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1018 I SÉRIE - NÚMERO 23

o país da emigração, da resignação, de fornecedores de mão-de-obra barata, de intermediários em pequenos, negócios. Temos que dar o nosso contributo honrado e digno e dedicarmos o nosso melhor à cooperação com os países africanos de língua oficial portuguesa, o que pressupõe conhecimento de agir e de transformar com ciência, empenho e arte.
O tempo do «orgulhosamente sós» passou. Estamos na Europa sem complexos nem reservas, acreditando em nós próprios, organizando-nos, planeando, acautelando os nossos legítimos interesses de Pátria de oito séculos que somos, fazendo valer os nossos direitos, respeitando conscienciosamente as nossas obrigações.
Desta forma, devemos contribuir para a edificação da Europa, que com tempo e sábia paciência terá que se estender do Atlântico aos Urais, percorrida por um novo Renascimento de humanistas, de cientistas, de artistas, de filósofos, de visionários, cadinho perene de antigas civilizações a que cada geração tem obrigação de dar o seu entusiástico contributo.

Aplausos do PRD.

O Sr. Guido Rodrigues (PSD): - Peço a- palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. Guido Rodrigues (PSD): - Para um pedido de esclarecimento, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Sá Furtado não terá tempo para responder, o que não impede que V. Ex.ª...

O Sr. Guido Rodrigues (PSD): - Nós daremos o tempo necessário para que o Sr. Deputado Sá Furtado possa responder.

O Sr. Presidente: - Então, para um pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Guido Rodrigues.

O Sr. Guido Rodrigues (PSD): - Sr. Deputado Sá Furtado, V. Ex.ª referiu e repetiu vários aspectos já referenciados pelos oradores anteriores da oposição sobre a adesão à Comunidade Económica Europeia e sobre o Acto Único Europeu, reiterando várias reticências que os mesmos lhes merecem.
No entanto, V. Ex.ª pôs uma tónica específica na investigação, na ciência, na cultura, na alegria, na fraternidade, nos artistas, nos filósofos, nos visionários. Esta parte do seu discurso diz respeito efectivamente a uma área que eu compreendo que deva ser referida.
Mas, para além disso, V. Ex.ª acusou o Governo de diversas malfeitorias e de vários efeitos perversos, nomeadamente da paralisia dos centros tecnológicos, e isso foi uma afirmação que me chocou.
Na realidade, sabe V. Ex.ª que o Centro Tecnológico da Metalomecânica tem neste momento em funcionamento várias unidades e que continuam a ser lançadas outras unidades de apoio à indústria?
Sabe V. Ex.ª que ainda no mês passado arrancou em São João da Madeira o Centro Tecnológico do Calçado?
É evidente que estas questões têm de ser analisadas em termos plurianuais, pois um centro tecnológico não se constrói num ano, não se constrói em poucos dias.
Aliás, não teria sentido nenhum constituir uma unidade de apoio à indústria, uma unidade que, no fim de contas, se destina a fazer investigação aplicada directamente relacionada com a indústria sem ter os pés bem assentes no chão, sem se saber se é isso que exactamente se precisa.
Não queremos constituir mais LNETIs, mais unidades enormes, com muitos funcionários, com muito equipamento, mas com utilização efectiva diminuta para a indústria.
Sobre este ponto concreto, gostaria que V. Ex.ª me esclarecesse.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Sá Furtado.

O Sr. Sá Furtado (PRD): - Sr. Deputado Guido Rodrigues, se, de facto, V. Ex.ª ficou chocado com a paralisia dos centros tecnológicos, também eu fiquei. Portanto, estamos igualmente chocados e todas as pessoas...

O Sr. Guido Rodrigues (PSD): - Mas não há paralisia nenhuma!

O Orador: - Não!? O Sr. Deputado disse que estava chocado com a paralisia dos centros tecnológicos. Portanto, entre mim e V. Ex." há qualquer coisa de comum: quando um centro tecnológico é paralisado ficamos chocados.
Agora, o que está em causa é a questão factual de saber se os centros tecnológicos foram ou não paralisados. Essa foi a questão que o Sr. Deputado levantou e o que lhe digo é que eles foram, de facto, paralisados.
Ora, quando qualquer coisa é paralisada isso não quer dizer que não possa arrancar mais tarde, e o que o Sr. Deputado disse foi que alguns deles já arrancaram. Mas isto não impede que eles tivessem estado paralisados.
Muito concretamente, posso dar-lhe exemplo de um, que é o Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro, que paralisou em Janeiro de 1986 - portanto, já vai para um ano - e ainda não arrancou, não tendo sequer uma comissão instaladora. O mesmo acontece com o Centro Tecnológico da Madeira e julgo que também com o Centro Tecnológico da Metalurgia.
Portanto, ainda bem que alguns deles arrancaram agora, mas o que recrimino - e acho que é uma política negativa - foi que tivesse havido uma paralisação. Mas a paralisia não implica que não haja recomeço de actividade e nisso estamos de acordo. Estamos ambos chocados e esperamos que políticas deste tipo, de carácter retrógrado, não se venham a repetir.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Corregedor da Fonseca.

O Sr. João Corregedor da Fonseca (MDP/CDE): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: Em Julho do ano passado o Grupo Parlamentar do MDP/CDE decidiu não participar no debate suscitado pela proposta de resolução apresentada pelo Governo de então, ou seja, a proposta que aprovava o Tratado para Ratificação entre a CEE e Portugal.
Nessa altura, a nossa decisão fundamentava-se, entre outras razões, pelo facto de a negociação para a adesão portuguesa à Comunidade ter decorrido em circuns-