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4 DE MAIO DE 1990 2375

sados já estão nos lobbies ferroviários, já estuo nos lobbies de rios navegáveis e, até, de transporte aéreo. E nós, Sr. Deputado? Portanto, não se ofenda.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Posso interrompê-lo, Sr. Deputado?

O Orador: - Desculpe-me não lhe permitir a interrupção, mas, para além de já não dispor de tempo, também não o interrompi.
Por outro lado, muito estranho que venha levantar uma coisa que, se existe, pode pesar na consciência. Não sabe que o concurso para a ponte foi feito antes da constituição do bloco central? E não sabe que o governo do bloco central teve a presença do PSD e do PS?
E, já agora, se não sabe fica a saber que, então, as grandes obras não eram decididas por qualquer ministro ou qualquer secretário de Estado e que o Sr. Ministro, hoje das Obras Públicas, na altura também fazendo parte do Conselho de Ministros, votou como votaram os outros ministros, porque estas grandes obras eram decididas em Conselho de Ministros.
Portanto, que fique bem esclarecido.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, a Mesa não se linha apercebido de que o Sr. Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações também se tinha inscrito para fazer um pedido de esclarecimento ao Sr. Deputado Rosado Correia, pelo que lhe concedo de imediato a palavra.

O Sr. Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações: - Sr. Deputado, faço este pedido de esclarecimento na maior pureza da sinceridade e é, de facto, para me esclarecer.
Com efeito, eu tinha interpretado a posição socialista nesta matéria de acordo com a intervenção da Sr.ª Deputada Leonor Coutinho. Porém, verifiquei, agora, que a sua intervenção é um pouco diferente e vai, também, em sentido diferente.
Por isso, eu gostaria de ter a certeza sobre se existe, realmente, diferença de conceitos entre os dois Srs. Deputados ou se, de facto, interpretei mal. É porque julgo que na sua intervenção terá dito, mais ou menos, isto: "Não importa facilitar o trânsito rodoviário na ponte porque Lisboa já tem viaturas a mais; vamos apostar na solução ferroviária, esperando que seja breve." E quanto ao prazo de que falou, ao qual falia, evidentemente, fundamento técnico -aliás, também não o apresentou nem pretendeu apresentar-, não se sabe bem qual será. Ora, não me pareceu que fosse essa a tese defendida pela Sr.ª Deputada.
Nesta conformidade, pergunto se defende a teoria de que não se deve, de facto, facilitar o acesso rodoviário a Lisboa durante o tempo que for necessário para pôr em prática a solução ferroviária. Isto é: entende que se deve manter o engarrafamento actual das viaturas como forma de dissuadir as pessoas de virem de automóvel para Lisboa e esperar o tempo que for preciso para, em vez de facilitar o trânsito rodoviário, pôr em prática o transporte ferroviário?
Esta questão é muito importante, uma vez que determinará, com certeza, a vossa posição em relação a todos os projectos que venham a apresentar.

O Sr. Silva Marques (PSD): -Muito bem!
Entretanto, reassumiu a presidência o Sr. Presidente Vítor Crespo.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Mendes Costa.

O Sr. Mendes Costa (PSD): - Sr. Deputado Rosado Correia, V. Ex.ª, na sua intervenção, citou palavras proferidas pelo Sr. Prof. Edgar Cardoso relativamente ao prazo de execução do tabuleiro ferroviário da ponte sobre o Tejo, o qual, no entender daquele Sr. Professor, estaria pronto ainda no fim deste ano.
Neste sentido, passo a ler as afirmações sobre o tabuleiro ferroviário atribuídas ao Sr. Prof. Edgar Cardoso e publicadas no Diário de Notícias: "A decisão de alargar as faixas de rodagem da ponte sobre o rio Tejo, em Lisboa, não é uma solução mais viável. Sc o Governo quiser, os comboios poderão começar a circular na ponte, pelo Natal de 1990. Só é preciso ter a coragem para emendar o erro em que se vai cair ao realizar o alargamento."
Nesta conformidade, pergunto ao Sr. Deputado, como técnico reputado que é e como responsável político que foi, quando ministro da pasta das obras públicas no Governo do bloco central, se acha sensato, possível e ético, no plano do comportamento do Governo, que seja entregue uma obra desta envergadura - que envolve milhões de contos e um projecto de grande tecnologia e, portanto, com prazos dilatados - sem projecto e sem concurso, para, depois, virem aqui criticar o Governo por atribuir projectos e adjudicar obras sem concurso, conforme fez o Partido Socialista em relação ao Ministério de Saúde.
Portanto, peço que o Sr. Deputado esclareça isto muito bem porque pode induzir em erro o povo português. É porque pode parecer que o Governo não quer fazer este projecto que "estaria pronto para o Natal". Isto é, eu gostaria que o Sr. Deputado aqui referisse se é possível fazer um projecto desta envergadura, com inserção da rede ferroviária, quer na margem sul quer na margem norte, fazendo um concurso internacional, que, como sabe, é obrigatório em resultado da nossa adesão à CEE, e se é possível realizar a obra, concluindo tudo até ao Natal de 1990.
Peço, pois, ao Sr. Deputado que responda com honestidade a esta pergunta.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Será que estamos perante um lobby, Sr. Deputado Rosado Correia?

O Sr. Rosado Correia (PS): - Talvez, talvez!

O Sr. Presidente: - Para responder, com o pedido de que seja breve, tem a palavra o Sr. Deputado Rosado Correia.

O Sr. Rosado Correia (PS): -Sr. Presidente, Sr. Ministro e Srs. Deputados: Evidentemente, as afirmações que aqui proferi foram altamente pensadas e, sobretudo, resultam do conhecimento da matéria.