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1026 I SÉRIE -NÚMERO 30

importante, para a necessidade de algumas alterações e de diálogo na esquerda, esse alguém fui eu. No entanto, queria que V. Ex.º também soubesse que, tendo sido feito, como foi, um acordo claro e transparente sobre essa matéria, não me considero refém de coisa nenhuma para debater com consideração e respeito, no quadro da esquerda, alguns problemas que penso serem essenciais e que nada têm a ver com o respeito que dois partidos políticos de esquerda devem ter um pelo outro, e que sempre lenho pautado ao longo de larga vida política, mesmo nos tempos em que isso era difícil.

Aplausos do PS.

E nem sequer, Srs. Deputados - tal não seria, porventura, correcto da minha parte -, gostaria de relevar hoje algo que não esperava encontrar, mas que penso ser, com certeza, transitório: ver o Sr. Deputado Silva Marques a apoiar tão vivamente o Sr. Deputado Carlos Brito.
Admito que, da minha parte, haja um ano de desactualização - não tenho cá estado. De qualquer modo, houve um aggiornamenlo mútuo Ião rápido que não vale sequer a pena comentar essa matéria...

Vozes de PS: - Muito bem!

O Orador: - Portanto, firmeza neste ponto.

E quando coloquei algumas questões ao Partido Comunista, fi-lo como talvez ninguém em Portugal o possa fazer, porque em nenhum momento por lá passei, em nenhum momento fui um anticomunista primário e, pela primeira vez, talvez tenha jogado, como alguns disseram, um destino político ao patrocinar uma coligação de que muito me honro, que está hoje alargada e onde estuo apenas isolados os senhores representantes do PSD.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - E aproveito para dizer ao Sr. Deputado João de Matos, cujos talemos municipais ficaram tão óbvios, que não vou transformar esta Câmara, como VV. Ex.as têm feito, numa assembleia municipal, mas que será com o maior gosto que verei V. Ex.º pedir a sua transferência transitória para a Assembleia Municipal de Lisboa, onde irá certamente reforçar, com enorme vantagem, as bancadas debilitadas do seu partido.

Aplausos do PS.

Relativamente ao Sr. Deputado Duarte Lima, não sei se foi o Sr. Deputado que, num recente debate da Assembleia da República, falou sobre o sotaque de alguns colegas do Norte...

O Sr. Duarte Lima (PSD): - Não, foi um colega seu!

O Orador: - Foi o Sr. Deputado Duarte Lima. Sempre vou lendo o Diário da Assembleia da República.
V. Ex.ª também irá explicar depois às pessoas do Porto, até pelo interesse nacional que a privatização do Jornal de Notícias leve, por que é que não deveria haver tanto interesse se não fosse um jornal nacional. E não percebo que, falando o Jornal de Notícias tantas vezes sobre a Câmara Municipal de Lisboa, não possa ao menos haver a resposta desta entidade sobre o que é que ela está a fazer!

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Mas há algo, Sr. Deputado Duarte Lima, que não lhe posso perdoar...

O Sr. Duarte Lima (PSD): - Não me assuste!...

O Orador: - É a insinuação que o Sr. Deputado fez de que os cumprimentos de boas-festas feitos por mim, como secretário-geral do PS, leriam sido custeados pela Câmara Municipal de Lisboa! É falso, Sr. Deputado, e é dramático que lhe lenha passado pela cabeça que isso lenha acontecido! Na verdade, tenho a noção clara da diferença entre um cargo e outro e, para que V. Ex.ª saiba, quando há uma actividade política partidária, nem sequer utilizo o carro da Câmara Municipal! Portanto, Sr. Deputado Duarte Lima, encerremos este capítulo, pois, nesta matéria, V. Ex.º e o seu partido tem certamente muito que esclarecer a sociedade portuguesa!

Aplausos do PS.

Passo agora a abordar questões de maior substância, nomeadamente a relativa à colagem à vitória presidencial. Ó Sr. Deputado Duarte Lima, é espantoso, vindo de V. Ex.ª, que não vi em lado nenhum nesta campanha, de V. Ex.º que, em 1985, presumo que estivesse onde deveria estar - e era o seu direito -, dizer isto ao Partido Socialista depois de me ter ouvido falar sobre esta matéria e de me ter ouvido discursar por lodo o País sobre a forma como concebemos o exercício do mandato presidencial! V. Ex.º estava, no mínimo, distraído!...

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Quando fala de colagem, Sr. Deputado, olhe para si próprio, olhe para o seu partido, e então talvez tenha de usar essa denominação, não a dirigindo para quem, desde a primeira hora, tem lutado por essa candidatura!

Aplausos do PS.

Relativamente à questão da extinção do MASP, penso que é preciso ter também algum despudor vir aqui falar nisto. Como se não tivesse sucedido assim em 1985, como se não fosse natural que assim acontecesse...
Sr. Deputado, eu apenas sustentei, desde a primeira hora, ser esta a concepção do sufrágio directo e universal para a Presidência da República. Aliás, acho que é de louvar o sentido de Estado do Sr. Presidente da República, que neste mesmo dia disse, como o disse em 1986, que este movimento está extinto. E quem sabe como as coisas são, sabe bem que assim aconteceu.
Pela nossa parte, não é surpresa; já estávamos habituados, e ainda bem porque já lá estávamos da outra vez.
Mas passemos adiante, Srs. Deputados. Este ciclo está encerrado e à nossa frente está a necessidade da continuação - e a certeza de que assim será - do exercício do mandato presidencial com a isenção com que se desenrolou o primeiro, a batalha eleitoral, a batalha política e aquilo que são também os grandes problemas nacionais que exigem, num momento destes, outro tipo de atenção e de consensos.
Não quero concluir daqui que VV. Ex.as estão agora a convergir com o PCP ou vice-versa -ao PCP não faço esse comentário-, mas o que é facto é que VV. Ex.as canalizaram esta primeira parte do debate para uma convergência com o PCP tendente ao isolamento do PS.