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3666 I SÉRIE - NÚMERO 76

O Sr. Mário Raposo (PSD): - É só para dizer que não foi esse o sentido das minhas palavras.

O Orador: - Exactamente. Peço desculpa pela interpretação que fiz.

O Sr. Mário Raposo (PSD): - No entanto, quero dizer-lhe, Sr. Deputado, que tem legitimidade total paia fazer as utilizações «usivas» e abusivas, daquilo que eu disse, porque toda a gente sabe qual é o sentido da sua intervenção.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Herculano Pombo, informo-o de que já esgotou o seu tempo.

O Orador: - Termino Sr. Presidente, com uma breve referência, como não podia deixar de ser, ao ataque o Sr. Deputado Mário Maciel mais uma vez; pôs na defesa do seu Governo e não na defesa do nosso ambiente.
O Sr. Deputado, em vez de o ter feito hoje de manhã, em que teve uma soberana oportunidade que, em meu entender - perdoe-me - não aproveitou devidamente, veio aqui, através de um pedido de esclarecimento ao Sr. Deputado João Soares, dizer coisas que sabe que são perfeitas- mistificações.
O Alviela e o Almonda não estão despoluidos, nem para lá caminham; o Governo não desobstruiu as praias, bem pelo contrário; pois o Governo deitou abaixo algumas barracas, mas o Sr. Deputado sabe, tão bem como eu, e o secretário de Estado tem-se queixado, que existem 52 lobbies de pressão e que alguns têm conseguido é obstruir o litoral.
O Governo não devolveu o litoral aos portugueses! O Governo está a devolver o litoral - veja-se a urbanização do Albano, vejam-se as dunas na costa, vicentina - não aos portugueses, mas sim, a alguns portugueses e a muitos estrangeiros também.

Vozes do PS e do PCP: - Muito bem!.

O Orador: - Quanto à revolução verde que o Sr. Deputado aí anunciou, porque é que não havemos de ter uma revolução verde se já temos petróleo verde. Toda a gente sabe que as revoluções se fazem com gastos de energia e com este petróleo verde é natural que a revolução seja verde.

O Sr. Presidente: - Para responder às questões colocadas, se o desejar, tem a palavra o Sr. Deputado João Soares.

O Sr. João Soares (PS): - Muito obrigado, Sr. Presidente.
Eu vou ser breve, até porque o Sr. Deputado Herculano Pombo deu uma ajuda considerável com a sua intervenção, que não foi, propriamente, uma pergunta, e estou, no essencial, de acordo com praticamente tudo o que ele disse.
Agradeço as referências simpáticas que a Sr.ª Deputada Natália Correia fez à minha intervenção assim agradeço também a forma como o Sr. Deputado Mário Raposo se referiu àquilo que eu disse - que não é, de forma nenhuma, uma discordância com aquilo que afirmei, o que registo - e vou directamente às questões do Sr. Deputado Mário Maciel que foram as questões mais contundentes.
O Sr. Deputado sabe que não temos uma visão maniqueísta das coisas e, sobretudo, da vida política do nosso país.

Risos do PSD.

Estamos sempre prontos a reconhecer, quando as outras forças políticas são capazes de fazer alguma coisa de positivo e estamos prontos a reconhecer, mesmo em matéria de ambiente.
Temos consciência de que fizeram alguma coisa em matéria do litoral, mas a verdade é que, de alguns tempos para cá, deixaram de fazer e a «flor do ambiente», pode dizer-se que murchou.
O Sr. Deputado falou em despoluição dos recursos fluviais, mas o Sr. Deputado Herculano Pombo, há pouco, já fez referência a dois ou três casos. Eu falei, na minha intervenção, no Alviela, mas podia falar-lhe do Trancão, pois parece que Lisboa lhe interessa. O Trancão está fora dos limites do concelho, mas é mesmo aqui ao lado; podia falar-lhe da bacia do Ave, que visitámos em conjunto, no quadro e da Comissão Parlamentar de que fazemos parte; podia falar-lhe dê Alhandra, onde esteve a Sub-Comissão do Ambiente à meia dúzia de dias e onde há problemas de poluição gravíssimos; podia falar-lhe do Barreiro, pois em todos estes casos há situações de uma grande gravidade e não se tem visto nenhuma acção concertada e capaz nem nenhuma vontade de desenvolver uma acção, por parte do Governo.
No entanto, se a houvesse, seríamos os primeiros a reconhecer que ela podia existir.
Por outro lado, não há vontade de fazer a pedagogia em matéria de ambiente.
Os senhores, que controlam a televisão com uma mão tão férrea...

Risos do PSD.

..., e que promovem programas em matéria de descobrimentos onde se investem milhões, não seguiram o exemplo dos nossos amigos espanhóis, onde um programa sobre questões do ambiente, de Félix de La Fuente, deu origem a um interesse fabuloso por essas questões. Além disso, hoje eles têm mais engenheiros de ambiente do que aqueles que necessitam, apesar de terem uma carreira autárquica dos técnicos em matéria do ambiente.
Também aí estamos numa situação de grande desvantagem, porque .podemos em 1992, quando, finalmente, nos decidirmos a criar a carreira de consultores em. matéria de ambiente, sermos submersos por esses quadros técnicos que nos vêm do lado da Espanha.
Aí têm uma sugestão concreta.
Mas se quer abordar as questões de Lisboa, pois afirmo que Lisboa não é para mim nenhuma obsessão. Em relação ã Lisboa, digo aquilo que O Sr. Deputado Pedro Campilho disse há pouco em relação a Cascais, com o mesmo' entusiasmo e com a mesma paixão. Nasci em Lisboa, vivi sempre em Lisboa, gosto muito de Lisboa, sou pai de várias lisboetas e, portanto, tenho uma ligação afectiva muito grande. Vivo estas coisas com algum afecto, tanto as questões do ambiente, como as questões da nossa cidade e, portanto, é nesses termos que se explica o meu interesse pelas questões de Lisboa.