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1172 I SÉRIE - NÚMERO 3

que, efectivamente, V. Ex.ª - e perdoar-me-á a minha franqueza - falhou e falhou rotundamente.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Só ataques ao Governo, efectivamente, parece-me que não chega; é preciso dizer algo de construtivo, é preciso apontar algo de realizável para a solução dos problemas dos portugueses.
Mas houve uma coisa que o Sr. Deputado referiu e com a qual eu concordo, no final desta minha curtíssima intervenção - e teremos ocasião de falar muitas vezes dessa questão depois disto. É que V. Ex.ª, a certo passo da sua oração, disse que havia um crescimento do «Estado laranja» em Portugal. V. Ex.ª tem razão, efectivamente há!

Aplausos do PSD.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - «Estado laranja»!? Agradecemos a confissão!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado João Corregedor da Fonseca.

O Sr. João Corregedor da Fonseca (Indep): - Sr. Deputado António Guterres, saudamos, quer eu quer o Sr. Deputado Raul Castro, V. Ex.ª pelo facto de ter assumido o importante cargo de presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, sucedendo a um grande líder parlamentar que foi Jorge Sampaio, que muito respeitamos, e que hoje exerce as funções de Secretário-Geral do Partido Socialista. A ambos desejamos, democraticamente, as maiores felicidades no desempenho dos vossos cargos.
Sr. Deputado António Guterres, relativamente à sua intervenção que merece atenta análise e estudo, como é evidente, faço-lhe apenas uma pergunta, muito clara. V. Ex.a falou no papel da comunicação social e do Governo. Como é que V. Ex.ª interpreta o facto de os operadores da Rádiotelevisão Portuguesa só terem entrado nesta Casa cerca das 16 horas, não tendo gravado nenhuma das intervenções políticas até então, quer do deputado Jerónimo de Sousa, que fez justas críticas do Governo, quer da deputada Natália Correia, que relembrou o 31 de Janeiro, quer a sua importante intervenção política. Sr. Deputado António Guterres, não será esta mais uma forma de bem evidenciar a conhecida governamentalização da Rádiotelevisão Portuguesa contra os deputados da Oposição nesta Câmara?

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Encarnação.

O Sr. Carlos Encarnação (PSD): - Sr. Deputado António Guterres, eu desejaria dizer-lhe que me agradou o começo do seu discurso. Realmente V. Ex.* realçou o que nos une, personificou a Oposição e assumiu a responsabilidade do diálogo construtivo. O Grupo Parlamentar do PSD não se esquecerá destas suas três primeiras afirmações.
Porém já não gostei tanto do resto que disse, aliás compreensivelmente e por uma razão simples.
V. Ex.ª sabe que a maioria das ideias que aqui de deixou não são ideias próprias, não são ideias do Partido Socialista, a maior parte das ideias que inovatoriamente aqui deixou ou tentou deixar foram ideias bebidas d nosso próprio programa - do programa do Governo do Partido Social-Democrata.

Risos do PS.

O Sr. Jorge Lacão (PS): - Por isso é que os senhores estão em vias de rever o programa!

O Sr. João Corregedor da Fonseca (Indep): - PSD agora é socialista!...

O Orador: - V. Ex.ª sabe que o Partido Socialista ultimamente, tem tentado pautar a sua actuação por um acompanhamento dos objectivos e das realizações do Governo em tom crítico. V. Ex.ª queria que fosse um governo seu a realizar a obra que este governo a agora tem realizado, o que é compreensível, é justo admissível da sua parte!

Aplausos do PSD.

Mas eu gostaria de lhe perguntar se, na ausência de ideias novas, V. Ex.a quer continuar ou quer praticar - o que eu não acho admissível devido à grandeza t seu partido - a política do «bota abaixo», a política do «mal dizer», que se instalou nesta sociedade cedendo o passo a essa mesma falta de alternativas políticas reais. Se assim é, com certeza que o Partido Socialista vai por mau caminho e eu atrever-me-ía a pedir-lhe e a sugerir-lhe que o não fizesse, porque dignidade e a grandeza do partido a que V. Ex.ª pertence não o permitirão com toda a certeza.
Por outro lado, Sr. Deputado, se V. Ex.ª diz que este Governo ou que este Primeiro-Ministro não por ter apenas ministros que queiram deixar o Governo devo dizer-lhe que este país também não pode ter uma Oposição cujo único desejo obsessivo é entrar para Governo sem outras ideias.

Aplausos do PSD.

V. Ex.ª deve pensar, como homem aberto que como economista que é, como um jovem político que é, que as grandes lições dos partidos socialistas em governação nos últimos tempos têm sido fundamentalmente estas: perderem em utopia aquilo que ganha na sua aproximação às ideias do mercado. Penso que Ex.ª, com toda a certeza, encarará isto dês maneira e dará um novo rumo às orientações políticas que o Partido Socialista certamente irá continuar defender.
V. Ex.a será com toda a certeza o intérprete indicado para nos ajudar a cumprir aqui, no Plenário, grande projecto nacional a que o Partido Socialista o Partido Social-Democrata meteram ombros - Revisão Constitucional - para que todos possam governar sem alibis, para que todos possamos governar sem reservas, para que todos possamos governar sem as limitações que nos foram impostas em determinados momentos históricos.
Por último - perdoe-me esta última referência Sr. Deputado, mas para bem da democracia permitir-me-ía fazer-lha e entenda-a assim e não entenda de outra maneira - V. Ex.ª substitui no car