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4598 I SÉRIE - NÚMERO 92

Mas o Governo tem a seu favor algo mais importante do que simples palavras. O Governo pode invocar factos. E contra factos não há argumentos.
Quem, nos últimos quinze anos, fez mais ou melhor do que os meus Governos?
Quem assegurou quatro anos consecutivos de forte expansão económica, superior em 50% à média comunitária, proporcionando uma gradual e irreversível melhoria do bem-estar das famílias portuguesas?
Quem foi capaz de gerar no País um sentido de confiança que levou a uma das mais altas taxas de investimento do mundo?
Quem encerrou o longo período de marasmo, pessimismo e resignação na agricultura, dando lugar a uma autêntica explosão do investimento agrícola?
Quem logrou diminuir o desemprego para um dos níveis mais baixos da Europa, abrindo novas perspectivas aos jovens?
Quem pôs praticamente fim à chaga dos salários em atraso?
Quem relançou o sector da construção civil e possibilitou um aumento de 15% nos últimos três anos no número de famílias com acesso a casa própria?
Quem, em três anos, reduziu o défice do sector público para menos de metade em percentagem do produto nacional?
Quem começou a pagar antecipadamente e a diminuir a nossa dívida externa?
Quem tomou finalmente a sério a construção de estradas e auto-estradas, eliminando o ancestral isolamento de muitas zonas do interior?

A Sr.ª Helena Torres Marques (PS): - A CEE!

O Orador: - Quem concretizou as reformas indispensáveis à modernização do País, tantas vezes prometidas, mas antes deste Governo sempre adiadas por incapacidade política e falta de vontade para enfrentar os interesses que sempre procuram travar as mudanças profundas numa sociedade?
Quem, repito, nos últimos quinze anos fez mais ou melhor do que este Governo?
Aplausos do PSD.

Srs. Deputados da Oposição, compreendo bem o vosso embaraço: a obra concreta do Governo contrasta de forma marcante com o vosso discurso vazio de conteúdo.
Face à dificuldade em criticar a obra concreta do Governo, faltando-lhe a crise política e a crise económica, e sendo incapaz de apresentar políticas alternativas, teve a Oposição de tentar outra via. Tentou, então, o ataque pessoal, recorrendo mesmo à insinuação cobarde e à calúnia maldosa e especializou-se no dizer mal por dizer mal.
Curiosamente, os partidos da Oposição entraram mesmo em aplaudir-se mutuamente nas suas críticas. Embora desafinado, tal coro é bem revelador da vacuidade desses partidos e da sua incapacidade para apresentarem políticas alternativas.
Na verdade, como é possível que partidos situados em extremos opostos de leque político comunguem das mesmas posições negativistas?

Uma voz do PS: - Vocês são tão maus!

O Orador: - Será que se fossem uma dia Governo tais partidos iriam seguir
orientações idênticas?
O absurdo da situação evidencia bem como a Oposição não tem ideias, nem propostas alternativas.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Para vencer o desafio histórico que tem pela frente, Portugal necessita de políticos sérios, responsáveis e preparados, conscientes do que está em jogo o futuro do País e o bem estar dos nossos filhos.

Uma voz do PS: - É verdade, sim senhor!

O Orador: - Furtando-se a abordar o cerne dos problemas que se colocam à modernização nacional e à plena integração na Europa de 1992, a Oposição mostra ignorar que, nos nossos dias e nas circunstâncias em que o País vive, aos políticos se exige, antes de mais, competência.
A superficialidade e os meros jogos de palavras, em que tanto se comprazem os nosso críticos, já não servem para liderar Portugal. Quem, de facto, poderia confiar em políticos desconhecedores dos complexos dossiers da governação e manifestamente incapazes de enfrentar, com conhecimento, a negociação permanente em que se traduz a vida nas Comunidades Europeias?
Procurando captar as simpatias de um eleitorado que, já por mais de uma vez, mostrou não os levar a sério, os dirigentes da Oposição optaram por se colar a todas as reivindicações de grupos profissionais que surgem na sociedade portuguesa.

Uma voz do PSD: - Muito bem!

O Orador: - O País vive hoje em clima de optimismo e desenvolvimento, contrastando com o marasmo antecedente. É porque as coisas mudaram para melhor que aparecem as reivindicações. Toda a gente sente, agora, que pode melhorar a sua situação porque a economia está a crescer e há estabilidade política.
No ambiente de crise, de austeridade e de profunda descrença anterior aos meus governos, pelo contrário, ninguém, no fundo, acreditava poder melhorar de nível de vida. Nesse tempo, não havia espaço para reivindicar melhorias; havia apenas que aguentar para evitar o pior.
Na sua miopia, alguns tentam apresentar como algo de negativo para o Governo esse compreensível desejo dos grupos profissionais de viver melhor, agora que ele já não é mero sonho. Ora, bem ao invés, as reivindicações são sintoma de uma sociedade livre em desenvolvimento. Somos os primeiros a reconhecê-lo.
Só que nem por isso poderia qualquer governo responsável, conhecedor dos condicionalismos que afectam a economia nacional, dar total e imediata satisfação a todas as reivindicações. Se o fizesse, estaria a comprometer a expansão equilibrada da economia, que garante a subida gradual e segura do bem-estar de todos. Estaria a sacrificar o desenvolvimento futuro do País em nome de uma ilusão temporária.
Ao invés, e de forma irresponsável, desprovidos de visão global do País, os dirigentes da Oposição concordam com tudo o que surja como exigência ao Governo, apoiam toda e qualquer reclamação corporativa, subscrevem as mais contraditórias pretensões sócio-profissionais. É sintomático que nunca se tenha