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3 DE NOVEMBRO DE 1988 171

Governo. Desprezo não haverá aqui na Assembleia para ninguém, mesmo quando provar-nos que as vossas medidas descaracterizam tudo e todos, que não têm ideologia, que o PSD é mais uma frente ideológica e não um partido ideológico, e isto porque aqui em Lisboa é uma coisa, no Parlamento Europeu e outra, há hoje medidas de esquerda, e outro dia medidas de direita, há as do centro e há as da extrema direita, ou da extrema esquerda, bamboleando de todo o lado, como temos vindo a assistir.

Risos do PSD.

E todas as vezes que denunciai mos isso mesmo, em nome dos princípios do campo sociológico que o Governo ocupa, V. Ex.ª não se dará ao luxo de dar--nos ao desprezo, dar-nos-á sim a resposta: a resposta pai lamentar, a resposta democrática, a resposta do seu partido às nossas inquietações, às nossas dúvidas, às nossas criticas É isso que lhe queria dizer e, mais uma vez, afirmar-lhe toda a nossa solidariedade democrática e parlamentar e todo o nosso empenho fraternal para que esta Casa seja verdadeiramente representativa de todos os portugueses, de todas as correntes e também aqui tenha o êxito pessoal para V. Ex.ª como presidente do grupo parlamentar do maior partido português.

A Sr.ª Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Eduardo Pereira.

O Sr. Eduardo Pereira (PS): - Sr. Deputado Montalvão Machado, também a minha bancada deseja felicitá-lo e a toda a equipa que, a partir deste momento, lidera o vosso grupo parlamentar pela vossa eleição desejando-lhes as maiores felicidades no vosso trabalho.
Das referências que fez diria que em relação a algumas delas não temos diferenças a apresentar, em relação a outras temos pequenas diferenças e ainda em relação a outras nos separam grandes diferenças.
Disse que fará todo o possível para dar uma contribuição na continuação do prestígio da Assembleia da Republica - pilar básico da nossa democracia -, pois atitude V. Ex.ª com toda esta bancada para as lutas que nesse campo der. Estamos todos, os partidos desta Casa, seguramente na mesma linha, na mesma batalha que anunciou.
Disse que fará os possíveis e os impossíveis para respeitar as oposições e os seus direitos. Também nós respeitaremos o direito da maioria que vemos no PSD.
Como vê até aqui estamos a falar quase a mesma linguagem.
Disse que iria prosseguir a luta - não a guerra - pela consolidação do ideário social-democrata. Bem, também nós procuraremos que seja claro esse ideário «social-democrata a portuguesa». É que nós temos o nosso ideário social-democrata com outra dimensão e quanto mais caracterizamos o vosso mais se perceberá como o nosso é melhor e como o vosso é uma pálida e alaranjada ideia do que devia ser.
Disse depois que iria trabalhar com o Governo. Aí não. Sr. Deputado. Aí conte V. Ex.ª com a nossa oposição e o nosso papel fiscalizador da acção do Governo.
Com o Governo nunca; em oposição ao Governo sempre!

Risos do Sr. Deputado Adérito Campos (PSD).

Está a gostar?

O Sr Adérito Campos (PSD): - Muito!

O Orador: - Muito obrigado.
Bem, Sr. Deputado Montalvão Machado, eu não podia terminar o meu pedido de esclarecimento sem me referir a uma parte da sua intervenção e diria mesmo que ela poderia perfeitamente ter .sido dispensável na sua intervenção. Para já, não conheço nem nenhum de nós nesta bancada conhece qualquer crise no PS.

Vozes do PSD.

Risos do PSD.

Ai não?!
Mas, se ela existisse Srs. Deputados, como um grande partido democrático que somos, contemos em nós todas as forças para resolver rapidamente essa crise, sem necessidade de discutirmos esse problema nem com VV. Ex.ªs, nem aqui.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Rui Silva.

O Sr Rui Silva (PRD): - Sr. Deputado Montalvão Machado, como não faço parte da direcção do meu grupo parlamentar, terei de falar apenas na qualidade de colega de bancada desta Câmara, que suponho sei também reconhecida por V. Ex.ª
Ouvi com muita atenção a sua primeira declaração política, nesta Câmara, após assumir as funções de lidei parlamentai do Partido Social-Democrata. É uma intervenção moderada, como V. Ex.ª já habituou esta Câmara e os portugueses. Não me irei agora pronunciar sobre o conteúdo em si porque a prática que V. Ex.ª irá impor ao seu grupo parlamentar permitir-nos-á um conjunto de ideias que serão o icsiiltado da democracia parlamentar que todos desejamos para esta Câmara. Assim, desejamos felicitar, na pessoas de V. Ex.ª, toda a recente equipa eleita para a liderança do grupo parlamentar e desejar as maiores felicidades, não só a V. Ex.ª mas a toda a equipa, nas novas (unções que irão desempenhar.
Permita-me ainda que recorde a pessoa do líder parlamentar cessante, Sr. Deputado Correia Afonso, bem como toda a equipa com quem, durante a 1.ª Secção Legislativa, mantivemos o melhor relacionamento, com quem mantivemos uma atitude sempre ímpar e isenta de oposição, como nos compete.
Nestes termos, o grupo parlamentar do PRD; quer aqui salientar toda a colaboração que nos foi dada, desejar as maiores felicidades, quer aos cessantes quer aos recém eleitos, e manifestar a sua pretensão de que a prática que V. Ex.ª irá impor a esta Câmara seja a que desejamos para a democracia, para Portugal e para os portugueses.