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1566 I SÉRIE - NÚMERO 40

0 Orador: - Sr. Deputado, posso ler as actas da assembleia, mas sei distinguir entre o que consta das actas e a realidade, porque nem sempre o que é transcrito para as actas corresponde à verdade.

Aplausos do PSD.

Posso explicar ao Sr. Deputado - aliás, devo dizer que tenho muito gosto em o fazer - por que é que sei que um dos vectores, uma das linhas de força para a programação da Radiotelevisão Portuguesa a partir de Abril é justamente a dos descobrimentos portugueses e uma outra linha é a dos 30 anos da televisão.

O Sr. José Magalhães (PCP): - Lê a TV Guia!

0 Orador: - Também não leio a TV Guia, Sr. Deputado!

0 Sr. José Magalhães (PCP): - Não lê? É escandaloso!

O Orador: - Sei isso porque quis saber qual o grau de receptividade que estava a merecer o programa Portugal sem Fim, programa esse que considero notável. Na altura explicaram-me - e esse foi o dado que citei na intervenção que tive oportunamente de fazer - que mais de 50 % dos telespectadores acompanham esse programa, o que é uma percentagem notável em termos de televisão. Nessa ocasião, os responsáveis pela televisão> informaram-me que iam persistir nesta linha condutora em que a televisão ia ser posta ao serviço dos interesses nacionais e ia ter uma preocupação fundamental em termos da presença de Portugal no mundo. Foi por estes motivos que pude dar a boa nova aos Srs. Deputados - pelo menos espero que a tenham interpretado como uma boa nova!
Quanto às concordâncias que manifestei em relação a alguns pontos de interpelação e do requerimento que sustenta a interpelação que o PRD apresentou ao Governo, é pacífico que a defesa nacional não se esgota na componente militar; é também um problema da educação e cultura, da política de comunicação social. E eu dei conta ao Sr. Deputado - porque de uma interpelação se trata - daquilo que o Governo já fez em todas estas áreas para proteger a defesa nacional e os interesses nacionais, para, em suma, afirmar a postura e a posição de Portugal no mundo. Foi por isso que mostrei concordância, porque foram afirmações produzidas pelo PRD que têm pleno cabimento na parte em que, evidentemente, lhe foi reconhecido.
Quanto ao Sr. Deputado Raul Castro, com certeza que por distracção, não me dirigiu qualquer pergunta. Dirigiu-as ao Sr. Ministro da Defesa Nacional, que por certo não as deixará sem resposta.
Finalmente, agradeço ao Sr. Deputado Jaime Gama as suas palavras que, no entanto, considero imerecidas. Não tenho tantos méritos...

Vozes do PS: - Ah! ... Ah! ...

O Orador: - Há outros deméritos que o Sr. Deputado quis acentuar por detrás dos elogios que, pretensamente, me dirigiu.
Queria referir-lhe, Sr. Deputado, que não vejo por que razão terá de ser o Sr. primeiro-ministro a abrir todas as interpelações ao Governo. Já dei conta na minha intervenção que pode haver 35 até ao final da legislatura, onze até ao final da actual sessão legislativa. Assim, não é razoável admitir que o Sr. Primeiro - Ministro tenha que vir abrir todas as interpelações.
Depois, também afirmei que alguns observadores qualificados viam na intervenção do PRD uma eventual tentativa para colocar em dificuldades o PS e, em particular, alguns elementos da bancada do PS que teriam dissonâncias políticas com a actual direcção partidária. O Sr. Deputado Jaime Gama, com a sua habitual habilidade e a sua superior inteligência, conseguiu virar as dificuldades ao contrário, como ficou bem nítido e acentuado na interpelação que quis dirigir ao Sr. Deputado Marques Júnior.
Também tenho que o cumprimentar por isso, não constituindo, porém, este meu cumprimento apenas uma devolução daqueles que o Sr. Deputado me quis dirigir.

O Sr. Eduardo Pereira (PS): - Bem-me-quer, mal-me-quer.

Risos.

O Credor: - Queria também registar uma circunstância que me deixou algo perplexo. Será que o Sr. Deputado Jaime Gama dispõe de um serviço de informações próprias? Como é que sabe que houve fugas do Governo e do Chefe do Estado-Maior? Tenho a impressão de que mais ninguém...

O Sr. Jaime Gama (PS): - Dá-me licença que o interrompa, Sr. Ministro?

O Orador: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Jaime Gama (PS): - O meu serviço de informações é a leitura dos jornais.

O Orador: - O Sr. Deputado é capaz de me dizer quais os jornais onde é dito que saiu um documento do Ministério da Defesa Nacional e um outro do Gabinete do Chefe do Estado-Maior do Exército, ou das Forças Armadas?

O Sr. Jaime Gama (PS): - Sr. Ministro, embora seja passível de culpa por estar a fazer publicidade a um periódico, a minha leitura matinal é o Diário de Notícias.
E lá V. Ex. encontrará estas notícias.

O Orador: - E vem lá que houve uma fuga instigada pelo Governo? Vem lá isso, Sr. Deputado?

O Sr. Jaime Gema (PS): - Sr. Ministro, é óbvio que isso não está lá dito. Porém, a matéria que lá vem só se compreende nessa base.

O Orador: - Eu compreendo que o Sr. Deputado não possa revelar as suas fontes de informação!

Risos.

Vozes do PSD: - Boa!

0 Sr. Carlos Brito (PCP): - Afinal não é só a TV Guia que o Sr. Ministro não lê!

O Orador: - Queria também dizer-lhe, Sr. Deputado Jaime Gama, que é natural que o Ministro Adjunto e para os Assuntos Parlamentares intervenha num debate desta natureza. Porque se o Sr. Deputado tivesse