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3 DE MARÇO DE 1989 1653

com autorização ou não da sua bancada - isso é uma coisa que não me diz respeito mas, sim, ao Grupo Parlamentar do PSD.
Contudo, não procedi da mesma forma, tendo sempre em consideração, a minha vontade e determinação de, em sede de revisão constitucional, contribuir para clarificar os aspectos da autonomia que devem ser clarificados. Como esse é o último apelo que a Sr.ª Deputada faz no pedido de esclarecimento que colocou, quero testemunhar aqui a minha vontade e determinação em continuar essa tarefa.

A Sr.ª Presidente:- Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Roleira Marinho.

O Sr. Roleira Marinho (PSD): - Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Fiães, povoação e sede de freguesia do mesmo nome, situada no extremo norte do Pais, no concelho de Melgaço; separada de Espanha pelo Rio Trancoso ou de São Gregório, remontando a sua fundação a povoamento pré-nacional, - é merecedora de uma visita, visita que, necessariamente, não pode circunscrever-se à contemplação do panorama deslumbrante que aos nossos olhos se desdobra, entre os vales profundos. e os picos agrestes da serra da Peneda, em cujas faldas se localiza.
Se nos ativermos às referências que se fazem a Fiães, concebo de Melgaço, quer no dicionário orográfico de Portugal continental e insular, de Américo Costa, edição de 1983, ou na grande enciclopédia portuguesa e brasileira ou ainda na enciclopédia luso-brasileira de cultura, facilmente nos apercebemos da importância que Fiães teve na vida cultural, artística e religiosa do norte de Portugal e também da Galiza.
São muitas as lendas que se contam por aquelas bandas, todas pondo em relevo um profundo sentimento religioso e comunitário daquelas gentes.
Será de realçar ainda que foi exactamente em Fiães que, depois do 25 de Abril de 1974, se fez a primeira grande jornada nacional de homenagem e exaltação ao emigrante português, com a inauguração de um monumento que ficou a perpetuar na pedra essa grande dívida de gratidão de todos nós para com os nossos compatriotas que, no estrangeiro, nunca deixaram de se manter ligados ao torrão natal.
Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Também nós, deputados do Partido Social-Democrata pelo circulo de Viana do Castelo, tivemos o privilégio de há dias subir a Fiães, por sinal em dia de chuva e de neve, mas, nem isso obstou a que encontrássemos aquela gente de rija têmpora, com a esperança bem viva em seus rostos e alegria mesmo por sentirem que os seus problemas são estudados e, passo a passo, se vão resolvendo.
Visitámos o velho mosteiro de Fiães, bem conservado e acolhedor mercê da acção dinâmica e interessada do reverendo pároco aí em serviço. Na verdade, com muita persistência, com muita teimosia, sem desistir e furando a indiferença de muitos, o padre Manuel Lourenço tem conseguido mobilizar meios que permitiram salvar o mosteiro da destruição, mosteiro que é monumento nacional desde Junho de 1910! ... E que, segundo a tradição, já existia em 851, no tempo de D. Ramiro II, Rei de Leão, e que pertencia a um importante convento de frades beneditinos.
Estão previstas agora algumas obras de restauro dos pavimentos, dos muros envolventes, e da cobertura, porém, mal seria que tais trabalhos não fossem completados com estudos e escavações que nos permitam uma completa identificação de todo o acervo histórico que, por certo, existe à volta do mosteiro. E porque não a recuperação da fonte de águas minerais, a que se atribuem virtudes medicinais? Valeria a pena aprofundar as investigações.
Acrescentarei que o altar-mor do velho mosteiro, da época renascentista, será a peça mais degradada de todo o conjunto, a exigir uma atenção dos responsáveis.
Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Melgaço comemora este fim de semana, com a presença de membros do Governo e outras entidades, o VI centenário da tomada do seu castelo, por D. João I, aos castelhanos. Haverá actos solenes nó Mosteiro de Fiães, pelo que ouso reclamar uma intervenção programada e coordenada no sentido de se conseguir uma recuperação fiel e completa de todo o conjunto envolvente do Mosteiro de Fiães, reconduzindo-o à sua dimensão histórica, como marco inconfundível dos séculos, que devemos preservar e projectar para o futuro.

Aplausos do PSD.

A Sr.ª Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Silva Marques.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Amanhã vai ter lugar um grande prélio com repercussão mundial que o mundo seguirá. Uma das partes desse prélio é Portugal, e um Portugal duas vezes português porque são os jovens de Portugal. Trata-se da final do Campeonato do Mundo de Futebol de Júniores.

Aplausos do PSD.

Aconteça o que acontecer, os jovens de Portugal já ganharam: as suas vitórias e sobretudo o seu comportamento desportivo são, desde já, regozijo de todos nós, orgulho de todos nós, orgulho de Portugal!
Ainda bem que os jovens de Portugal estão à frente, a construir o exemplo para o País, que também está a descobrir os caminhos do futuro.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Estou certo de que todos aceitarão a simples, a minha modesta iniciativa na véspera deste grande jogo, decerto motivo para preocupação de todos os jogadores e, por isso, razão de sobra para um gesto da nossa parte.
A minha proposta é no sentido de que hoje mesmo seja enviado um telegrama, uma saudação, em nome da Assembleia e de cada um de nós, cujo texto tive a ousadia de redigir, mas que aceito que seja melhorado por cada um dos Srs. Deputados, sobretudo pela nossa colega, Sr.ª Deputada Edite Estrela, que tão desvanecidamente sigo todos os dias na televisão.
Sr.ª Presidente e Srs. Deputados: O meu modesto texto é o seguinte voto de saudação (seguirá como que telegrama):
«A Assembleia da República e todos os seus deputados, na certeza de exprimirem os sentimentos unânimes do povo português, saúdam a equipa de júniores de Portugal que amanhã disputa a final do Campeonato do Mundo de Futebol.