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17 DE NOVEMBRO DE 1982 439

O Auditório Carlos Alberto é pequeno, não tem palco capaz e o Teatro Rivoli. que aliás está ameaçado de destruição, é extremamente caro quando alguma companhia o pretende alugar.
Há, assim, que comprar ou expropriar o Teatro de São João e transformá-lo num belo espaço da cidade do Porto. Urge, pois, que aí intervenha a Secretaria de Estado da Cultura a fim de serem proporcionados meios à Câmara do Porto...

O Sr. Presidente: - Esgotou o seu tempo, Sr. Deputado.
Em todo o caso, faça favor de concluir, Sr. Deputado.

O Orador: - Como é evidente, 5 minutos é um tempo insignificante para se tratar de uma matéria tão importante e diversificada com esta. Por isso peço ao Sr. Presidente que me dê só mais l minuto para, finalmente, acentuar que a cidade do Porto está a ser desfigurada no seu património cultural, na sua arquitectura, na sua riqueza histórica.
O Centro Histórico do Porto está a ser completamente degradado e votado ao abandono, excepto a recuperação que está a ser feita na Ribeira-Bamedo.
É necessário que se delimite e defenda o Centro Histórico do Porto. Temos para isso projectos e esperamos que, em devido tempo, esta Assembleia os venha a aprovar.
Mas também há conjuntos arquitectónicos importantes no Porto representativos de outras épocas da cidade que não a época medieval ou a do barroco portuense, que estão também a desaparecer, destruídos pelos empreiteiros, pelo camartelo do negócio para serem substituídos por caixotões de cimento. Isso é também a desfiguração da cidade.

O Sr. Bento de Azevedo (PS): - Muito bem!

O Orador: - Há também belos edifícios que estão a ser demolidos. Está neste momento ameaçado de demolição o Teatro Rivoli. Uma garagem magnífica representativa da arquitectura industrial do princípio deste século, situada na Avenida de Rodrigues de Freitas, vai ser vendida e destruída para aí ficar, provavelmente, um grande edifício para escritórios ou um centro comercial.
Há que intervir activamente na cidade do Porto, quer para corresponder às aspirações culturais das suas gentes e para se fazer uma efectiva descentralização cultural. quer para preservar o muito de grandioso e belo que tem a cidade do Porto. A cidade do Porto é única, não podemos permitir que seja destruída ou esquecida.

Aplausos do PS, do PSD, do PCP e da ASDI.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Amadeu dos Santos está também inscrito. É para uma intervenção?

O Sr. Amadeu dos Santos (PSD): - Não, Sr. Presidente. É para fazer um protesto em relação à intervenção do Sr. Deputado do PCP.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, neste período complementar de antes da ordem do dia, cada partido tem 5 minutos, não havendo lugar a protestos. Se pretender fazer uma intervenção, fará as considerações que entender tendo para esse efeito S minutos.

O Sr. Amadeu dos Santos (PSD): - Faço então uma intervenção, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Faça favor.

O Sr. Amadeu dos Santos (PSD): - Sr. Presidente, queria apenas, por amor à verdade, repor a verdade nas afirmações feitas por parte do Sr. Deputado do PCP.
O Sr. Deputado do PCP censurou o facto de não estarem representados no 7.º Encontro de Trabalhadores da Indústria Naval os outros grupos parlamentares.
Queria informar a Câmara e relembrar o Sr. Deputado que na Comissão de Indústria. Energia e Transportes fui informado de que ia haver um encontro, mas também fomos informados de que havia um único convite.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - Dá-me licença que o interrompa?

O Orador: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - Muito obrigado por me ter permitido a interrupção, Sr. Deputado Amadeu dos Santos. Eu felizmente não me esqueço do seu nome. Agradecia que o senhor também não se esquecesse do meu.
Já agora aproveito para dizer que todos os deputados da Comissão de Indústria, Energia e Transportes podiam, se assim o quisessem, ter assistido ao encontro, porque os serviços da Assembleia contactaram a comissão organizadora desse encontro e conseguiram convites para todos os deputados da Comissão que manifestaram interesse em participar e assistir a esse encontro.
A segunda questão, quando me referi à ausência de alguns grupos parlamentares não estava a ré ferir-me ao convite que foi dirigido à Comissão de Indústria, Energia e Transportes, mas aos convites que foram dirigidos aos grupos parlamentares. E de facto o seu grupo parlamentar não se fez representar, enquanto que outros já assim não procederam. O Sr. Deputado Amadeu dos Santos, perdeu, quanto a mim. uma boa ocasião para estar calado.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Muito bem!

O Orador: - Não querendo entrar na malcriação de que o Sr. Deputado Sousa Marques deu agora mostras, queria continuar a referir que os convites endereçados ao Grupo Parlamentar do PSD foram remetidos, como é evidente, aos deputados que fazem parte da Comissão de Indústria, Energia e Transportes.
Na altura foi referido aquilo que eu ia agora completar, isto é, que na Comissão houve um convite endereçado por via postal e, juntamente com essa carta, vinha um único convite.
Na altura o Sr. Deputado Sousa Marques referiu que só havia um convite e que estava interessado em participar no encontro; contudo, se houvesse mais deputados interessados em estar presentes nesse encontro, o Sr. Deputado encarregava-se de obter os convites.
Eu, juntamente com o Sr. Deputado Vítor Brás. manifestámos interesse em estarmos presentes e foi referido pelo Sr. Deputado que iria tentar obter os convites.
Acontece que eu, até há presente data, não recebi nenhuma informação nem dos serviços, nem do Sr. Deputado. Por isso queria rebater, sincera e honestamente, por amor à verdade - conforme eu disse no início -