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2246 I SÉRIE - NÚMERO 66

do distrito de Setúbal, a propósito da realização dás jornadas parlamentares do Partido Socialista nessa terra.
Gostaria de dizer-lhe que é sempre com muito gosto que ouço qualquer deputado trazer para esta Câmara, de forma séria, os problemas do distrito de Setúbal e as propostas-solução para os resolver.
No entanto, não posso deixar de dizer que sinto a sensação de que esta deslocação do Partido Socialista e do seu grupo parlamentar a Setúbal é de certa forma oportunista.
Na verdade, o Partido Socialista constatou que foram os últimos governos do Partido Social-Democrata que resolveram a crise do distrito de Setúbal, hoje, palco de grandes investimentos. Foi retomada a confiança pela estabilidade política e o investimento surgiu em Setúbal. As tensões sociais foram perfeitamente diluídas. Há melhores condições de vida, há progresso e desenvolvimento e hoje a palavra «crise» já não se pronuncia em Setúbal.
Assim, o Partido Socialista mais não fez do que tentar aproveitar esta boleia. De facto, nada fez, nada contribuiu para o progresso de Setúbal e vem, agora, desta forma oportunista, colar-se a tudo aquilo que este Governo fez, como se tivesse desempenhado algum papel em tudo isto.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Não teve agora, nem teve anteriormente quando foi Governo, pelo que não pode vir associar-se a um desenvolvimento para o qual não contribuiu e, principalmente, a um desenvolvimento que surge após uma crise, essa sim, para que contribuiu, significativamente, pela apatia e pelo desinteresse em relação à zona.

Aplausos do PSD.

A Sr.ª Presidente:- Para responder, se assim o desejar, tem a palavra o Sr. Deputado José Reis.

O Sr. José Reis (PS): - Sr. Deputado Cardoso Ferreira, agradeço-lhe por me dar azo a que acrescente algo mais à minha intervenção de há pouco.
De facto, tive a sensação de que o Sr. Deputado, da forma calorosa como falou, ainda não esqueceu a profunda derrota que o seu partido sofreu em Setúbal, aquando das eleições autárquicas, designadamente para a Câmara de Setúbal.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - E isso é a resposta da população setubalense a todas as críticas que o Sr. Deputado acaba de dirigir ao Partido Socialista.

O Sr. José Sócrates (PS): - Muito bem!

O Orador: - Devo também dizer-lhe que o problema não está na OID, pois, a esse nível, as questões já estuo resolvidas. Como o Sr. Deputado sabe, a OID existe há seis meses, mas, se calhar, se não tivesse sido a intervenção de um Governo que pôs em prática o Plano de Emergência - como bem deve estar recordado -, os problemas graves que se depararam à população de Setúbal ainda hoje existiam.
Assim, suponho que o Sr. Deputado terá de ultrapassar o problema resultante das eleições autárquicas. Já são águas passadas, melhores dias virão e, em meu entender, não tem razões para levantar essas questões, uma vez que, como sabe, o Partido Socialista esteve sempre à frente das grandes soluções no que respeita ao distrito de Setúbal.

O Sr. Filipe Abreu (PSD): - Nós sabemos que melhores dias virão!

O Sr. Cardoso Ferreira (PSD): - Peço a palavra, Sr.ª Presidente.

A Sr.ª Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. Cardoso Ferreira (PSD): - Para uma breve defesa da honra. Sr.ª Presidente.

A Sr.ª Presidente: - Se se sente ofendido na sua honra; tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Cardoso Ferreira (PSD): - Sr. Deputado José Reis, V. Ex.ª não quis entender o sentido das minhas palavras e confundiu - como, aliás, o PS confunde - o Plano de Emergência com a Operação Integrada de Desenvolvimento, que são coisas totalmente diferentes. Aquilo que foi um programa para resolver questões agudas de pobreza e de carência não tem nada a ver com um programa de 110 milhões de contos que foi obtido pela mão deste Governo para promover as infra-estruturas necessárias para o distrito de Setúbal para acompanhar o desenvolvimento.
É grave essa confusão, mas não deixa de ser natural, já que os senhores pensam na base do subsídio e nós pensamos na base do investimento.
Quero também dizer-lhe que, em relação às eleições autárquicas, eu estava a falar do distrito e o Sr. Deputado estava a falar do concelho de Setúbal. Aliás, estranho muito a sua intervenção, porque o actual presidente da Câmara apresentou-se sempre como independente, não lendo nada a ver com o PS e disse à cidade que se tratava de uma questão completamente descomprometida; nem queria ouvir falar do PS, principalmente porque estávamos a 20 minutos de Lisboa, onde as coisas eram bastante diferentes. Provavelmente, hoje, o Sr. Secretário-Geral acabou de ir a Setúbal explicar-lhe que ele tem de retomar o bom caminho e lembrar-se novamente que é militante do PS.

Aplausos do PSD.

A Sr.ª Presidente: - Para dar explicações, se assim o desejar, tem a palavra o Sr. Deputado José Reis.

O Sr. José Reis (PS): - Sr. Deputado, não quis ofendê-lo, e suponho que não utilizou essa figura porque eu o tivesse ofendido. Estranho muito que se tenha ofendido por ter perdido as eleições autárquicas - o que, de facto, é uma realidade - mas, aí, foi o voto do povo e não há nada a fazer!
De qualquer das formas, o Sr. Deputado sabe perfeitamente que não confundi o Plano de Emergência com a Operação Integrada de Desenvolvimento (OID), que tem o seu programa aprovado há apenas seis meses. Não foi, portanto, a OID que resolveu os problemas do distrito de Setúbal.

O Sr. Cardoso Ferreira (PSD): - Não era para resolver!