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250 I SÉRIE - NÚMERO 10

falta de participação; que a diferença que vai da democracia formal à democracia real não se esgota nos rituais da participação política e na eleição dos órgãos do poder: que a participação tem de ser generalizada i a iodos os níveis da sociedade portuguesa e que ela envolve uma mudança de mentalidades que pressupõe a pedagogia democrática junto das jovens gerações.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - É por isso que são democraticamente preocupantes os índices e os níveis de participação da juventude portuguesa em todos os mecanismos de decisão. É por isso que são democraticamente preocupantes os índices de participação dos jovens portugueses na vida colectiva e é por isso que é democraticamente preocupante que menos de 18% dos jovens portugueses se reconheçam organizadamente em qualquer associação juvenil.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Este é um desafio que é lançado a todas as organizações de juventude e que a JSD, pela primeira vez na sociedade portuguesa, quis protagonizar quando fez aquele desafio que terceiros partidos quiseram entender da pior maneira, de que, para nós cru preferível que um jovem português militasse na Juventude Socialista do que não militasse em nenhuma organização de juventude.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - A JSD prefere ver num jovem um adversário, alguém que não está connosco, a alguém que não esteja com ninguém. Isto porque, Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, só se pode vencer quem combato e só se pode convencer quem tem ideias e quem nau receia confrontá-las com novas ideias e com novas formas de pensar.

Aplausos do PSD.

Este e um desafio que gostaríamos de lançar a outros partidos e a outras organizações de juventude, pois gostaríamos que outros fossem capazes de dizer que gostariam de ver jovens fora das suas bancadas a não vê-los com ninguém.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Infelizmente ainda hoje, na vida política portuguesa, há muitas organizações partidárias - e organizações partidárias de juventude - que preferem ver o neutralismo nos jovens e a sua falta de participação a não vê-los nas suas fileiras ou nas suas bancadas.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Aumentar a participação na vida pública dos jovens portugueses significa também aumentar alguns desafios à Assembleia da República. Foi nesse sentido que o 8.º Congresso da JSD aprovou um conjunto de mecanismos que vamos trazer a esta Assembleia, com a colaboração de outros deputados, de outros partidos e, em especial, com a colaboração da JS.
Pela primeira vez na sociedade portuguesa, vamos deixar bem claro que o primeiro partido da oposição e o partido do Governo se podem entender em instrumentos de diálogo com os eleitores, naturalmente com respostas diferentes, uns com respostas de acordo com o quadro ideal dos sociais-democratas, outros com o seu quadro e ideário próprios. Vamos, no entanto, juntar esforços no sentido de poder aproximar a Assembleia da República dos eleitores jovens, os jovens deputados dos mais jovens que votam.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Esse desafio de participação também deverá ser estendido às autarquias locais, nas quais a JSD pensa averbar uma grande vitória em 1989, no sentido de que não seja só mais uma nova vitória dos sociais-democratas mas antes no sentido de que, através de uma nova geração autárquica, se consiga produzir transição da autarquia de infra-estrutura para a autarquia de desenvolvimento; uma nova geração no poder local que seja capaz de promover a evolução do entendimento do exercício do poder autárquico e que faça, de uma vez por todas, do poder autárquico em Portugal o primeiro elo do poder participado por que pugnamos.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Em segundo lugar, sobre a reforma educativa, há um desafio que se lança à Assembleia da República no sentido de acautelar qual a reforma educativa que nós queremos em Portugal.
Nenhuma outra reforma, Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, vai tão longe. A partir do momento em que a escolaridade obrigatória for de 9 anos, qualquer reforma do sistema educativo em Portugal prolonga e projecta o futuro deste país para 10 anos. Qualquer alteração que se faça hoje nos currículo, nos conteúdos programáticos, são reformas que vão afectar o futuro de Portugal, pelo menos no espaço de uma geração.
É também por essa razão que os jovens portugueses uma vez mais, na Assembleia da República, têm de reforçar o papel liderante do processo educativo no conjunto de reformas de modernização da sociedade portuguesa.
Se 1992 é um desafio para Portugal e para todos os portugueses, importa recordar que 1992 é um desafio tanto maior quanto formos capazes de apostar no valor dos portugueses, no valor da nossa História, no valor da nossa Cultura e no valor da nossa Língua, entendida também na dimensão do valor estratégico da relação com outros povos, com outros Estados que falam igualmente português.
Na Assembleia da República e privilegiando quer o grupo de deputados da JSD quer a Comissão Parlamentar de Juventude, zelaremos pela correcção das políticas educativas, de acordo com o nosso ideário; promoveremos a articulação da política educativa com a política global; integrada da juventude e com as políticas de emprego; e formação profissional; e defenderemos a revisão da Lei das Associações de Estudantes.
O 8.º Congresso Nacional da JSD saudou também esta Assembleia da República no exercício dos seus poderes constituintes.