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786 I SÉRIE - NÚMERO 22

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Não há... Em boa, em Cascais...

Uma voz do PCP: - Está tudo, numa boa!

O Orador: - Os Srs. Deputados dirão o que entenderem, mas como não estou neste momento em comício, não é disso que se trata.
A bancada do Partido Comunista vaticinou várias vezes talvez desejasse- uma crise séria dentro da maioria, a qual não se deu até hoje.
Pergunta-me também o Sr. Deputado e não estou a ver que estas questões tenham todas a ver com o que se trata neste momento, mas é o estile» de que o Sr. Deputado gota e a pergunta tem de ser respondida - pelo problema do cheque do Primeiro-Ministro.
Tanto quanto sei mas o Sr. Deputado é capaz de ter mais informações visto que referiu o único jornal que terá dado a notícia- trata-se de um legado do Sr. Calouste Gulbenkian, em que se estipula que todos os anos seja atribuído um subsídio através do Gabinete, na altura, do Presidente do Conselho. É uma conta antiga, que resulta de um legado.
Fala-me também o Sr. Deputado e se não estivesse bem integrado no sector da banca eu pensava que era ignorância- sobre o problema dos financiamentos da banca portuguesa no estrangeiro.
O Sr. Deputado sabe perfeitamente que esses financiamentos no estrangeiro são feitos com recursos do próprio mercado local e sabe, perfeitamente que não foram os únicos bancos que fizeram más operações neste caixa, como também noutros casos, por exemplo, empréstimo à República da Polónia.

O Sr. Octávio Teixeira (PCP): - Como o valor é muito grande, qual é a solução que o Ministério encara?

O Orador: - Desculpe, Sr. Deputado, mas penso que não está à altura do debate que quiseram suscitar entrar em pormenores para responder às suas perguntas e, ainda por cima, entrar agora no detalhe. Não se trata de um debate sobre a política da banca portuguesa neste momento. Aliás, o Sr. Deputado sabe o suficiente para ver que não é necessário fazer essa pergunta.
Já a outra pergunta tem mais alcance e poderia ser discutida, ou seja, o problema da desproletarização. Como sabe, o que está em causa é que do Programa do Governo têm feito parte algumas iniciativas tendentes a facilitar o acesso à propriedade. Algumas delas foram lançadas em tempo, estão em curso e trata-se agora de novas iniciativas a lançar no mesmo sentido. As iniciativas mais conseguidas têm sido ao nível da política agrícola, mas há que alargá-las ao domínio do sector industrial.
A Sr.ª Deputada lida Figueiredo assumiu, não sei se com intenção se sem ela, uma atitude, um tanto, de comício, porque me atribui afirmações que sabe que nunca fiz e que, aliás, nunca faria. Sabe isso perfeitamente.

A Sr.ª Ilda Figueiredo (PCP): - Depois veremos, o Diário.

O Orador: - Quando a Sr.ª Deputada refere que digo que não me interessa a situação do povo português em relação aos preços, sabe perfeitamente que não é disso que se trata. O que referi é que neste momento, em qualquer país, há, a médio prazo, uma relação entre a evolução dos salários e de preços e que não podemos analisar uma sem a outra. São possíveis margens, no médio prazo, de 2 % ou 3 %, mas não é possível estarmos a desligar uma coisa da outra. Portanto, o querer fazer uma política de preços que ignore a política de salários não é realista em país nenhum. Foi isto somente o que disse.
Também nunca referi e a Sr.ª Deputada deve sabê-lo que não considero que o problema do desemprego seja um problema grave. Ainda hoje disse aqui o contrário. Só se a Sr.ª Deputada não ouviu isso por estar distraída.

A Sr.ª Ilda Figueiredo (PCP): - Foi o que veio nos jornais.

O Orador: - Não estamos a falar dos jornais, estamos a falar daquilo que eu disse e, principalmente, do que disse aqui hoje.
Repeti hoje aqui mais uma vez que o Governo tem dado maior prioridade aos problemas do produtos e do emprego do que ao problema financeiro da balança de pagamentos ou dos preços. Mas isso tem limites. Suponho que expliquei isso aqui suficientemente.

A Sr.ª Ilda Figueiredo (PCP): - Referi-me ao que se passou no Algarve.

O Orador: - O que eu disse no Algarve não foi isso, mas sim que, em termos comparativos, a nossa taxa de desemprego é menor e torno a repeti-lo, e a Sr.ª Deputada sabe que é assim do que da maior parte dos países da Europa, neste momento. Além disso, não se trata, em rigor, de desemprego, mas sim de um fenómeno diferente em grande parte um problema de primeiro emprego - que não se resolve pela via da reanimação da economia, mas sim de criar especializações profissionais que permitam encontrar empregos onde eles existam, e não através de um expansionismo global da economia. Foi isto que disse na altura, como aliás, já o fiz noutras ocasiões.
Também me disse uma outra coisa que acho ser bastante incompreensível pelo facto de ter sido referida por uma pessoa com formação de economia. Disse que eu, desta vez, referi a crise da República Federal da Alemanha e da França e não referi a seca. É realmente uma intervenção um tanto estranha, porque quando se estava a falar da crise provocada pela seca foi no ano em que ela existiu, a seca, e não neste ano.
Quando se está a falar da crise provocada pela recessão de países como a República Federal da Alemanha - imprevista pelo próprio Governo da RFA,
4 meses atrás refiro-me ao que se passou no presente ano.
O Sr. Deputado Manuel dos Santos - independentemente do carácter globalizante da sua intervenção, que não é o que interessa aqui discutir diz que não referi 3 ou 4 observações, ou seja, que não men-