O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

30 DE ABRIL DE 1973

o sentido do progresso da Nação. E por isso me me- rece a maior simpatia a preocupação de salvaguardar os nossos monumentos nacionais.

Mas é também indiscutível a necessidade de.se re- solver «rapidamente e em força» a situação telefónica de Castelo Branco, antes que se torne insustentável de todo.

Haja, pois, quem decida. E decida bem e depressa. Confio, porém, na capacidade de decisão do Go-

verno. E por isso concluirei deixando aqui bem ex- pressa a minha confiança em que mais estas justas aspirações das gentes da Beira Baixa vão ser aten- didas— a bem do distrito e da Nação.

Tenho dito.

Vozes: — Muito bem!

O Sr. Martins da Cruz: — Sr. Presidente, Srs. Depu- tados: Não pretendo deixar esta Casa, que me deixa marcas indeléveis de boas amizades, sem me referir à actividade altruísta das agremiações regionalistas, a algumas das quais estou ligado há longos anos, comungando nos seus esforços e nos seus anseios para um mais acentuado desenvolvimento das regiões que dedicadamente servem.

Baseando-se a constituição desta Câmara na divi- são regional do País, julgo não ser indiferente aos ilustres colegas a forma como se desenvolve a acti- vidade destas agremiações.

As colectividades regionalistas são valorosas e in- cansáveis lutadoras do engrandecimento local; inteira e abnegadamente devotadas ao seu torrão, muitas delas representando povoações encravadas nas serras, trabalham para que aos mais recônditos lugarejos che- guem as construtivas lufadas do progresso, uma com-

pleta assistência e os demais elementos de valorização humana.

Podem legitimamente orgulhar-se de terem erguido

ou colaborado em obras de valorização regional, que

são, a todos os títulos, notáveis.

Constituídas pelos naturais ou oriundos de cada

povoação que em Lisboa, no ultramar e no estran-

geiro, relevantemente no Brasil, exercem a sua pro-

fissão nos mais variados campos de actividade, essas

colectividades encontram-se sempre na primeira linha

de defesa dos interesses e dos direitos da terra-mãe,

vivem do abnegado amor e da heróica dedicação dos

povos aos seus torrões natais, têm sabido criar vín-

culos de solidariedade e de entreajuda, cujo mereci-

mento nunca será de mais encorajar e encarecer.

Não se deve, pois, esquecer que estas instituições

estão integradas no escalonamento dos melhores va-

lores nacionais, cuja existência merece ser devida-

mente assegurada. Preciosas colaboradoras das autar-

quiais locais, trabalhando por incansável altruísmo, a

elas se deve a parte mais importante e mais válida

do progresso das vilas e das alieias à que se encon-

. tram ligadas.

Ninguém desconhece a precária situação financeira

da maioria das autarquias, e por este facto encon-

tram nestas colectividades grandes fontes de ajuda

que devem ser estimuladas. :

Rara é a província da metrópole e do ultramar que

não tem a sua casa regional em Lisboa. Muitas são

as províncias, concelhos € regiões da metrópole que

têm representação no ultramar e no Brasil.

5335

Outras de âmbito mais restrito, mas não de menor importância, são as comissões e ligas de melhoramen- tos que servem os interesses de determinada freguesia ou aldeia.

Sobretudo os naturais do distrito de Coimbra não desconhecem a actividade da Casa das Beiras, mor- mente a realização dos dez congressos regionais nas principais cidades das Beiras; não desconhecem a be- nemérita acção das casas comarcãs e concelhias e das comissões e ligas de melhoramentos, que só na comarca de Arganil se contam por mais de uma cen- tena.

Todas estas agremiações constituem verdadeiros alfobres de virtudes que muito importa fortalecer e incentivar para que continuem a desempenhar mis- sões do mais destacado interesse nacional.

Figuras gradas do País têm desempenhado cargos nestas colectividades, irmanadas com os mais modes- tos obreiros no sentimento comum de valorização re- gional.

Muitas das teses apresentadas aos congressos regio- nalistas deram a seu tempo frutos valiosos pela im- portante contribuição que prestaram a quem incumbia decidir e, mesmo hoje, a cuidada leitura desses tra- balhos ainda pode oferecer achegas de real valor.

A Casa do Alentejo e a Casa do Minho, com uma acção altamente válida no campo social e cultural, comemoram o 50.º amversário, e está também come- morando o 40.º amiversário a Casa dos Tabuenses; umas e outras são instituições do maior prestígio no meio regionalista português.

À segunda se deve a edificação do Hospital de Tá- bua, que constitui um título de orgulho para os natu- rais do respectivo concelho residentes em Lisboa, que, afastados da sua terra por imperativos da vida, não se esqueceram dos conterrâneos que lá permanece- ram. Mas nestas quatro décadas outras modalidades de interajuda não foram esquecidas, nomeadamente através da Santa Casa da Misericórdia, que conta em Lisboa com a maior parte dos seus benfeitores.

Outra agremiação, embora mais jovem, a Casa do Concelho de Góis, andou alguns anos empenhada na edificação de um colégio para o ensino secundário, que, com merecido orgulho, inaugurou em 1970.

O que o País deve às colectividades regionalistas de eficaz colaboração para o desenvolvimento de nume- rosas vilas e aldeias daria uma interminável lista, a que não faltariam estudos de projectos e edificações de escolas primárias, de marcos fontenários, de estra- das, de electrificações, etc., além de, no aspecto social do mais são patriotismo, fortalecer e consolidar os laços que unem à sua pequena pátria, à «pátria chica», no dizer do nosso venerando colega conselheiro Al- bino dos Reis, os respectivos naturais.

V. Ex.* dá-me li- O Sr. Montalvão Machado: cença?

O Orador: — Faça favor.

O Sr. Montalvão Machado: — Tenho acompanhado com o maior interesse as palavras que V. Ex.? tem vindo a proferir. Associo-me profundamente às pala- vras de homenagem que tem dirigido às agremiações regionalistas, penso que elas representam de facto uma alta função que nunca será de mais acarinhar.