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25 DE OUTUBRO DE 1990 119

que está a mais. Pergunto-lhe claramente: os doentes que todos os dias acorrem ao Hospital de São Francisco Xavier são reais?
A segunda questão é a seguinte: como V. Ex.ª sabe, pelos números que citou, há perspectivas de, em 1990, haver uma estabilização no número de urgências hospitalares. Isto significa que o problema não deve ser colocado em termos de procura, de quantidade, mas sim de qualidade.

O Sr. António Bacelar (PSD):- Muito bem!

O Orador: - V. Ex.ª orientou o seu discurso para o problema da quantidade, talvez por esse caso sui generis de Coimbra - que eu muito aprecio -, que é a demonstração cabal de que o Hospital de Coimbra está em condições de ter essa capacidade de resposta. Congratulamo-nos muito com isso e congratular-nos-emos mais ainda no dia em que todo o País puder ter as condições sanitárias que existem em Coimbra, que é, de facto, um distrito à parte neste país, e aí estão os índices para o confirmar. À minha última pergunta V. Ex.ª certamente dará uma resposta evidente. Há três, quatro anos atrás todos os dias - e quando digo todos os dias não é exagero - apareciam referenciados na comunicação social casos dramáticos passados nas urgências, e eu pergunto-lhe: qual foi a última vez que V. Ex.ª viu referenciados casos deste tipo com a mesma acuidade com que eram colocados há dois ou três anos?
Terá V. Ex.ª a coragem e a hombridade de dizer aqui que o caminho traçado, num terreno minado e com o sistema que não era o nosso, foi difícil, mas que, apesar de tudo, os resultados são palpáveis e estão aí perante os olhos de todos? No entanto, se não estão visíveis aos olhos do Partido Socialista, nós, no PSD, temos a certeza de que cies estão aí de forma bem visível pura todos os portugueses.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado João Rui de Almeida.

O Sr. João Rui de Almeida (PS):-Sr. Deputado António Bacelar, quanto à pergunta que me fez no sentido de saber se o que eu disse era o mesmo que dissera o Sr. Ministro da Saúde, a minha resposta é não. Eu afirmei uma coisa completamente diferente do que disse o Sr. Ministro e por uma simples razão: falei sobre as urgências hospitalares e o Sr. Ministro não.
Chega mesmo a ser confrangedor e, na minha maneira de ver as coisas, lamentável que o responsável pela saúde tenha vindo para um debate sobre as questões das urgências e tenha feito o discurso que fez. É lamentável porque era a altura oportuna para se tratar destes assuntos e, ou por desconhecimento do que se passa na saúde -nomeadamente nas urgências, que é um caso particular dentro da área da saúde- ou por má informação dos serviços da Assembleia da República, que não informaram o Sr. Ministro de que se tratava de um debate sobre as urgências hospitalares, ela não foi aproveitada.
O Sr. Ministro teve aqui um gravíssimo acidente e, como estamos a falar de urgências, julgo que ele terá de ir hoje mesmo às urgências. Repito, o Sr. Ministro da Saúde teve um acidente, «esbarrou-se» nesta Assembleia!
Ao Sr. Deputado Nuno Delerue, e respondendo à questão relativa ao Hospital de São Francisco Xavier, direi o seguinte: como V. Ex.ª sabe, e é do conhecimento da opinião pública, o Hospital de São Francisco Xavier foi criado para resolver, ou pelo menos foi propagandeado nesse sentido, a tão difícil situação das urgências na Área Metropolitana de Lisboa,...

O Sr. Nuno Delerue (PSD): - Para contribuir para a resolução...

O Orador: -... mas não a resolveu, e V. Ex.ª sabe que há pessoas bastante acreditadas nesta área que dão esse hospital como um exemplo do que não se deve fazer - veja-se o caso caricato de não haver uma unidade de neurocirurgia num hospital a que chegam permanentemente acidentados de uma área de grande transporte rodoviário.
Quanto ao aspecto da quantidade e qualidade, julgo que tomos opiniões idênticas. De facto, a qualidade é importante, mas é fundamental estancar a quantidade, estancar este drenar contínuo; e isso só pode ser feito antes da urgência.
Em relação aos casos graves, tive, ao contrário do Sr. Ministro, o cuidado de dizer que os Portugueses têm um grande respeito e aceitação do que se faz no campo das urgências, mas não queiram dizer que é obra do Governo. Só faltava dizerem isso!

O Sr. Luís Filipe Meneses (PSD):- Só estamos no governo há 10 anos!

O Orador: - Nesse campo aconteceu uma coisa interessante. Fomos nós, nomeadamente o Dr. Ferraz de Abreu, quem defendeu o Serviço Nacional de Saúde e as urgências integradas no SNS e foi o Sr. Ministro quem não o fez. Chegámos mesmo à conclusão de que fomos nós que estivemos a defender aquilo que tem alguma coisa de bom. Por acaso os Srs. Deputados Nuno Delerue e Luís Filipe Meneses sabem que há dez anos atraí, as urgências do Hospital da Universidade de Coimbra eram feitas num 2.ª andar? Vejam só a evolução! Deu-se uma evolução positiva, mas somos nós que dizemos isso, que há de facto uma evolução positiva.

O Sr. António Bacelar (PSD): - Sr. Presidente, peço a palavra para interpelar a Mesa.

O Sr. Presidente: - Relativa à condução dos trabalhos?

O Sr. António Bacelar (PSD): - Exactamente, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado

O Sr. António Bacelar (PSD): - Sr. Presidente, foram ditas algumas coisas acerca do discurso do Sr. Ministro da Saúde e eu queria saber se já foram feitas fotocópias desse discurso. Se já o foram, certamente que os Srs. Deputados que lerem o discurso terão outra atitude em relação ao que o Sr. Ministro disse, porque ele (alou nas urgências e claramente não se podem dissociar as urgências de uma atitude quanto à saúde em geral.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado António Bacelar, como sabe, os serviços da Assembleia da República são