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76 I SÉRIE-NÚMERO 3

Os empresários não esquecem por exemplo que em 1980 o actual secretário geral do PS escrevia a propósito do pedido de autorização legislativa do Governo de Sá Carneiro pan uma nova delimitação entre os sectores público e privado, que se tratava de uma tentativa para lançar as bases da acumulação capitalista privada.

O Sr. Duarte Lima (PSD): - Sintomático!

O Orador: - Os empresários sabem que o secretário geral do PS é no plano ideológico coerente com o seu passado político. Quem não é hoje coerente com o seu passado é o PS precisamente porque mudou de secretário-geral.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Como pode o PS inspirar confiança quando aceita coligar-se com o partido quer rejeita e combate orientações básicas do Portugal moderno, a integração na CEE, a primazia da livre iniciativa, a permanência na NATO e a adesão à UEO?
É por tudo isto que hoje não restam duvidas que o PS lançou uma moção de censura tipo boomerang. É o PS que deve ser censurado pela sua aliança com os comunistas e não o Governo legítimo de Portugal.

Aplausos do PSD.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Nos tempos modernos o comportamento da economia é a grande condicionante do progresso material social e cultural dos povos. E assim nos países em vias de desenvolvimento como o é na Europa Ocidental, nos Estados Unidos, ou no Japão, como o é também na União Soviética ou na Polónia.
Portugal não foge à regra.
Será então que o PS considera grave a evolução económica do País e encontra aí alguma justificação para apresentar esta moção de censura?
É óbvio que não, porque se o fizesse mostraria a evidência ou estar mal informado ou que de ciência económica percebe pouco.
A expansão económica em 1989 deve ser a mais forte nos últimos 10 anos, ultrapassando mesmo o crescimento do produto no período de 1986-1988 que tem sido apresentado como os anos de ouro da economia portuguesa.
O investimento pelo quarto ano consecutivo, continua a crescer a ritmo impressionante, reflectindo o forte clima de confiança existente e o empenho na preparação da economia portuguesa para enfrentar o desafio do mercado interno.
O desemprego baixou para apenas 4,9 % uma das mais baixas taxas do mundo ocidental, nível que é considerado tecnicamente como ausência de desemprego. Nos últimos 12 meses criaram-se em Portugal mais de 150 mil novos postos de trabalho.
Será que os socialistas não aprovam a criação de emprego?

O Sr. Duarte Lima (PSD): - Não!

O Orador: - Nós sociais-democratas para quem a dignidade e a realização do homem estão no centro da acção política atribuímos grande importância a evolução do emprego.
Por outro lado e apesar da forte expansão do investimento as contas externas estão a evoluir favoravelmente, pelo quinto ano consecutivo o País vive a tranquilidade da ausência de desequilibros externos preocupantes.
As exportações estão a crescer a ritmo elevado. O que não pode deixar de ser visto como um indicador muito positivo uma vez que Portugal terá de desenvolver-se num quadro de acrescida concorrência internacional.
O Banco de Portugal acumula presentemente um confortável stock de divisas que há três ou quatro anos seria considerado impensável mesmo pelos mais optimistas.
Onde estão os Srs. Deputados da oposição que ha um ano atrás aqui na Assembleia da República vaticinavam para 1989 estagnação económica.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Inflação.

O Orador: - A perda de confiança do investidor, o agravamento do desemprego e descalabro das contas externas?
Nenhum dos que então se ar oravam em analistas económicos põe agora a cabeça de fora?

Risos do PSD.

Até a taxa de inflação resolveu pregar uma partida ao PS.

Vozes do PCP: - Ah.

O Orador: - Ela que durante meses se revelou difícil de controlar e aumentou os discursos da oposição pois então não foi logo agora no mês de Setembro que
registou uma subida de apenas 0,2 %.

Vozes do PS: - Oh.

O Orador: - É um dos dois melhores resultados dos últimos 27 meses?

Aplausos do PSD.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Pensei que era uma descida!

O Orador: - Dirá o PS que foi azar, dirão outros que foi falta de perspicácia ou mesmo inépcia política.
Mas eu proponho-me dar um bónus ao PS e ao resto da oposição ou esquecer este bom comportamento do índice de preços no mês de Setembro.
Dou de barato ao PS que contabilize a débito do Governo um resultado menos bom no domínio da inflação podendo mesmo ficar também com a taxa de inflação em Espanha de 7 % em Inglaterra de 7,6 % muito acima das pressões iniciais.
O Governo esse contenta-se em registar a seu crédito a elevada taxa de crescimento económico a forte expansão do investimento a baixa da taxa do desemprego a subida do rendimento real das famílias a diminuição dos salários em atraso o aumento da produtividade a construção de vias de comunicação escolas hospitais e habitações a reforma do sistema educativo a redução do défice do sector público, a redução da d ida externa o elevado volume de reservas cambiais do Banco de Portugal e outros indicadores do progresso da sociedade portuguesa.

Aplausos do PSD.