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2786 I SÉRIE - NÚMERO 83

O Orador: - Desculpe, agora não. E mais, Sr. Deputado, se nesse círculo único se aproveitam ou não os restos. Porque se esse círculo único tiver os deputados correspondentes só ao aproveitamento dos restos, desde já lhe digo, não comprometendo o meu partido, porque não sei o que o meu partido pensa a esse respeito, que, pessoalmente, sou favorável. Mas isso os senhores não querem, nunca o disseram nem dirão, ...

O Sr. Duarte Lima (PSD): - Proponham isso!

O Orador: - ... porque isso era reforçar o princípio da proporcionalidade e os senhores não é isso que querem!
O Dr. Jorge Sampaio, meu camarada, não é apenas o que se chama «um grande líder», é um líder respeitável, que merece o respeito de todas as forças que se lhe opõem, e penso que o povo português está a secundar esse respeito, pela popularidade que lhe devota.

O Sr. António Guterres (PS): - Muito bem!

O Orador: - Quanto a ele não ser grande - referem que ele não diz nada, não diz coisa nenhuma -, talvez devêssemos perguntar ao meu querido amigo Dr. Rebelo de Sousa se na televisão o Dr. Jorge Sampaio não disse nada quando se debateu com ele...

Aplausos e risos do PS.

Perguntou-me o meu querido amigo Dr. Montalvão Machado se não acho ilegítimo partidarizar as eleições presidenciais. Acho ilegítimo, mas também tenho que dizer-lhe que se algum partido tem um resto de justificação para tentar chamar a si a glória específica de ter como candidato à presidência da República, ou como Presidente da República, um homem que sempre foi do PS, que esteve na base e na formação do PS, que se identificou sempre intelectual e ideologicamente connosco, somos nós e mais ninguém! O significado é só esse, não pode ser outro, porque nenhum de nós pode ter a veleidade de partidarizar eleições presidenciais.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Meu querido amigo Duarte Lima, eu é que fui a grande estrela de congresso?! Meu Deus!... Sou um planeta sem luz própria ...

Vozes do PSD: - Não!...

O Orador: - Veja só que o seu camarada de partido João Jardim, relativamente até a umas inconstitucionalidades que eu invoquei a propósito da Madeira, veio dizer-me que eu ou bebi ou estou a ficar senil!
Devo dizer uma coisa: quanto a beber, escolheu mal, porque ele bebe muitíssimo mais do que eu!

Risos do PS.

E como a senilidade se mede em unidades de disparate e ele diz muito mais disparates do que eu, muito provavelmente o mais senil de nós os dois é ele! Mas faço-vos aqui um pedido sagrado: como a senilidade é algo de que normalmente não se tem consciência, quando entenderem que começo a ficar senil, por amor de Deus, façam-me aqui um referendo e mandem-me para casa!
Porque tenho que admitir que mais tarde ou mais cedo, começo também a dizer disparates e, nessa altura, por amor de Deus, misericordiosamente, mandem-me para casa!

O Sr. Duarte Lima (PSD): - Eu não disse isso!

O Orador: - Bom, mas, como vê, até tenho que felicitar-me pelo comedimento com que criticaram as críticas que fiz ao Primeiro-Ministro.
Comparei-me a Cristo?! Sabe que tenho uma veneração espantosa por Cristo e achei que era uma maneira bonita de dizer que nunca toquei num tostão do PS, embora haja para aí umas imagens nos jornais e umas caricaturas a sugerir o contrário. Cristo nunca tocou numa moeda e eu também, do partido, nunca toquei. É verdade, nunca ninguém poderá desmentir isto.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - E quem me dera a mim poder comparar-me a ele em mais coisas. Veja só, neste bocadinho nada, em relação às moedas do PS, em que nunca toquei, mas ele nunca tocou em nenhuma...

Risos.

nem do PS nem de César! Risos.

Risos

Quanto a eu ser o rei Midas, porque vi ouro no congresso, devo dizer que algumas vezes tenho feito afirmações que, não sendo ouro, até são um pouco douradas. Vamos lá não ser excessivamente modestos..., também tenho produzido muitas de latão, mas algumas até são capazes de ser um pouco douradas.
Quanto ao programa, quanto ao Estado dever respeitar o direito à diferença, acusam-nos de dizermos essas coisas e dizermos as contrárias. Já lhe disse há pouco que é melhor não citarmos os programas uns dos outros, porque isso pode transformar-se numa crónica.
Sr. Deputado Pacheco Pereira, não vim para aqui propor-me falar do programa do meu partido: em primeiro lugar, porque o que vim aqui fazer foi criticar o Primeiro-Ministro; foi esse o meu objectivo, cumpri-o o melhor que soube; em segundo lugar, ainda não temos programa no meu partido, o que temos são linhas principiológicas que hão-de basear o futuro programa. Critiquem o futuro programa, depois cotejaremos o nosso e o vosso e veremos, na verdade, qual é o mais realista, qual é o mais leal para o povo português, quem engana mais as pessoas... A ajuizar pelo eleitoralismo furioso e furibundo do vosso Primeiro-Ministro, vai ser um prazer espiritual ler o vosso programa, como o foi ler as vossas grandes opções aqui há uns anos atrás. Essas, sim, deram-nos aqui um gozo infinito!
Não percebo onde é que está o erro da frase «Portugal, não sendo rico, também não é pobre». Isto é uma maneira de dizer que é remediado. Ou não é?!

Risos do PS.

Realmente o almirante Américo Tomás disse coisas que ficaram na antologia do disparate, mas esta não me parece muito disparatada, sinceramente não me parece.