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2784 I SÉRIE - NÚMERO 83

o PSD tende a fazer o julgamento e a condenação permanentes do PS por aquilo que este partido fez no passado. É evidente que isso não pode ser omitido, não só no plano histórico mas também naquilo que o PS fez no plano económico e social - e nós também não esquecemos isso! -, mas creio que o PS devia tirar a seguinte ilação...

O Sr. Silva Marques (PSD): - Pois, nós apoiamos a Fonte Luminosa, as barricadas!...

O Orador: - Como dizia, o PS devia tirar a seguinte ilação: o PSD aproveita-se dos erros do PS para justificar os seus próprios erros nos planos político, económico e social. Ora bem, tendo em conta que a questão da maioria absoluta não é uma questão que se ponha em termos de PS,...

Vozes do PSD: - Ah! Ora essa!

O Orador: - ... a pergunta que gostaria de colocar-lhe, com toda a franqueza...

Risos do PSD.

É evidente que o PSD não gosta! O PSD gosta mais de atacar o PS por aquilo que ele fez de errado. Ora o que nós pretendemos é que o PS, enquanto grande força democrática, se alie a outras forças democráticas para resolver os problemas nacionais.

Vozes do PSD: - Ah!...

O Sr. Silva Marques (PSD): - São só beijinhos!

O Orador: - Não, não são beijinhos!

Risos do PSD.

Sr. Deputado Silva Marques, ontem, aquando da interpelação do PS, era a vossa bancada que lhes dizia: «Vocês na educação foram um desastre; vocês fizeram a lei dos contratos a prazo; vocês bateram nos trabalhadores», como o senhor aqui disse há pouco...

O Sr. Silva Marques (PSD): - Nos trabalhadores, não! Nos desordeiros!

O Orador: - É nesse ângulo que vocês atacam o PS! O PCP porque quer, de facto, a convergência...

O Sr. Silva Marques (PSD): - O Presidente Soares desancou os desordeiros, não os trabalhadores!

O Orador: - Desordeiro está a ser o senhor! Sente-se, por favor!

O Sr. Silva Marques (PSD): - Eu estou a defender o Presidente Soares!

O Orador: - Não está nada! O senhor está a ser desordeiro!
Mas a questão que quero colocar ao Sr. Deputado Almeida Santos é a seguinte: não entende que é possível a cooperação das forças democráticas, com o respeito pela identidade de cada uma dessas forças por forma a encontrar-se uma alternativa democrática a este Governo e a esta política que o senhor aqui referiu, fez a denúncia e a radiografia e que nós também combatemos, tendo em conta as próprias aspirações dos trabalhadores de muitas classes sociais que hoje contestam, não querem mais este Governo e necessitam que as forças democráticas imponham o rumo democrático que a situação impõe?

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - Para responder, se assim o desejar, tem a palavra o Sr. Deputado Almeida Santos.

O Sr. Almeida Santos (PS): - Srs. Deputados, a primeira constatação que faço é a de que o PSD está muito vivo hoje...

O Sr. Duarte Lima (PSD): - Sempre! Sempre, Sr. Deputado!

O Orador: - ... e sempre que tenho oportunidade de dizer qualquer coisa parece que revitalizo o PSD.

Vozes do PSD: - Oh!...

O Orador: - Só que parece-me que essa vitalidade não foi canalizada para o melhor lado e no melhor sentido. Tendo eu feito um ataque frontal, como normalmente faço, inclusivamente na sua presença - e, lembro, não está em causa, ao contrário do que pareceu sugerir-se, a pessoa do Primeiro-Ministro nem a sua personalidade, mas, sim, a sua figura política..., aliás, não o poupo, até porque nunca poupei nenhum primeiro-ministro de quem discordasse..., até mesmo a minha relação com o primeiro-ministro Mário Soares não era totalmente pacífica, pois discordei muitas vezes dele... e, portanto, não vamos transformar isto em questões pessoais, porque não o são! -, admirei-me, até porque, apesar de tudo, fiz acusações institucionalmente graves ao Sr. Primeiro-Ministro e não vi qualquer dos Srs. Deputados defendê-lo.

Aplausos do PS.

De forma que, Sr. Deputado e meu querido amigo Dr. Montalvão Machado, quem está preocupado sou eu ... Então o que é que se passa no vosso partido que já não defendem o vosso líder?

Risos do PS.

O Sr. Deputado disse que nós temos a mania das grandezas e que o remédio dá-o o povo. Ora nós já estamos a tomar esse remédio, pois o povo já nos deu esse remédio; está a dá-lo em doses cada vez mais elevadas e nós estamos cada vez mais a ter mais popularidade e, correspondentemente, mais votos. Portanto, esteja tranquilo que desse remédio já está o PS a tomar!
Fiz, segundo disse, um ataque forte e feio ao Primeiro-Ministro: tenho, em sua opinião, a mania da perseguição à pessoa, a mania das críticas... Ora as minhas críticas têm, obviamente, implícitas as posições do meu partido e as minhas posições pessoais. Quando critico algo ao Primeiro-Ministro é porque, de modo geral, defendo o contrário disso que critico! Uma vez perguntaram a Demóstenes: «Que farias se estivesses no Governo?», ao que ele terá respondido: «O contrário do que vocês fazem!»
Eu respondo-vos da mesma maneira! Se eu estivesse no Governo - e já não voltarei a estar, porque já não