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2526 I SÉRIE-NÚMERO 76

que mencionei na minha intervenção. Sr. Deputado. Não confunda as questões!... A questão não tem nada de técnico!... Toda a gente percebe que aquilo não é sítio para plantar eucaliptos!... E a verdade que a vossa bancada recusou sempre todos os projectos que podiam impor algum bom senso e alguma moderação no processo crescente de eucaliptização da nossa floresta! E vocês "chumbaram-nos" todos!...

O Sr. Silva Marques (PSD): - Isso não é exacto!

O Orador: - Todos!... Não se permitiram, sequer, considerar que alguns desses projectos poderiam trazer alguma melhoria!... Não é estar contra a árvore!... Com certeza, o eucalipto tem o seu lugar na nossa floresta!... O que nós não queremos é uma floresta corripletamente entregue à indústria da celulose e corripletamente dominada pelo eucalipto! O que queremos é uma floresta com fins múltiplos! O Sr. Deputado não sabe o que isto quer dizer?

O Sr. Soares Cosia (PSD): - Sei!...

O Orador: - Com certeza que sabe! Portanto, não inverta a questão!... O que eu disse não é contra o eucalipto!... O eucalipto deve ter o seu espaço, o seu lugar na nossa floresta, mas a floresta não deve ser dominada pelo eucalipto!
Relativamente ao caso do presidente da PORTUCEL, a que o Sr. Deputado Cardoso Ferreira se referiu, o que acontece é que o presidente da PORTUCEL não foi para o Governo! Quem foi para o Governo foi o administrador da SOPORCEL. Foi da SOPORCEL para o Governo e depois voltou para a SOPORCEL. O Sr. -Deputado concordará comigo que é preciso, de uma vez por todas, separar o que é público e o que é privado...

O Sr. João Maçãs (PSD): - Essa 6 muito boa!

O Orador: -... e evitar esta mistura... E nós apresentámos aqui a lei das incompatibilidades, que dava algum "pousio" aos antigos ministros antes de irem ocupar esses cargos nas administrações de empresas, e VV. Ex.as recuaram em toda a linha!
Portanto, quem criou condições pára a existência dessa mistura, dessa mancha onde não se sabe bem o que é público e o que é privado, foram os senhores, que autorizaram tudo isto. E são legítimas as nossas dúvidas! E são legítimas as nossas suspeitas! E reafirmo tudo o que disse: o director-geral das Florestas era das celuloses, e passou para o Estado; o actual director-geral das Florestas era das celuloses e passou para o Estado; existe à mesma confusão entre o ex-ministro e as celuloses. Não se sabe quem é quem!... É preciso, de uma vez por todas, definir estas situações!...
Quanto ao presidente da PORTUCEL, Sr. Deputado, cie nunca foi para o Governo e, portanto, aí, não pôde atacar! Isso é muito fraco!

O Sr. Silva Marques (PSD): - Melhor do que isso é o engenheiro Sousa Gomes!

O Orador: - Quero dizer à Sr.ª Deputada Isabel Espada que a questão do Green Peace e da mobilização, do interesse e do empenhamento das populações no sen tido de criar associações ecologistas que visem obrigar ás empresas a melhorar a sua relação com o ambiente é uma questão que não compete aos partidos políticos, embora seja, naturalmente, dever do Estado estimular e apoiar todas' essas associações, para que defendam, nos seus locais, o que é hoje um direito universal, ou seja, o direito ao ambiente.
Finalmente, Sr. Deputado Rogério Brito, concordo com tudo o que disse. Os nossos projectos têm sido sempre "chumbados" pelo PSD porque o PSD definiu para a florestada política de entregá-la à indústria de celulose e decidiu abdicar da responsabilidade que tem na gestão de um património cultural e paisagístico tão importante como o é a floresta: Abdicou disso para a entregar às celuloses, o que é uma nódoa política do PSD, que ficará para sempre.

Aplausos do PS.

O Sr. Silva Marques (PSD): - E qual é a opinião do Dr. António Celeste?

O. Sr. Presidente:- - Para uma intervenção, tem a palavra p Sr. Deputado Cerqueira de Oliveira.

O Sr. Cerqueira de Oliveira (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: A criação de uma Escola de Medicina no âmbito da Universidade do Minho é uma necessidade patente para quem vive numa região com cerca de 1 milhão de pessoas, com a maior taxa de jovens da Europa, de forte crescimento nas áreas de serviços, industrial, comercial e agro-pecuária.
O apoio que as escolas já implantadas na Universidade do Minho podem dar a um curso de Medicina são consideráveis, em .particular os departamentos de química-orgânica, engenharia de sistemas, informática e gestão, bem como. os da área pedagógica, que tão necessária é para a renovação do curso de Medicina.
A existência de quatro hospitais distritais e de dezenas de centros de saúde, próximos uns dos outros, constitui outro dado adquirido relativamente ao ensino clínico, que, por sua vez, projectaria essas instituições.
Numa fase em que, com afinco, se procura em todo o Mundo um novo paradigma na área de educação médica, uma experiência bem orientada, com apoio em instituições credenciadas nacionais e estrangeiras, pode constituir uma oportunidade única no dealbar da última década do século XX.
À necessidade de renovar conceitos e remodelar a organização de educação médica em geral é afirmada nos mais diversos quadrantes.
As descobertas recentes, não só na ciência médica, mas também na biologia molecular, estão a transformar a filosofia da saúde e da doença. As novas metodologias de diagnostico e de tratamento de muitas doenças requerem, por uni lado, a existência de peritos em tecnologias, mas, por outro, também permitem o simplificar dos problemas, facilitando á descoberta da outra realidade que existe detrás de cada patologia - o homem.
Os conceitos de bioética tornam-se cada vez mais indispensáveis, á medida que as implicações da genética se fazem sentir na prática da medicina. A tendência dos médicos para se embrenharem no estudo das patologias pode, levá-los a distraírem-se do verdadeiro objectivo de prevenir e de tratar doenças e a afastá-los do princípio sempre actualizado: "O segredo de bons cuidados médicos é cuidar dos doentes."