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7 DE JUNHO DE 1990 2789

Quanto à afirmação de que eu não disse uma linha sobre o programa, já lhe referi que não vim cá para falar sobre isso.
O Sr. Deputado perguntou se faria melhor se fizesse parte do governo. Tenho a veleidade que sim, não sei...
Antes de terminar, quero deixar aqui um agradecimento ao Sr. Deputado Jerónimo de Sousa pela saudação e pelas palavras com que se referiu à minha análise.
Quanto à possibilidade de cooperação com as forças democráticas, creio que ela deve ser total, sem excepção.
No que se refere às coligações, devo dizer que o meu partido já tomou posição sobre essa questão relativamente às próximas eleições.
Quanto a saber se o PS fez melhor quando foi governo, devo dizer que fizemos o que entendíamos que devia ser feito em época de «vacas magras», porque nunca governámos em época de «vacas gordas»...

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Mau seria se fossem «vacas loucas»!

O Orador: - O que estamos a pedir ao povo é que nos dê essa possibilidade!

VV. Ex.ªs tiveram a oportunidade admirável, única e talvez irrepetível de ter o «sol na eira e a chuva no nabal». Pois nem assim os senhores conseguiram produzir o cereal e o milho necessários para a alimentação do povo; devo reconhecer - pois é um acto de justiça - que VV. Ex.ªs tiveram mais sorte na produção dos nabos!

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, a Mesa registou pedidos de palavra feitos por sinais dos Srs. Deputados António Guterres, Montalvão Machado, Pacheco Pereira e Silva Marques. Assim, solicito a esses Srs. Deputados que informem o motivo desses sinais.

O Sr. António Guterres (PS): - Sr. Presidente, nos termos regimentais, solicito uma interrupção da sessão por 15 minutos para fazer uma declaração em resposta às graves acusações feitas pelo PSD ao meu partido hoje de manhã em conferencia de imprensa.

O Sr. Presidente: - Pergunto ao Sr. Deputado Montalvão Machado por que motivo pretende usar da palavra, pois pode ter prioridade sobre o pedido de palavra do Sr. Deputado António Guterres.

O Sr. Montalvão Machado (PSD): - Sr. Presidente, pretendo intervir em defesa da honra e da consideração da minha bancada. Aliás, esta figura regimental tem a ver com o pedido de interrupção da sessão que foi solicitado pelo Sr. Deputado António Guterres. Suponho que o PS será o primeiro a não querer interromper os trabalhos antes de ser exercida a defesa da honra e da consideração da minha bancada.

O Sr. António Guterres (PS): - Sr. Presidente, peço a palavra.

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. António Guterres (PS): - Sr. Presidente, independentemente de haver ou não prioridade regimental - e até achamos que não há -, é evidente que ao haver deputados que pretendam usar da palavra para defesa da honra e da consideração, e desde que se cumpram o Regimento e os tempos atribuídos a essa figura regimental, nós transigiremos em adiar o pedido de interrupção da sessão. Mas, naturalmente, não o fazemos com a tentativa de utilizar a figura regimental de defesa da honra para criar um incidente interminável no Plenário.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Pacheco Pereira.

O Sr. Pacheco Pereira (PSD): - Sr. Presidente, pretendo igualmente usar da palavra ao abrigo do direito de defesa da honra e consideração. Aliás, chamo a atenção da Mesa para o facto de ter sido o primeiro a pedir a palavra, pelo que deveria ter feito a minha intervenção em primeiro lugar.

O Sr. António Guterres (PS): - Não foi o primeiro!

O Sr. Duarte Lima (PSD): - Você passa a vida a fazer batota no Parlamento!

O Sr. Presidente: - A Mesa informa que o primeiro deputado que levantou o braço para se inscrever foi o Sr. Deputado António Guterres.
Em relação à bancada do PSD é que de facto o primeiro deputado que fez sinal para usar da palavra foi o Sr. Deputado Pacheco Pereira e não o Sr. Deputado Montalvão Machado.

O Sr. António Guterres (PS): - Sr. Presidente, peço a palavra.

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. António Guterres (PS): - Sr. Presidente, o Sr. Deputado Duarte Lima acaba de dizer que eu passo a vida a fazer batota no Plenário. Ora quero dizer ao Sr. Deputado Duarte Lima que ou o PSD começa a respeitar as regras da ética no funcionamento do Plenário ou a situação torna-se insuportável.

Vozes do PS: - Muito bem! Protestos do PSD.

O Orador: - O Sr. Deputado Caio Roque pode testemunhar que no início da intervenção do Sr. Deputado Almeida Santos eu pedi para fazer esta interpelação, pelo que não há aqui qualquer batota! Temos todos de nos respeitar uns aos outros e a melhor maneira de o fazer é começar por nos respeitarmos a nós próprios.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, vamos considerar este incidente encerrado. No entanto, devo confirmar que, de facto, o Sr. Deputado António Guterres telefonou para a Mesa para esta registar a sua inscrição.
Quero ainda dizer ao Sr. Deputado Duarte Lima que ninguém tem o direito de pôr em causa e em dúvida a minha afirmação.

Aplausos do PS e do PCP.

Vozes do PSD: - Ah! Ah! Ah!