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4820 DIÁRIO DAS SESSÕES N.° 239

distrito, existem no continente mais cerca de meia centena de outras caixas de certo ramo de actividade ou de empresa.
Sabemos que todas estas instituições de previdência se constituíram de uma maneira tão profusa para dar a possibilidade de se exercer, de perto, contrôle mais eficaz em relação às prestações do esquema que as instituições concedem, tornando possível ainda um maior contacto entre os beneficiários e as respectivas caixas, facilitando e humanizando as relações e ainda com vista a uma mais rápida resolução das dificuldades que viessem a surgir em ordem a uma mais eficaz acção esclarecedora e educativa justa dos segurados.
Desejaríamos não ser injustos nas nossas apreciações e, por isso, apenas perguntamos se não seria altura, atentas as facilidades de comunicações, os recursos técnicos de que hoje podemos dispor, de pôr termo a tantas "caixinhas" e dar dimensão adequada às instituições de previdência?
Censuremos o que merece ser criticado, mas que essa crítica sirva para mais nos unirmos na construção de um Portugal maior - na produção de riqueza, num progresso gradual para a sua justa distribuição na prosperidade espiritual e cultural, na mútua tolerância e na autêntica liberdade.

O Sr. Montalvão Machado: - Tive, há pouco tempo, a feliz oportunidade de visitar o Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Criado em boa hora, vai para dois anos, bem poderá constituir uma resposta do nosso tempo às dificuldades do nosso tempo.
Cobrindo uma extensa área que é, para já, de cerca de 80 000 ha e abrangendo largas superfícies dos concelhos de Melgaço, Arcos de Valdevez, Ponte da Barca, Terras de Bouro e Montalegre, o Parque Nacional, realidade única no horizonte metropolitano, está ali a ser ordenado como uma obra de extraordinário realce, encarada que seja dos mais diversos pontos de vista. Mas luta, por isso mesmo, com as dificuldades inerentes ao vasto esforço a despender, para que possa tornar-se a realidade viva e actuante que todos desejam.
O Parque Nacional, cobrindo aquele extensa área de 80 000 ha, intenta ser, nesta Europa, já em grande parte ameaçada de destruição pela civilização tecnológica, uma reserva da própria natureza, conservando, na possível integralidade, a flora, a fauna e a paisagem que lhe são características e ainda os valores históricos, etnológicos e etnográficos que efectivamente a enchem de um precioso recheio.
A tudo isto está naturalmente ligado o surto de um esforço largamente ambicioso, em termos de turismo nacional e internacional, o qual, por sua vez, não poderá deixar de ter a sua natural projecção em termos de desenvolvimento regional.
Este desenvolvimento regional, que há-de abarcar toda a zona circundante, torna-se especialmente desejável e apetecido, quando sirva para atingir a sub-região do interior nortenho, que se desenha, nessa perspectiva, desde o concelho de Montalegre até ao concelho de Bragança, cobrindo toda a região de Chaves, que se estende pelos concelhos de Montalegre, Boticas, Vila Pouca de Aguiar, Valpaços e Chaves.
A região de Chaves, assim definida, constitui uma extensa zona, recortada numa área natural que é a do Alto-Trás-os-Montes ou Alto-Portugal, onde tudo aponta e aconselha um esforço denodado em prol de adequado desenvolvimento económico.
Só este esforço de desenvolvimento económico permitirá sustar o movimento estonteante da emigração, criado pelo legítimo desespero das populações, dramaticamente balanceadas, sem nenhuma culpa, entre uma última dimensão de disciplina e uma primeira dimensão de indisciplina, se assim se lhe pode chamar...
É tempo de acudir ao problema da emigração: é tempo de acudir, sustando, e é tempo de acudir, recompondo, criando condições económicas e sociais que permitam às populações emigradas voltar ao seu País e à sua região.
Para além da justiça económica, social e política que todos lhes devemos, essas populações são um elemento inalienável da própria solidariedade nacional e constituirão provavelmente o melhor fermento para um mais acelerado desenvolvimento do País - solidariedade e desenvolvimento de que bem precisamos para, desanuviadamente, continuarmos a afirmar a nossa presença na península, na Europa e no ultramar.
O desenvolvimento económico e social da região de Chaves começa agora a desenhar-se em condições já razoáveis, necessariamente ponderadas em termos de um longo e desesperante abandono, abandono de que foi vítima todo o interior transmontano.

O Sr. Camilo de Mendonça: - Muito bem!

O Orador: - Assim mesmo, sente-se que as populações vivem um momento de tonificante esperança, esperança que urge acarinhar e robustecer, tornando-a verdadeiramente suficiente e digna para olhar sem receio os longos e difíceis caminhos do futuro.
Muito se tem feito nos últimos anos pelo desenvolvimento da região de Chaves, graças sobretudo aos esforços do Sr. Ministro das Obras Públicas e do Sr. Ministro da Defesa e do Exército.
Do Sr. Ministro das Obras Públicas, revelando sempre um conhecimento exacto das necessidades das populações e o propósito firme de lhes achar satisfação, apenas poderei dizer - como homenagem de reconhecimento e gratidão - que continuaremos a reclamar, mais e mais, como única forma de verdadeiramente podermos agradecer e honrar a justiça que nos vem prestando.
Ao Sr. Ministro da Defesa e do Exército quero agradecer a maneira lúcida e desembaraçada como encarou a cedência à Câmara Municipal de Chaves de velhas instalações militares, que tão proficientemente poderão ser postas ao serviço do desenvolvimento regional, designadamente do turismo.
Quer isto dizer que, a uma população afervoradamente enraizada na tradição militar, nada poderia ser mais grato do que testemunhar, e agradecer, a compreensão do Sr. Ministro.
Quer isto dizer ainda que a Comissão Regional de Turismo de Chaves, a qual já compreendia os concelhos de Chaves, Boticas e Vila Pouca de Aguiar, e vai compreender, por deliberação unânime das Câ-