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22 DE NOVEMBRO DE 1990 471

Tem a palavra o Sr. Deputado Armando Vara.

O Sr. Armando Vara (PS): - É claro que pretendo dar explicações, Sr. Presidente. Simplesmente, como o presidente do meu grupo parlamentar também tinha pedido a palavra, julguei que o Sr. Presidente lhe ia dar a palavra.
Quero dizer ao Sr. Presidente do Grupo Parlamentar do PSD que certamente já me ouviu intervir várias vezes nesta Câmara e sempre o fiz com a necessária serenidade, sem elevar o tom.
Agora não posso continuar a Talar quando há um conjunto de deputados que se levantam e começam a gritar.

Vozes do PSD:- Ninguém gritou!

O Orador:- Aí está, de novo!

Risos do PS,

Sempre me ensinaram que não é possível haver diálogo quando todos falam ao mesmo tempo. E também sempre me ensinaram que uma das regras da boa educação é, quando alguém fala, os outros ouvirem-no atentamente.

O Sr. Manuel Moreira (PSD): - O que é que os senhores fizeram ontem em relação à minha intervenção?!

Protestos do PSD.

O Orador: - Sr. Presidente, estou disposto a responder a todas as questões se estiverem reunidas todas as condições para isso. Caso contrário, nem sequer dou mais explicações - sinto-me e não responderei a mais nada.

A Sr.ª Edite Estrela (PS): - Muito bem!

O Sr. Presidente:- Para exercer o direito da defesa da consideração, tem a palavra o Sr. Deputado António Guterres.

O Sr. António Guterres (PS): - Sr. Presidente, pretendia fazer uma interpelação à Mesa, em vez do exercício do direito de defesa, uma vez que o Sr. Deputado Armando Vara foi aí completamente esclarecedor.
Quero perguntar se a Mesa garante as condições para que o Sr. Deputado Armando Vara possa responder concretamente às perguntas que lhe foram feitas-respostas essas que, parece, são muito do interesse do Sr. Deputado Montalvão Machado.
Se a Mesa estiver em condições de garantir que ele pode responder sem que a sua intervenção seja constantemente boicotada por intervenções da bancada do PSD que cobrem a sua voz, ele fá-lo-á com todo o gosto; se a Mesa não garantir essas condições, É manifesto que ele não o fará, mas a responsabilidade é do PSD.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, julgo que já estamos a trabalhar em conjunto há trás anos e VV. Ex.ª conhecem perfeitamente os comportamentos de todos os grupos parlamentares e da Mesa.
No decorrer deste debate bati sucessivas vezes com a caneta na mesa para chamar a atenção - processo esse que é habitual e tradicional - e tive ocasião de referir a palavra «silêncio» talvez mais vezes do que o fiz durante estes últimos três anos.
Só que tenho os poderes que tenho, o Regimento é o que é, e não posso estar a julgar excessivamente, porque então bloquearia os debates.
Lamento, às vezes, um excessivo uso de linguagem (e não me estou a dirigir a ninguém em particular), aceito a vivacidade dos debates parlamentares, mas faço um voto para que os debates parlamentares se mantenham dentro do teor do que normalmente acontece, com uma ou outra derrapagem.
Sr. Deputado António Guterres, V. Ex.ª pede a palavra para que efeito?

O Sr. António Guterres (PS): - Nos termos dos esclarecimentos prestados pelo Sr. Presidente, para solicitar que ao deputado Armando Vara seja dada a palavra para continuar a resposta.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Montalvão Machado, V. Ex.ª pede a palavra para que efeito?

O Sr. Montalvão Machado (PSD):- Para interpelar a Mesa, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para fazer uma interpelação à Mesa, tem a palavra o Sr. Deputado Montalvão Machado.

O Sr. Montalvão Machado (PSD):- Não queria fazer a história que V. Ex.ª, Sr. Presidente, acaba de fazer agora mas apenas corroborá-la e relembrar, por exemplo, aquilo que aconteceu aqui, ontem à tarde, aquando da intervenção do meu companheiro de bancada Manuel Moreira. Mas não queria falar agora disso; queria deixar isso para trás e olhar só para o futuro.
Quero dizer ao PS, e nomeadamente ao Sr. Deputado Armando Vara, que fica feita a promessa (que, aliás, não era necessária) de que o vamos ouvir com todo o silêncio e atenção, desde que o senhor não ladeie os problemas e responda às perguntas que lhe foram feitas.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, embora há pouco tivesse dito que ouviríamos mais dois oradores até às 13 horas, o que se passou posteriormente leva-me a ter de rectificar aquilo que disse.
Assim sendo, vou dar a palavra ao Sr. Deputado Armando Vara e, logo depois, vamos interromper os nossos trabalhos para o almoço.
Tem a palavra o Sr. Deputado Armando Vara.

O Sr. Armando Vara (PS):- Procurarei responder tão objectiva e concisamente quanto me for possível.
O Sr. Ministro perguntou-me se eu tinha os últimos números referentes à construção de fogos em 1989, que suponho serem os últimos números disponíveis. Ora, se coincidirem com os que o Sr. Ministro tem são 58 mil fogos construídos em 1989.
Com certeza o Sr. Ministro queria dizer que este é um dos maiores números de fogos construídos, com base neste que aqui está, e por isso é que alguns membros do Governo (inclusive o Sr. Ministro) têm dito que nunca se construiu tanto como agora.
Ora, o Sr. Ministro sabe perfeitamente que isto não passa de uma mistificação e que este número se deve ao tacto de o método estatístico ter sido alterado, aparecendo aqui um conjunto de fogos que não corresponde à realidade dos fogos entrados no mercado.