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540 I SÉRIE-NÚMERO 16

damente dos políticos, que os senhores conseguirão a desunião da social-democracia em Portugal e, mais que isso, o tão credível como bom juízo que os Portugueses dela fazem.

Vozes do PSD:-Muito bem!

O Orador: - Abandonem o insulto e a ingerência caluniosa da vida privada das pessoas, tenham a coragem e a capacidade para enfrentar os grandes problemas da vida nacional, mas enfrentem-nos com soluções credíveis e realizáveis.

A Sr.ª Edite Estrela (PS):-Está a falar para quem?

O Sr. Manuel dos Santos (PS):-É a linguagem do Adriano Pinto!

O Orador: - De outra forma - e empregando a linguagem desportiva agora tanto em voga-, os senhores nunca passarão de meros suplentes ao banco dos suplentes.

Aplausos do PSD.

Em conclusão, o Partido Social-Democrata saúda o Governo porque conseguiu manter os programas de modernização das infra-estruturas de que Portugal carece, ao mesmo tempo que adopla as medidas correctas para baixar a inflação sem afectar ou, antes, até continuar a melhorar o nível de bem-estar dos Portugueses, com manutenção da estabilidade social.
O País continuará a ser bem governado e a falta de alternativas das oposições reforça mais a nossa ideia, a nossa certeza, de que Cavaco Silva e a sua equipa terão uma grande presidência europeia em 1992.

Aplausos do PSD.

O Orçamento do Estado é um bom orçamento: é séno, rigoroso, realista e realizável.
Por isso o iremos votar favoravelmente.

Vozes do PS:-Pudera!

O Orador:-Mas não quero terminar sem focar mais dois assuntos.

Aguardávamos, com esperança e alguma curiosidade, que o Sr. Secretário-Geral do Partido Socialista nos tivesse honrado com a sua presença na discussão de diplomas tão importantes como as Grandes Opções do Plano e o Orçamento do Estado.

O Sr. Duarte Lima (PSD):-Foi uma pena! O Orador: - Devia e podia tê-lo feito.

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): - A cassete passou do PCP para o PSD!

O Orador: - Devia porque, embora muito longínquo no seu horizonte, como que uma miragem, ele pretende passar aos olhos do povo como futuro primeiro-ministro. Podia porque, tendo sido eleito deputado, linha esse direito, que a lei lhe confere, e pouco prejudicaria a Câmara Municipal de Lisboa a sua ausência por 15 dias. A autarquia não pararia por isso e o Sr. Dr. Jorge Sampaio podia ter aqui demonstrado o que vale nas discussões de diplomas desta natureza e, eventualmente, da sua capacidade de os idealizar e realizar.

Vozes do PSD:-Muito bem!

O Orador:-Não quis! É opção do Sr. Dr. Jorge Sampaio. Nós e o povo português tiraremos as ilações, ficaremos com a ideia de que preferiu discutir o Orçamento do Estado com um jornalista da RTP do que fazê-lo connosco. É uma forma de fugir ao princípio da contradição política.

Vozes do PSD:-Muito bem!

O Orador:-É uma forma de fugir ao princípio da contradição política.

Aplausos do PSD.

Por outro lado, quando ouvimos, da bancada do Partido Socialista, o Sr. Deputado Ferro Rodrigues, ministro «sombra» desta área - se não é ministro, é, pelo menos, um membro do Partido Socialista...

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): - Com muita honra, Sr. Deputado!

O Orador: -... responsável por esta área-, não deixamos de ficar curiosos sobre a sua intervenção.

Vozes do PS:-Que tristeza!

O Orador:-Ao fim e ao cabo...

O Sr. Edite Estrela (PS):-Não se perca!

O Orador: - Ao um e ao cabo, o que é que aconteceu? Lá fora alguns apartes de discutível bom ou mau gosto e agora uma intervenção final sem possibilidade de contestação. O Sr. Deputado Ferro Rodrigues não trouxe qualquer contribuição para a discussão destes diplomas!
Queria ainda falar de outros aspectos, como, por exemplo, o facto de o Sr. Dr. Cravinho ter abandonado esta Assembleia, a fim de ir para o Parlamento Europeu, de o Sr. Doutor Vítor Constando ter-se ido embora... Srs. Socialistas, arranjem alguém que venha animar este debate!

Aplausos do PSD, de pé.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

Aplausos do PSD.

O Sr. Primeiro-Ministro (Cavaco Silva): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Ao encerrar este debate na generalidade sobre o Orçamento do Estado e as Grandes Opções do Plano para 1991, quero, antes de mais, dirigir uma palavra especial de saudação à Assembleia da República e a todos os Srs. Deputados.
Este foi o último debate orçamental da presente legislatura, uma legislatura que vai cumprir os quatro anos do seu mandato. Facto que sena, porventura, banal noutras paragens, ele é, todavia, inédito entre nós. Não poderia deixar de o assinalar, pois marca o acesso de Portugal à plena normalidade democrática.

Aplausos do PSD.