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118 I SÉRIE-NÚMERO 5

-estruturas capazes de dar respostas mais eficazes, melhorar os circuitos de informação entre os centros de saúde/médicos assistentes e os serviços de urgência, criar condições para uma maior e melhor ligação entre os doentes e os seus médicos assistentes e quando, por fim, se dotar os hospitais distritais de unidades de urgências bem apetrechadas de modo a diminuir a sobrecarga dos centrais.
No que se refere à própria urgência deve-se melhorar, quantitativa e qualitativamente, a participação médica, dado que se trata de uma medicina difícil, que se exerce em condições não menos difíceis, e que, mais do que o saber, exige experiência; reforçar, quantitativa e qualitativamente, as restantes componentes da equipa; melhorar o acolhimento dos doentes, não esquecendo os acompanhantes e os familiares (e o acolhimento deve ser acolhedor); melhores instalações; humanizar os serviços; reduzir o tempo de espera, que é um dos objectivos prioritários, e melhorar significativamente as remunerações dos profissionais de saúde que trabalham nas urgências.
No que se refere à fase da pós-urgência, a atenção terá de incidir na melhoria dos meios de informação e encaminhamento dos doentes observados, assim como também no aumento do número de camas afectas aos centros de saúde, de modo a poderem receber alguns destes doentes.
Cabe aqui chamar a atenção para o elevado número de idosos, desamparados e de doentes em situação de precariedade económica e social que, por razões médicas e sociais, ocorrem às urgências, colocando problemas difíceis na sua hospitalização.
Alguns países têm tentado solucionar estes casos com a criação de unidades de medicina interna de acolhimento e orientação, como é o caso do Hospital Henri Mondor, em Créteil, unidades que não necessitam de apoio médico especializado e que se destinam a facilitar o internamento destes difíceis casos médico-sociais por três, quatro dias apenas, permitindo um rápido regresso ao seu domicílio, com a ajuda do bom serviço de assistência social.

Vozes do PS:- Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: O Sr. Ministro da Saúde afirmou aos órgãos de comunicação social que «a criação de novas unidades hospitalares e a remodelação dos serviços de urgência já existentes são empreendimentos fundamentais para responder à elevada procura destes serviços», afirmações estas que denotam um grande desconhecimento da realidade e uma concepção ultrapassada e errada das urgências.
Insiste no erro de procurar corrigir o efeito sem analisar e corrigir as verdadeiras causas. Foi o que aconteceu, aliás, com o Hospital de São Francisco Xavier.

Aplausos do PS e do PCP.

O Sr. Presidente:- Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado António Bacelar

O Sr. António Bacelar (PSD): - Sr. Deputado João Rui de Almeida, posso dizer-lhe que estou plenamente de acordo com a primeira parte da sua intervenção porque, na verdade, todos os dias chega uma catadupa de doentes aos serviços de urgência dos hospitais civis. V. Ex.ª sabe, tão bem como eu, que também já lá trabalhei, que, desde o enfarte do miocárdio às dores de dentes, tudo vai lá parar!
O que V. Ex.ª disse, na sequência do seu discurso, foi aquilo que o Sr. Ministro há pouco referiu: quando as consultas externas forem capazes de dar atendimento às pessoas com uma síndroma febril, com uma dor de garganta, irá, com certeza, diminuir a procura dos serviços de urgência. Portanto, neste aspecto estamos inteiramente de acordo.

O Sr. Ferraz de Abreu (PS): - O Sr. Deputado está a ser muito habilidoso!

O Orador: - Não é uma questão de habilidade, Sr. Deputado, mas, sim, de seriedade! Não estou a dizer que VV. Ex.ªs não foram honestos. Temos é que pôr os pontos nos ii!
De qualquer forma, até lhe agradeço esse comentário, porque normalmente até nem sou muito habilidoso nestas coisas.
É exactamente isso que o Governo está a fazer, ou seja, está a aumentar as consultas externas e a dar a possibilidade às pessoas de, no caso de necessitarem, por qualquer circunstância, de ouvir a opinião de um médico às 8 ou 9 horas da noite, nessa altura poderem ir a um centro de saúde.
Aproveito esta ocasião para referir que as consultas externas nos centros de saúde que estão abertos aumentaram em flecha enquanto as do serviço de urgência hospitalar diminuíram. Neste momento o que acontece é isto: atingiu-se um tecto de atendimentos nos serviços de urgência que, estamos convencidos, não vai ser ultrapassado. O que se pretende não é dizer que há 3 ou 4 milhões de consultas; o que interessa é saber se esses 3 ou 4 milhões de pessoas são bem atendidos. Portanto, nós apostamos na qualidade!
Gostaria de fazer aqui um pequeno apontamento - e peço desculpa ao Sr. Deputado por só agora o fazer, mas, na verdade, há pouco não tive tempo - em relação à cirurgia plástica. É que a cirurgia plástica é uma coisa e a micro-cirurgia é outra! Gostaria de lembrar um caso que todos conhecemos e que o Estado não deixou passar em falso, pois tentou fazer tudo por tudo. Simplesmente, há apenas um médico com essa especialidade de micro-cirurgia no Norte, em Lisboa e em Coimbra. Ora, não se pode obrigar qualquer médico a especializar-se em micro-cirurgia, porque é algo extremamente delicado, e nem todos estão dispostos a isso. Portanto, a culpa desta situação não é deste Governo nem do atendimento, mas, sim, das circunstâncias.
Sr. Deputado João Rui de Almeida, a pergunta que gostaria de fazer-lhe é a seguinte: concorda ou não com aquilo que há pouco o Sr. Ministro referiu, no sentido de que o aumento das consultas externas e o facto de poios centros de saúde a funcionar vai melhorar os serviços de urgência deste país?

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Delerue.

O Sr. Nuno Delerue (PSD): - Sr. Deputado João Rui de Almeida, colocar-lhe-ei, telegraficamente, três questões.
A primeira tem a ver com a alusão mais uma vez feita por V. Ex.ª ao Hospital de São Francisco Xavier. A esse propósito pergunto-lhe: os doentes atendidos diariamente nesse hospital são fictícios? Digo isto porque no discurso de V. Ex.ª o Hospital de São Francisco Xavier aparece sempre como qualquer coisa perfeitamente dispensável e