas deste tipo, sendo, portanto, inútil a tentativa de provocar interesses a partir destas motivações.
V - A promoção turística tem de ser feita, quer sobre responsabilidade estatal, quer por intervenção persistente e lúcida das entidades privadas. Antes do mais, urge incrementar as relações com outras indústrias de turismo, muito principalmente da Europa e dos Estados Unidos da América. Visitas frequentes dos representantes dessas indústrias turísticas permitirão que se avalie directamente das potencialidades que o ultramar português representa como pólo de atracção turística e, consequentemente, do interesse em investimentos não só financeiros, mas também em know-how. Só nessas condições é legítimo alimentar esperanças de que o ultramar seja recomendado pelas grandes promotoras, não podendo também ser esquecida a necessidade imperativa de eliminação completa das dificuldades e do custo de obtenção de vistos.
Meios publicitários criteriosamente elaborados têm de ser espalhados em profusão e entre estes salientamos, pela sua fácil penetração nas massas, os filmes, as brochuras, cartazes, anúncios e decalcomanias. Para além destes meios genéricos é também imprescindível que os agentes de viagens e de excursões, os transportadores e até os hoteleiros promovam contratos directos constantes, organizem visitas educativas e se relacionem com outros agentes de excursões. Também não pode ser esquecido o papel relevante e da maior valia das representações ultramarinas, pelos consulados, casas de Portugal e mais centros de divulgação nacionais que existam no estrangeiro.
A colheita directa de informações que nos foi possível efectuar conduziu-nos às mais desoladoras conclusões. Na Casa de Portugal de Nova Iorque, por exemplo, verificámos que sobre Angola só existiam, e em número insignificante, de forma alguma compatível com a pontencialidade e implícitas exigências do mercado norte-americano, três folhetos diferentes, qualquer deles editado há mais de uma dezena de anos, mal elaborados, mal redigidos, constituindo o tipo de documento que não deve ser divulgado por conter erros, anacronismos e imperfeições que o condenam inexoravelmente.
Tivemos oportunidade de verificar que o interesse da Casa de Portugal de Nova Iorque em possuir documentação publicitária adequada esbarrara sempre com dificuldades inacreditáveis, numa condenação das tentativas de satisfazer o número imenso de pedidos de informação que lhe eram diariamente dirigidos.
O mercado interno de consumo de produtos petrolíferos, em Angola, tem sido oferecido às grandes companhias distribuidoras com as maiores vantagens e as menores exigências de sacrifícios por parte dessas companhias. A evolução do consumo interno abre perspectivas curiosas à expansão das redes comerciais. Pensamos, pois, ser oportuno tornar interdependente a licenciamento para pretendidas expansões dessas redes comerciais da promoção e até da criação de infra-estruturas do turismo angolano, antecipadamente planeadas.
Linhas de crédito, a médio e longo prazos, também devem ser favorecidas para todos os empreendimentos que apresentem garantias técnicas capazes de cumprirem os programas de fomento turístico elaborado.
VI - A curto prazo não pode Angola alimentar a esperança de atrair outros turistas para além dos que pode aliciar nos territórios vizinhos como a África do Sul e a Rodésia. O número de turistas que actualmente visitam Angola deve variar entre 12 000 e 15 000 por ano, dos quais somente cerca de 3000 devem ser considerados turistas em férias.
O incremento acelerado das actividades económicas em Angola pode provocar um maior afluxo de homens de negócios, sendo de admitir que o número destes visitantes atinja 15 000 em 1975.
Em contrapartida, passam actualmente por Luanda, em trânsito, viajando em carreiras aéreas, cerca de 100 000 passageiros por ano, os quais, porque os acordos de tráfego permitem a sua permanência em Angola durante sete dias, devem ser considerados como a fonte mais imediata de tráfego turístico.
VII - O número de voos semanais para a África Austral, efectuados por 23 companhias de transportes aéreos, atinge a cifra de 142 voos semanais, o que representa uma capacidade total de transporte da ordem dos 20 000 passageiros. Esta capacidade de transporte será duplicada quando entrarem em serviço os novos aparelhos já encomendados por 12 dessas companhias. Esta capacidade de transporte é ainda largamente ampliada com os voos efectuados pelos aparelhos em serviço, encomendados por empresas de aluguer de aviões. O acréscimo assim obtido cifra-se em cerca de 15 000 passageiros.
A maior parte das companhias, actuando para a África Austral, utilizam a chamada "rota oriental", não sendo, pois, de considerar o seu contributo para o tráfego para Angola. Somente a TAP, a SAA e a Alitalia praticam a "rota ocidental".
É incontroverso que o desenvolvimento progressivo do turismo em Angola dependerá primordialmente de quatro premissas fundamentais:

1.° Viagens do tipo inclusive tour, a preços acessíveis;
2.° Voos charters;
3.° Existência de um sistema válido de infra-estruturas;
4.° Promoção efectiva, acompanhada de intensas campanhas marketing.

Existe já um certo número de excursões para Angola baseadas em programas IT, excursões tipo inclusive tour. Infelizmente, as viagens deste tipo, que são provenientes dos centros de turismo da Europa Central e do Norte, embora sigam para os mais diversos destinos, não incluem Angola no seu roteiro.
Em regra, por menos de dois terços do custo de uma viagem de ida e volta em classe turística é possível passar duas semanas num determinado local escolhido, tendo as despesas com passagens, hospedagem, alimentação e viagens locais incluídas - excursão IT.
Citaremos alguns exemplos de excursões inclusive tour para a África Austral, com partida de centros europeus:

A) Partidas de Inglaterra:

Para o Quénia (safari) - US $ 715 à US $800.
Para a África do Sul - US $ 445.