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640 I SÉRIE - NÚMERO 19

os entendimentos. Com os comunistas como aconteceu nas recentes eleições locais francesas como acontece na Grécia como tem estado em discussão em Espanha.

Vozes do PSD: - E na Checoslováquia na Polónia.

O Orador:- O Ministro das Finanças afirmou que tem sido difícil fazer oposição nestes últimos quatro anos. Nós replicamos que com uma conjuntura externa tão excepcionalmente favorável foi fácil governar desgovernar. Dizemos mais que o Governo Cavaco Silva e o PSD a eram quatro anos com quase todos os ventos a favor para demonstrar que não são capazes de fazer um país mais justo e que são incapazes por isso de fazer um país mais moderno e mais fraterno?
Este ser a feito sim por um governo e uma política alternativa democráticos no que confiamos, por que lutarmos.

Aplausos do PCP de Os Verdes e do deputado independente João Corregedor da Fonseca.

O Sr. Presidente: - Para palavra o Sr. Deputado Jorge Sampaio.

O Sr. Jorge Sampaio (PS: - Sr. Presidente Sr. Primeiro Ministro Srs. Membros do Governo Srs. Deputados: A Europa e o mundo em, que estamos apresentam, se em maré de mudança. Pese embora algumas incertezas que onerando futuro - e porque a verdade não é linear e carrega sempre a sua dose de certeza - já é evidente o sentimento global dessa mudança. Esse sentido é o da democracia política pluralista e representativa assegurando o primado da liberdade individual e da solidariedade colectiva tal como o da iniciativa no terreno económico e o da protecção no terreno social.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Na Namíbia ou na América Central e bem como em Joanesburgo em Budapeste no Báltico os movimentos são de paz e de liberdade o mesmo é dizer de

Democracia.

Vozes do PS:- Muito bem!

O Orador -E o mesmo é reiterar essa fundamental regra inspiradora dos rumos da Europa Ocidental regra que se traduz na articulação do máximo de liberdade para quem não precisa de protecção e no máximo de solidariedade para quem não tem condições para que lhe baste a liberdade.

Vozes do PS. - Muito bem!

O Orador: - Por muitas contradições refluxos resistências e contrariedades que este processo global nos apresente ou seja por de mais dramas como o de Timor Leste ou de Tananmen que possamos evocar este é o sentido geral e profundo da época em que vivemos. A Europa Ocidental recebe bem estes ventos porque de há muito os antecipou e se bateu por eles. O socialismo democrático europeu ocidental recebe-os ainda melhor porque foi ele o obreiro teórico e prático desse, desunião grande que a Europa perfilhou.

Aplausos do PS.

Nós socialistas portugueses honramo-nos desintegrar essa nobreza moral que é a maior família política europeia e estamos por isso particularmente bem colocados para dar as boas vindas à mudança. Nós e não o PSD.

O Sr. Duarte Lima (PSD): - Essa é boa.

O Orador: -... porque enquanto se mantiver - e tudo faremos para que se mantenha a adesão de Portugal à Europa o PS é o único para o conhecido labora como membro dessa família. Só para efeitos internos que o partido do Governo se chama social democrata.

Vozes do PS:- Muito bem!

O Orador: -... apesar de saber de antemão que não é como tal reconhecido pelos seus homónimos europeus nem aceite pela Internacional Socialista.

Aplausos do PS.

Aos olhos criteriosos dessas velhas democracias o PSD não é social democrata. E em nosso entender só o será se algum dia por absurdo fosse a, Europa a aderir a
Portugal.
Os ventos são de liberdade e de solidariedade. Não cultivam o apascentar da multidão como faz o populismo que em Portugal impera antes sabem decompô-la em indivíduos cidadãos e produtores que são capazes de por livre e espontânea vontade dar as mãos uns aos outros. Estes ventos são os nossos.
Estamos em casa no dealbar da última década deste século. Rendidos todos a esta e idêntica não surpreende pois se o quadro em que vivemos é de um mundo onde se notam acentuados consensos sobre múltiplos objectivos nacionais a alcançar em regime democrático. Mas é um consenso verbal e retórico feito com a matéria prima da palavra que esbate a diferença entre os partidos as promessas e os programas. Cada vez mais porém é o critério da prática da expressão nos actos da filosofia política de cada partido que podem servir, de retrato aferidor e teste à verdadeira natureza de cada agente político..
É natural neste, quadro de levianas convergências retóricas em torno de uma, realidade global que cada vez mais consagra os ideias que professamos que a esquerda em geral o centro e a direita democrática pareçam não poder divergir em fórmulas tão abstractas como as que o Governo escolheu para as Grandes Opções de Portugal até 1992 - e cito informar e mobilizar a sociedade reconverter a economia valorizar os recursos humanos e fortalecer o tecido social.
A verdadeira questão é a de avaliar se a forma como o Governo vem actuando é compatível e adequada a esses objectivos. A não ser então esta estratégia dita nacional revela se uma mera estratégia de um governo e de uma maioria ciosa da conservação do poder a qualquer preço.
Não tem sentido ir muito fundo no debate de umas Grandes opções tão superficiais mas equacionemos algumas questões que muitos portugueses colocam.
Concretizar a alegada opção de informar e o mobilizar a sociedade será a prática de negativo debate político público procurando fazer crer que a alternativa é Cavaco