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1534 I SÉRIE - NÚMERO 49

minal de carvão. E a questão que colocámos ao Governo - e se quiser terá oportunidade de ler o requerimento que apresentámos - é precisamente a de saber se o Governo tenciona manter a decisão de instalar, a título provisório - e já sabemos o que de provisório tem esta decisão -, o porto de carvão no local que estava destinado ao porto de pesca ou se tenciona aceitar o local que é oferecido pela Câmara Municipal de Sines.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Coimbra. Agradeço que compense agora, com brevidade, o tempo que excedeu nas perguntas.

O Sr. Luís Coimbra (PPM): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Atendendo à circunstância de o meu partido só ter tido conhecimento, após a dissolução da Assembleia, da existência de um autodenominado Partido Verde concorrente nas listas da APU, gostaria de deixar muito bem claro perante esta Comissão Permanente [...]

O Sr. Silva Marques (PSD): - Gato escondido com o rabo de fora!

O Orador: - [...] que o chamado Partido Verde não é conhecido em nenhum meio ecológico existente em Portugal, não é conhecida pelo Comité Antinuclear de Lisboa, não é conhecido nos meios da Associação dos Amigos da Terra [...]

O Sr. Martins Canaverde (CDS): - E como os tomates!

O Sr. Santana Lopes (PSD): - São melancias!

O Sr. Silva Marques (PSD): - Nascem verdes e aparecem encarnados!

O Orador: - [...], não é conhecido em nenhuma das ligas de protecção da natureza e defesa do património que existem pelo país fora.
Pelo menos as figuras desse autodenominado Partido Verde não tiveram qualquer intervenção nem nas lutas travadas no terreno contra a construção da Central Nuclear de Ferrei em 1975, nem em 1976 [...]

O Sr. Reinaldo Gomes (PSD): - Muito bem)

O Orador: - [...], não foram vistas, no Verão passado, em Miranda do Douro, na reunião de ecologistas contra a construção da Central Nuclear de Sayago, não foram vistas, embora na altura, em 1980, estivesse presente um deputado do PCP, nas lutas travadas pela população de Salvaterra de Magos contra a instalação da fábrica de pasta de papel Soporcel. Não são, pois, minimamente conhecidas em nenhum meio. As pessoas que vieram a público nunca foram «verdes», ecologistas, nem nada fizeram até hoje, em Portugal, em defesa da protecção da natureza, em qualquer situação que se relacione com a defesa do ambiente.
Diria igualmente que não têm programa político e não tomaram posição quanto à opção nuclear. Essas pessoas não sabem se são ou não pela opção nuclear,
se são ou não pelo primado da indústria pesada. E mais: estranha-se que numa coligação que, a avaliar pela presença do MDP/CDE, se reivindica do marxismo - ou pelo menos a APU, nas suas grandes linhas, reivindica-se do marxismo- esse tal Partido Verde a ela pertença.
Devo, claramente, esclarecer esta Assembleia da República que o Partido Ecologista dos «Verdes», que acaba de eleger 27 deputados para o Bundestag na Alemanha Federal, e os ecologistas franceses, que conseguiram ultrapassar, nas últimas eleições presidenciais em França, 1 milhão de votos e, neste momento, obtiveram nas principais cidades francesas 10 % dos votos dessas populações nos velhos centros urbanos, têm cada um deles um programa político que aponta para formas de evolução de economia de mercado, tendo por objectivo a criação de novas formas de associativismo, em especial com o fomento do mutualismo e «com rejeição - e estou a citar - das estatizações e das nacionalizações de carácter marxista».
Ora, como esse autodenominado Partido Verde nada afirma, nada clarifica, as pessoas que o integram não são conhecidas no meio, eu, em nome do meu partido, afirmo muito claramente que consideramos a existência desse autodenominado Partido Verde uma autêntica palhaçada e, como muito bem disse há pouco o Sr. Deputado Martins Canaverde, apenas representa a parte exterior de uma melancia. Mas, quanto a essas situações, oportunamente o Movimento Ecológico Português e todos os defensores do ambiente em Portugal darão a devida resposta a esse bando de oportunistas ao serviço do PCP.

O Sr. Silva Marques (PSD): - É uma plantação artificial de tomates!

Risos do PSD e do CDS.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, no decorrer desta intervenção, esgotou-se o período de antes da ordem do dia. Contudo, há ainda a inscrição, para uma intervenção, do Sr. Deputado Lopes Cardoso e, na sequência da intervenção do Sr. Deputado Luís Coimbra, os Srs. Deputados Veiga de Oliveira e Helena Cidade Moura também se inscreveram.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Sr. Presidente, só para que fique claro que só não usarei da palavra agora porque terminou o período de antes da ordem do dia, mas que as palavras do Sr. Deputado Luís Coimbra, além do carácter gratuito habitual e da [...]

O Sr. Presidente: - Dessa forma já está a usar da palavra, Sr. Deputado.

O Orador: - Não estou, não, Sr. Presidente.
Como as palavras proferidas pelo Sr. Deputado Luís Coimbra me merecem o mais vivo repúdio, queria dizer que tenho a intenção de, na próxima sessão da Comissão Permanente, usar da palavra para exprimir esse repúdio.