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30 DE ABRIL DE 1973

Para tanto e para além de medidas fiscalizadoras,

aparece-nos como medida urgente a criação de cen- tros de estágio devidamente apetrechados, financiados e subsidiados.

Por outro lado, cremos que o maior óbice a uma eficaz penetração do vinho do Dão nos mercados estrangeiros é o facto-de o engarrafamento estar pul-

verizado por inúmeros armazenistas, com um número quase incontável de marcas, nenhum, porém, com di- mensão suficiente, pelo menos em relação ao vinho a que me refiro, que justifique da sua parte a promo- ção de acções de prospecção de mercados ou de cam- panhas publicitárias capazes de, em definitivo, fixar o seu consumo internacionalmente.

Ao aumento da procura interna dos vinhos do Dão engarrafados correspondeu logo, bem ao feitio dos Por- tugueses, o oportunismo dos comerciantes, e poderá dizer-se que poucos são hoje os armazenistas de vinho que não tenham uma marca do Dão. E não só os ar- mazenistas de vinhos, pois até de outros sectores do comércio apareceram interessados no negócio.

Convirá, por isso, contrariar esta tendência e en- tregar-se a uma entidade pública, particular ou de na- tureza mista, com dimensão e força suficientes para poder desencadear a expansão do consumo dos vinhos regionais do Dão no mercado externo e a oferta de produto de qualidade no mercado interno.

Tal solução poderia ser encontrada através de uma sociedade de economia mista de que fizessem parte os organismos representativos da lavoura da região, incluindo as cooperativas, a Federação dos Viniculto- res do Dão e os comerciantes interessados.

Por outro lado, parece-me também ser indispensá- vel, para apoio às medidas que preconizo, dar-se dife- rente estrutura à Federação dos Vinicultores do Dão, facultando-lhe os meios técnicos, financeiros e admi- nistrativos necessários, por forma a poder intervir em todo o processo económico do vinho do Dão, desde

a produção ao consumo. Sr. Presidente: É com esperança que aqui deixo as

sugestões e os reparos que acabo de formular. O Governo habituou-nos a não deixar sem a devida

resposta os justos interesses dos povos e da Nação. E, no sector da economia, a presença cimeira do

Ministro Cotta Dias representa para cada um de nós, que o tivemos por companheiro, durante a maior parte da legislatura e, por isso, podemos avaliar a sua inte- ligência lúcida, o seu conhecimento realista dos pro- blemas do País, a sua personalidade forte, a sua capa- cidade de acção e decisão, que não recua perante dificuldades, qualidades já amplamente comprovadas no seu ainda curto governo, a sua presença — dizia eu — no comando da nossa economia representa para cada um de nós a certeza de que não tardarão as soluções mais convenientes para o problema que enun-

ciel.

Vozes: — Muito bem!

O Orador: — Eu, por mim, aguardo-as confiada-

mente.

Vozes: — Muito bem!

O Sr. Max Fernandes: — Mais de dois lustros são . passados desde que o Estado da Índia foi ocupado pelas forças militares do seu pseudopacífico vizinho.

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x Indiferentes à angústia de um povo que vive o

assalto continuado às suas tradições, à sua cultura e à língua que tanto ilustraram, utilizam todos os meios para liquidarem a presença portuguesa naquele subcontinente.

No entanto, não cessam de surgir notícias constan- tes sobre a resistência que essa tentativa tem encon- trado. As mais recentes são bem significativas e refe- rem-se ao que foi ali classificado de escândalo, do transporte gratuito, por avião, para Londres, de por- tugueses de Goa considerados como perigo para a segurança da União Indiana e à recusa de passaporte a uma goesa de mais de 60 anos, cuja saída foi considerada prejudicial, decerto pelo que de despri- moroso ela poderia vir a revelar no exterior.

Ocuparam o chão, sim, mas não dominaram o espí- rito.

Tal como uma pérola aguenta o embate das ondas . e o peso do oceano, mas mantém as suas caracterís- ticas, o minúsculo Estado da Índia conserva a sua individualidade, apesar das investidas para a sua absor- ção e das pressões a que de todos os lados está sujeito.

Memoráveis são, a respeito desta questão, as pala- vras do Sr. Presidente do Conselho, Doutor Marcelo Caetano, quando afirmou que «os portugueses de Goa, ocupada militarmente por uma potência estranha, não

foram entregues pela Mãe-Pátria. Pertencem-lhe ainda».

E a Pátria não esquece os seus filhos. Em nobérrima - atitude ela tem acolhido aqueles a quem a frustração

e o desânimo levaram ao exílio da sua própria terra natal, restaurando-lhes a dignidade de cidadãos, pro- porcionando-lhes trabalho e uma vida melhor e rea- firmando Portugal como nação una e indivisível.

Se não é combatível pelas armas a ocupação mili- tar que esse território sofre, ela impõe-nos o dever de defender como sagrada a cultura que a cruz, as quinas e os séculos ali criaram, e de tudo fazermos para conservarmos a sua vivência, reforçando os laços gue ligam o Estado da Índia ao todo nacional de que faz parte.

Por motivo algum poderemos ser nós a contribuir para os desígnios da sua obliteração, antes temos de apróveitar todas as oportunidades que se nos apre- sentam para intensificarmos o intercâmbio cultural, físico e até económico com os nossos concidadãos que ali vivem, amparando a sua lealdade e os seus âni- mos.

Contra o efeito corrosivo do tempo, só a força irresistível do espírito e uma política de salvaguarda de portugalidade, a que ninguém de entre nós pode permanecer alheio.

É por esse motivo que julgamos de inteira justiça louvar a actividade desenvolvida por um grupo de goe- ses, que, irmanados na defesa da causa da sua terra natal e sob a denominação idealística de Comissão Provincial do Dia de Goa, por simples e meritória mo- tivação patriótica, durante anos seguidos tem vindo a propugnar a causa de Portugal naquelas paragens.

Pelo valioso significado deste movimento espontã- neo e desinteressado pela acção que independente- mente e em complemento da actuação de organismos oficiais pode exercer, até em áreas onde estes não têm acesso, cremos de acarinhar a sua actividade, da .