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7 DE DEZEMBRO DE 1982 787

eionei que as contas estavam equilibradas ou quase equilibradas em 1979, que a AD tem estado no Governo desde 1980 e que em 1982 teremos o maior défice per capita.
É evidente que tudo o que referi foi em relação a essa estratégia de reequilíbrio de 1977-1979, e expliquei até as razões por que não podemos repetir a experiência. Perdoará o Sr. Deputado mas eu falei abundantemente desse reequilibro.
Aconselho-o ainda a fazer o cálculo do défice per capita, não só para o ano de 1982, como para alguns anos atrás, e vai ver que chega a resultados um tanto diferentes.
Já o outro género de observações que fez, tais como «saber se o governo AD esbanjou, saber se nós andamos preocupados sem saber como resolver a crise», penso que tem menos consistência.
Fazer críticas ao que se passou em governos anteriores seria uma atitude oportuna e teria grande autoridade moral se na altura em que foram discutidos os Programas de Governo desses executivos, as críticas das bancadas da oposição não tivessem sido no sentido de um maior expansionismo. Tenho dificuldade, apesar da consideração que atribuo a vários deputados e, em geral, à bancada do Partido Socialista, em perceber que agora digam uma coisa destas, quando o responsável, ou pelo menos o porta-voz da política económica do Partido Socialista ainda há poucos meses advogava uma taxa de crescimento de 6 %.

Uma voz do PSD: - Embrulha!

O Sr. Luís Coimbra (PPM): - É verdade!

O Orador: - Expansionismo em plena crise ... não é realista em país nenhum!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Agora não pode ser mais agradável ouvir o Sr. Deputado dizer e se o clima geral fosse esse estaríamos de parabéns nesta Sala - que é necessário discutir o tipo de rigor e quais as condições desse rigor. Esperava eu que esse tivesse sido exactamente o objecto do debate, na medida em que eu admitia que houvesse alternativas a apresentar à política do Governo, ou seja, dizer que o «rigor é excessivo», dizer que o «rigor é insuficiente», e discutir quais as condições a aplicar para esse género de política. Essa seria a problemática a debater com algum interesse num debate deste género para alterar e inflectir a política económica e financeira que é oferecida ao povo português.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Muito bem!

O Orador: - O Sr. Deputado Sousa Marques referiu-se a duas empresas concretas... mas penso que alguns colegas meus poderão ter oportunidade de se referir expressamente a esses casos.
O programa do Plano Siderúrgico Nacional (PSN) não estava congelado na altura, acontece até, Sr. Deputado, que não está congelado neste momento e se tivesse informações tão actualizadas como tão minuciosas as que dispõe saberia que não é assim.
Saberia que o conselho de gerência da empresa está mandatado para apresentar uma revisão desse programa de acordo com as novas coordenadas.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - Então o anterior está congelado! Estamos de acordo!

O Orador: - Quanto à Setenave, o problema não é de criar meios financeiros. O Sr. Deputado sabe, provavelmente tão bem como eu, que o problema consiste em saber se essas construções são possíveis a um custo comportável pelo povo português.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - Mas já começaram a ser feitos!

O Orador: - Algumas delas começaram... outras não!

O Sr, Sousa Marques (PCP): - O super roteiro já começou e tem de ser entregue no próximo ano!

O Orador: - O Sr. Deputado referiu-se ao super-petroleiro e referiu-se a um elenco de outras construções. Quanto ao superpetroleiro, o Sr. Deputado sabe que a situação de gestão interna sofreu arrastamentos de muitos anos e tinha uma transparência nas suas contas difíceis de aceitar em qualquer país.

Uma voz do PSD: - Ó diabo!

O Orador: - O Governo não está disposto a comprometer milhões de contos numa empresa sem estar perfeitamente esclarecida a situação financeira dessa mesma empresa.

Vozes do PSD e do CDS: - Muito bem!

O Orador: - Sabe que foi o actual conselho de gerência, onde há várias pessoas de várias tendências políticas, que teve de pedir auditores internacionais para fazer 'peritagem às contas que não eram esclarecedoras relativamente ao passado.

Vozes do PSD e do CDS: - Ó diabo!

O Orador: - Sr. Presidente, peço desculpa por me ter alongado excessivamente...

O Sr. Sousa Marques (PCP): - Qual é o futuro para a empresa!

O Orador: -...mas penso que algumas das perguntas deviam ser imediatamente respondidas embora de forma sumária, tal como a falta de tempo impõe.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, chegamos à hora de encerramento dos nossos trabalhos...

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - Sr. Presidente, peço a palavra para formular um protesto muito pequeno e que, por isso, talvez coubesse na sessão de hoje. Se V. Ex.ª entende que deve encerrar os trabalhos não vejo nisso inconveniente, mas não gastaria no entanto mais de 30 segundos.