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516 I SÉRIE-NÚMERO 15

A Sr.ª Natália Correia (PRD): -Ora bem, assim, sim!
O Orador:-É de facto, um erro fundamental e terrível! V. Ex.ª tem toda a razão!
Risos.
É óbvio que isto é um problema de apelidos. É um problema de semelhança de apelidos e de conflitos dentro da família, nitidamente, porque a não referência ao Mediterrâneo é uma questão básica.
Já agora, que falamos do Mediterrâneo, deixe-me referir dois pontos: Portugal não é um país mediterrâneo, mas deve ter um olhar sobre o Mediterrâneo. Em segundo lugar, Portugal tem uma origem genética, em muitos casos, tem genes mediterrânicos no seu conteúdo humano, como tem outros; mas a cultura portuguesa, hoje, não é uma cultura mediterrânica. E com isto, esgotamos a questão.
Se V. EX.ª se sente mediterrânica, sugiro-lhe que vá visitar imediatamente o coronel Kadafi e sentir-se-á feliz e satisfeita.
Sr.ª Natália Correia (PRD): - V. Ex.ª é que pertencia à Associação de Amizade com o Iraque, não era eu!
O Orador: - Não é no Mediterrâneo! Sr.ª Deputada Natália Correia, respeito o seu mediterranismo, mas penso que Portugal não é um país mediterrânico; porém, deve ter apenas um olhar sobre o Mediterrâneo, independentemente de cultivar...
A Sr.ª Natália Correia (PRD):-Deixe-me poupá-lo, Sr. Deputado!...
O Sr. Presidente: - Sr.ª Deputada, regimentalmente não são permitidos diálogos entre os Srs. Deputados, mas apenas apartes.
A Sr.ª Natália Correia (PRD): - Mas eu vou-me embora, Sr. Presidente!
Risos.
O Sr. Presidente: - Faça favor de continuar, Sr. Deputado Ângelo Correia.
O Orador:-Já não valerá a pena falar, dada a ausência da Sr.ª Deputada Natália Correia, que terá outros problemas mais graves para resolver!...
Risos.
A última questão que gostaria de abordar refere-se às perguntas colocadas pelo Sr. Deputado Manuel dos Santos. Permita-me o Sr. Deputado que, em primeiro lugar, diga o seguinte: nunca o Sr. Ministro da Indústria e Energia, quer sob a forma escrita, quer sob a forma oral, disse que este governo não tinha uma política industrial. Ele nunca o disse!
Na minha própria intervenção, não qualifiquei de excelsa a política industrial, se bem que esteja de acordo com ela. O que eu disse foi que a política agrícola e industrial do Governo não é neutra, ou seja, tem critérios e padrões. O que ficou em causa na intervenção ontem produzida por um colega de V. Ex.ª, que já retomou esta questão por várias vezes nesta Câmara, é que a política do Governo é neutra nessa medida: não a tem, ou seja, é indiferente. Penso, todavia, que não é assim. Passando à segunda questão que V. Ex.ª me coloca, que consiste no problema da diferença da minha intervenção relativamente à do Sr. Ministro das Finanças e de outros membros do Governo, eu diria que isso é óbvio e natural, pois, se ele é Governo, nós somos deputados e somos diferentes. Neste partido, cultivamos uma coisa essencial em democracia: o direito à diferença.
Aplausos do PSD.
Não sei se VV. Ex.ª aceitam ou não isso, mas nós fazêmo-lo, e fazêmo-lo com os apports com que cada um pode contribuir.
Quanto à questão, abordada por V. Ex.ª, da indústria têxtil, perdoar-me-á que demore um pouco mais a responder-Ihe.
Há cerca de oito ou nove meses, a comissão parlamentar a que tenho a honra de pertencer participou longamente, durante dois ou três meses, num amplo debate e discussão com entidades empresariais, sindicais e patronais, sobretudo do Norte do País, onde o Sr. Alexandre Pinheiro também discutiu connosco o problema da indústria têxtil.
Há nesta matéria duas questões a colocar: que a indústria têxtil está numa situação de crise, é óbvio que está; que a situação está diagnosticada, é certo que está. Foi por isso que, na comissão onde me integro e da qual também são membros colegas seus, do CDS, do PRD, do PCP, subscrevemos, por unanimidade e independentemente dos partidos políticos, uma atitude que coonesta a atitude das federações sindicais, do patronato e do Governo, no sentido de, não só no âmbito do GATT e das deliberações do Uruguai Round, como também na eventual aquisição de novos instrumentos financeiros que supletivem o PEDIP, mas que não são suficientes, tentar encontrar um cenário temporal de modernização para o sector têxtil.
É verdade, Sr. Deputado Manuel dos Santos, que se trata de uma indústria com problemas e que há problemas graves, mas o que também é certo é que há um diagnóstico, uma terapêutica e uma tentativa de encontrar uma solução, que também é partilhada por colegas seus, o que constitui uma grande vantagem para nós.
Por isso, não obliterámos nem escamoteámos o problema. Colocámo-lo, sim, em primeira opção.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, tendo em conta as inscrições que registámos, os atrasos em alguns dos tempos, nomeadamente no do CDS, e dois acordos estabelecidos entre mim e os grupos parlamentares, não posso deixar que o desenrolar dos trabalhos fuja para além do que já está determinado, não valendo a pena também determinarmos os tempos por aproximações sucessivas. O grupo parlamentar com mais tempo negativo neste momento é o do CDS, que já trazia 13,4 minutos de avanço.
Estabeleceu-se igualmente, em múltiplas circunstâncias, que o grupo parlamentar com mais tempo negativo fixava, em certa medida, o «tecto» dos tempos a atribuir. Penso que não estamos a extravasar dos grandes princípios que estabelecemos.