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20 DE OUTUBRO DE 1989 113

Transformações e mudanças profundas no domínio político, libertando a sociedade para fortalecer o Estado democrático, terminando com querelas inúteis e estéreis que em nada contribuíram, no passado recente, para o progresso do País ou para a felicidade do povo.

Aplausos do PSD.

Transformações e mudanças profundas nó sistema económico, fomentando a iniciativa privada, desenvolvendo a capacidade empresarial dos Portugueses, terminando com os resquícios de um colectivismo obsoleto ou de uma estatização irracional que não fazem história.
Transformações e mudanças profundas, ainda, ao nível do desenvolvimento regional, atenuando assimetrias, vencendo desequilíbrios, aproximando regiões e pessoas dos padrões europeus de crescimento e desenvolvimento.
Transformações e mudanças, igualmente, no plano social, porque é imperativo nacional realçar que a criação de mais riqueza só se traduz em genuíno desígnio colectivo se contribuir, como defendemos, para atenuar os desequilíbrios regionais e sociais, que durante décadas se agravaram na sociedade portuguesa.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Tudo isto, que tem vindo a concretizar-se de forma vincada e segura, encerra uma autêntica, revolução: tranquila, ordeira e pacífica.
E tudo isto, Sr. Presidente e Srs. Deputados, não releva de imposições ou exigências dimanadas de praças ou instituições financeiras internacionais, não é resultado de terapêuticas receitadas do estrangeiro que, como no passado recente, só serviram para ocultar a sistemática ausência de vontade política.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Tudo isto é fruto da vontade política livremente assumida, da coerência entre o que se diz e o que se faz, da consciencialização de que os desafios do futuro não se vencem com paliativos de ocasião, improvisos de circunstancia ou belas tiradas discursivas que fazem o gáudio de alguns mas em nada contribuem para o progresso de todos.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: O desafio do desenvolvimento de Portugal para - uma plena integração na Europa de 1992 é tarefa colectiva que a todos deve empenhar.
Todos, Estado e cidadãos, Governo e oposição,, empresários e trabalhadores, organizações da sociedade civil, todos, sem excepção, tem um importante papel a desempenhar.
Para vencer esse desafio pretende o Governo, repito, com a colaboração de todos, compatibilizar A Europa de 1992 não é, para nós, Portugueses, um estado de necessidade. É, acima de tudo, um objectivo estratégico que radica em opção consciente e esclarecida. Uma opção que é, antes de mais, por um sistema em que a liberdade política coexiste com a solidariedade social; uma opção que, sendo pela realização de melhores condições para todos, não esquece as exigências de maior qualidade de vida que o presente exige e o futuro requer; uma opção que, sendo pela justiça social e pelo desenvolvimento regional, não pode fazer esquecer que a plena realização do homem no plano individual e colectivo pressupõe a valorização da sua dimensão cultural...

Aplausos do PSD.

Uma opção por padrões europeus e ocidentais, sem dúvida, mas uma opção que não renega, antes valoriza, o nosso passado histórico, o nosso património cultural, a nossa própria civilização; identidade e vocação universal. Uma opção, em suma, que encerra um verdadeiro projecto nacional.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Projecto nacional que a todos - repito, a todos - vai mobilizar, não obstante a falta de visão de alguns tradicionais profetas dá desgraça para quem ser-se oposição é dizer mal de tudo e de todos e assim tentar disfarçar uma clamorosa ausência de projectos, de alternativas e de ideias.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Projecto nacional que vamos vencer, pesem embora as manobras de quantos só se comprazem em tentar semear o pessimismo onde reina a confiança ou lançar o derrotismo onde ressalta a esperança.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Portugal é hoje um país bem diferente do passado. Um país novo, com perspectivas de presente e com horizontes de futuro. Um país onde, definitivamente, deixou de existir crise e passou a haver confiança e esperança.
Reconhece-o a maioria da população portuguesa, reconhecem-no as instituições internacionais insuspeitas, reconhece-o, tal como já aqui foi dito, o próprio Presidente da República que, num comportamento correcto e louvável, não se cansa de enaltecer, cá dentro e lá fora, o novo Portugal que nos últimos anos tem vindo a construir-se.

Aplausos do PSD.

Ainda anteontem em Paris, mas falando de Portugal, dizia textualmente o Chefe do Estado: «Portugal é hoje outro país quando comparado com a realidade de há alguns anos atrás. Dispomos hoje de uma oportunidade única de desenvolvimento e modernização, assegurada por uma situação de invejável estabilidade democrática.»

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Ao que parece, só a nossa oposição, cega, teimosa e fechada sobre si mesma, teima em não querer ver esta indiscutível realidade. Por isso está cada vez mais desacreditada.
Por isso fala cada vez mais para si própria e, cada menos para o País.
Por isso mesmo o País real lhe dispensa a mais completa das indiferenças.