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464 I SÉRIE - NÚMERO 16

fizeram em 1974 e 1975: foram as nacionalizações, as fugas de capitais, a sangria de quadros, foi o dilacerar do tecido social e das débeis estruturas económicas do País, que se fizeram em 1974 comandadas pelo Partido Comunista e por outros grupos que, nessa altura, eram quantitativamente insignificantes mas solidários, nos princípios, com o Partido Comunista.
E V. Ex.ª sempre que intervém na discussão do Orçamento do Estado, enquanto os problemas económicos do País forem os que hoje existem, devia lembrar-se que foi o co-responsável, enquanto membro de um desses grupos, das políticas que o Partido Comunista desenvolveu nessa altura.
Assim, deveria começar sempre as suas intervenções com um mea culpa, lembrando o papel que desempenhou nessa altura.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, encontram-se entre nós, nas galerias, a assistir ao debate um grupo de 50 alunos da Escola C. S. de Lagoa, Algarve.

Aplausos gerais.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado João Cravinho.

O Sr. João Cravinho (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputado: Aí de mim que provoquei tão triste discurso de três vice-presidentes, de um candidato a liderança e de n deputados. Tanta consideração por tão pouca coisa!

O Sr. Gameiro dos Santos (PS): - Muito bem!

O Orador: - Sr. Deputado Ângelo Correia, V. Ex.ª foi o primeiro a usar da palavra e eu sei porquê. Teve medo que na sua bancada se fizesse um silêncio contrito, algum embaraço, muito pouco atino, e então V. Ex.ª «saltou» porque «salta» sempre em momentos dolorosos e de crise. Todos sabemos que V. Ex.ª quando sente o Governo em perigo e quando tem medo do fraquejo da sua bancada é um «leão» - um «leão de Aveiro».

Risos gerais.

V. Ex.ª foi, de facto, um «leão», mas entrou em contradição com os seus colegas e fez acusações graves, mais propriamente quatro, muito bem seriadas. Agradeço-lhe a síntese, porque é perfeita. São acusações graves e são mesmo aquelas.
Mas depois intervém também o Sr. Deputado Duarte Lima, vice-presidente do PSD, e diz: «O Sr. Deputado não fez qualquer acusação, não percebemos a sua intervenção V. Ex.ª não disse nada, nem sequer criticou as Grandes Opções do Plano» e, por outro lado, o Sr. Presidente da Comissão de Economia, Finanças e Plano, o Sr. Deputado Rui Machete, meu amigo, diz: «criticou e foi injusto».
É o desarrazoado completo!

Risos do PS.

Entendam-se, Srs. Deputados! E critiquem-me por criticar ou por não criticar, mas, pelo menos, tenham uma noção que seja ao menos uma noção PSD e não esta manta de retalhos, fruto do enorme embaraço em que todos estão. Mas, como tenho pouco tempo vou ser breve.
Sr. Deputado Ângelo Correia, V. Ex.ª veio aqui dizer uma coisa que não é verdade e que rejeito frontalmente.
Afirmei que a execução do Governo era péssima e não que o modelo era bom. Disse que a propaganda já foi boa, mas como a execução começa agora a sobressair à propaganda, nem a propaganda já serve. Não falei do modelo nem das opções, a não ser para as criticar. Não me atribua a ideia de que me louvo no modelo que este Governo tem, até porque o não tem.
O Sr. Deputado pergunta onde está o PS. Está aqui a fazer críticas, e V. Ex.ª sentiu-se tanto que «saltou» como o «leão de Aveiro» que é.
E agora é a minha vez de perguntar: onde está o Presidente da Comissão dos Assuntos Europeus? Está cá? Deu pelo facto de este Governo nunca o ter consultado e de ter andado «embrulhado» meses e meses a fio com o Partido Socialista a segurá-lo? Deu por isso? Deu pelo facto de este relatório das Grandes Opções do Plano ter falhas clamorosíssimas em relação à questão europeia, como, aliás, oportunamente mencionei?
Suponha que me esclareceria quanto a essa questão. Mas onde está o Sr. Presidente da Comissão dos Assuntos Europeus? Não está cá e não deve estar, tem a minha simpatia, penso que é melhor não estar.

O Sr. Gameiro dos Santos (PS): - Muito bem!

O Orador: - Sr. Deputado Vieira de Castro, é também com toda a simpatia que me dirijo a V. Ex.ª e gostaria que me esclarecesse onde é que está a indiferença. Não pretendo que me esclareça onde é que está o Sr. Presidente da Comissão Europeia dos Assuntos Europeus, mas onde é que está a indiferença. É aqui? É ali?
Pois, Sr. Deputado, a resposta é na minha opinião pública. Se não estou em erro, foi publicada no jornal «Semanário» da última semana uma sondagem sobre esta matéria, por classes etárias, por regiões, por categorias sócio-económicas, que expressa essa indiferença com enormes percentagens: não são todos os indiferentes, são só 50%. Ainda há muito a perder!
Relativamente às outras questões não tenho tempo de responder, mas gostaria ainda de dizer ao Sr. Deputado Rui Machete que não critiquei por criticar. Não fui injusto, Falei do Acto Único de 1992, da repartição do rendimento, para a qual não há opção, do Fundo Social Europeu, na Educação, e da Segurança Social, onde também não há opção.
De facto, quando digo que no relatório das Grandes Opções do Plano estão banalidades, considero-as assim do ponto de vista do conteúdo, Quem é que é contra a informação? Este Governo, por isso sente a necessidade de dizer que é a favor da informação.
propósito, Sr. Presidente da Comissão de Economia, Finanças e Plano, daquela larga lista de informações de que necessitámos para fazer o nosso relatório o que é que chegou? E o que é que falta? Pode dizer--me? Não falta muito mais de informação do que aquela que foi enviada? Então, onde está o desejo de