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2 DE NOVEMBRO DE 1989 241

O Orador: - Sr.ª Presidente, os apartes descontam no tempo do PSD, a arruaça não!
Para terminar, Srs. Deputados das oposições, reafirmo, em nome do Grupo Parlamentar do PSD, o total e completo apoio dos nossos deputados ao governo de Cavaco Silva ...

Vozes do PCP e do CDS: -Ah!...

O Orador: -.... na convicção de que a forma como tem cumprido o seu mandato facultará ao PSD uma nova maioria para governar Portugal em 1991.

Aplausos do PSD.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Foi o que faltou na moção de censura.

A Sr.ª Presidente: - Srs. Deputados, inscreveram-se para formular pedidos de esclarecimento os Srs. Deputados José Lello, António Guterres, Hermínio Martinho e Basílio Horta.

O Sr. Basílio Horta (CDS): - Sr.ª Presidente, não pedi a palavra para pedir esclarecimentos.

A Sr.ª Presidente: - Sr. Deputado, de facto, informam-me neste momento que o Sr. Deputado pediu a palavra para fazer um protesto.

O Sr. Basílio Horta (CDS): - Sr.ª Presidente, pedi a palavra não para fazer um protesto, mas, sim, para defesa da honra da minha bancada, pois penso que se há casos em que a honra da minha bancada tenha sido posta em causa este foi um deles.

A Sr.ª Presidente: - Tem, então, a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Basílio Horta (CDS): -Sr.ª Presidente, como disse, foi precisamente nesta infeliz intervenção do Sr. Deputado Luís Filipe Meneses que a honra da minha bancada foi posta em causa.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Orador: - Digo intervenção infeliz a todos os títulos, embora compreensível. Compreendo que para o Sr. Deputado Luís Filipe Meneses o debate leal, a divergência clara e frontal num partido sobre coisas importantes possa ser sinónimo de cruéis e dilacerantes - penso que foi esta a expressão que utilizou - divisões.
Para o Sr. Deputado, que é um yes man, ...

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Muito bem!

O Orador: -... que não sabe o valor do debate, é estranho que isso aconteça e, para si, cruel e dilacerante divisão é a legítima, a normal, a correctíssima divergência de opiniões, quando assumida com inteligência, com frontalidade e com lealdade.

Aplausos do CDS.

De facto, o Sr. Deputado não entende isto, e, por conseguinte, é interessante vê-lo preocupar-se com a sorte da nossa bancada, dizendo que teme que estes quatro deputados -neste momento só três, pelas razões que se conhecem -, que teve a gentileza de qualificar de n ilustres -embora na sua boca não lhe agradeça o epíteto-, possam amanhã não estar na Assembleia da República. Quero dizer-lhe que em relação a si não tenho a mesma dúvida: V. Ex.ª sentar-se-á aí, seja qual for o líder da sua bancada,...

Aplausos, do CDS.

... seja qual for a orientação estratégica da sua bancada, porque V. Ex.ª não entende o que é o debate, não entende, o que é a liberdade - não entendia antes e não entende hoje.
Por isso, a crítica que V. Ex.ª fez é daquelas que caem como chuva numa gabardina: são gotas que se perdem e só merecem reparo para que se não diga que "quem não se sente não é filho de boa gente!".

O Sr. Silva Marques (PSD): - É preciso que a gabardina seja boa!

O Orador: - Se for igual à sua é péssima!

Risos.

O Sr. Deputado Luís Filipe Meneses tentou entrar numa ou noutra matéria relativamente séria, falando sobre o posicionamento dos partidos em relação à moção de censura.
Quanto a este aspecto, devo dizer que o meu partido não passou procuração ao seu -e muito menos ao senhor! - para vir aqui sangrar-se em saúde sobre as razões do CDS!
O CDS entendeu assumir a posição que entendeu assumir, e fê-lo em espírito de inteira disciplina partidária, assumindo com clareza e frontalidade um debate que tinha a ver com outras razões que oportunamente foram expressas.
Admiro-me muito que o senhor venha tomar as nossas dores, porque V. Ex.ª não tem rigorosamente nada a ver connosco! Se tivéssemos de dar mandato a alguém para defender os nossos interesses perante o eleitorado, seguramente que não o daríamos a uma pessoa como V. Ex.ª!

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Muito bem!

O Orador: - De qualquer maneira, a atenção que o PSD tem em relação ao CDS, esta atenção permanente, não pode deixar de espantar-nos.
Penso que VV. Ex.as e falando agora de coisas sérias - estão preocupadas, e estão-no porque sabem que a maioria há-de ser-vos retirada. VV. Ex.as sabem que o debate que se trava no CDS, o que se trava no centro e na direita portuguesa, vai constatar que aquilo que VV. Ex.as representam não merece uma confiança maioritária, em termos absolutos, do eleitorado português.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Muito bem!

A Sr.ª Presidente: - Sr. Deputado Basílio Horta, queira terminar, por favor.

O Orador: - Termino já, Sr.ª Presidente VV. Ex.as querem evitar o inevitável - isso até é compreensível -, mas que o façam da maneira e com o desempenho com que V. Ex.ª fez naquela tribuna, isso