O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

3 DE JUNHO DE 1989 4599

visto um, partido da Oposição a interrogar-se sobre o custo para o Orçamento do Estado de uma qualquer reivindicação.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Nós fizemos isso no da saúde!

O Orador: - O discurso há pouco proferido por um Sr. Deputado do Partido Socialista é bem o exemplo do que acabo de dizer. É um exemplo notório da incapacidade da Oposição para ver para «além do adro da igreja».
A falta de visão global do País ficou por demais patente no discurso daquele Sr. Deputado, para que possa vir a ser uma afirmação de uma alternância de liderança no seio do seu próprio partido.
Nesta colagem sistemática, os políticos da Oposição abdicaram de liderar a sociedade, passando a andar a reboque de quem apareça a reivindicar na praça pública, o que, de facto, não é elogios para esses políticos.

Aplausos do PSD.

Mais: este tipo de comportamento já levou dirigentes e partidos com grandes responsabilidades a repentinas viragens de 180 graus em graves questões de Estado.
Que credibilidade merece quem assim- actua? Que confiança podem depositar os portugueses em quem corre atrás de qualquer reivindicação, ignorando o interesse geral?
Os portugueses sabem o que teriam a esperar de quem revela tanta leviandade. Sabem que, se fossem Governo, os partidos da Oposição iriam ceder à tentação da facilidade, incapazes de resistirem às pretensões dos mais variados grupos, navegando ao sabor «de políticas contraditórias, pondo em causa o desenvolvimento futuro do País e a própria dignidade do Estado, e trazendo de volta a crise económica.
Por isso, quando os políticos da Oposição julgam colher as simpatias de quem reivindica, colando-se às suas pretensões, eles estão, afinal, a desacreditar-se ainda mais aos olhos dos portugueses.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Não tendo. apresentado quaisquer, propostas válidas para promover o desenvolvimento do País, os partidos da Oposição reforçaram, durante este debate, a justeza da posição do Governo e das suas políticas.
O Governo não corre atrás da popularidade fácil nem se furta a tomar as medidas necessárias ao futuro do país, ainda que elas possam ser, num primeiro momento, mal compreendidas por um ou outro sector. Não governamos para grupos, governamos para Portugal.
Temos perfeita consciência do momento histórico que atravessamos. Nestes anos cruciais joga-se o bem-estar de muitas gerações de portugueses. O que vai ser o nosso pais no século XXI depende, em larga medida, daquilo que formos capazes de fazer agora.
É porque o Governo assume, como imperativo essencial, a modernização do País que está a impulsionar um processo de mudança na sociedade portuguesa sem
paralelo na nossa história recente.
Vamos prosseguir no grande esforço de valorização dos recursos humanos através da educação e da formação profissional, vamos apoiar a diversificação e a modernização da indústria, vamos continuar a obra de ressurgimento da agricultura nacional, de abertura de novas vias de comunicação, de redução do peso do Estado na economia e na sociedade, vamos fortalecer o comércio, vamos promover o desenvolvimento regional equilibrado do País.
É este o caminho certo, Srs. Deputados, para legarmos aos nossos filhos um Portugal mais rico, mais justo e mais solidário.
Continuamos a apostar nos portugueses e por isso vamos ganhar. O País que estamos a construir será motivo de orgulho mesmo para os Srs. Deputados da Oposição. Estou certo, disso e os portugueses também.

Aplausos, do PSD.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado .Carlos Brito pediu a palavra para que efeito?.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Sr. Presidente, é para exercer o direito da defesa da honra da bancada.

Risos do PSD.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, não conheço e apelo à Câmara não sou dos deputados mais antigos mas não conheço qualquer circunstância onde, em debates deste tipo e num debate de encerramento, tenha sido exercido o direito de defesa da honra ou da consideração.

O Sr. José Magalhães (PCP): - Falta de memória!

O Sr. Presidente: - Não é falta de memória. É falta de conhecimento, pois isso nunca aconteceu na minha presença. E a informação que obtenho é a de que isso não é hábito nesta Casa. De resto, tem atrás de si um colega que pode muito claramente, pois deve ser um dos deputados mais antigos nesta Casa, considerar os precedentes possíveis.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Sr. Presidente, dá-me licença que dê um esclarecimento?

O Sr: Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Sr. Presidente, houve um único precedente que conheço: foi quando o deputado Adelino Amaro da Costa fez um protesto depois da alocução final do primeiro-ministro, Mário Soares, não lhe tendo sido negada a palavra.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Depois dos esclarecimentos dados; tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Brito.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Sr. Primeiro-Ministro, prevalecendo-se de ter o uso da palavra, no final dos debates de hoje. fez acusações às oposições numa linguagem que temos de considerar ofensiva e parlamentarmente inaceitável.