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I SÉRIE - NÚMERO 7

to" dos recursos humanos. Ou seja, é o líder do partido mais representativo da oposição, uma pessoa insuspeita, que diz ser necessário reduzi o numero de efectivos daquela empresa.

É exactamente isso que está hoje a ser negociado, havendo várias hipóteses
de soluções.

0 Sr. Joel Hasse Ferreira (PS): - À pancada!

0 Orador: - No entanto, tanto o PSD como o Governo consideram que é pela via do diálogo e não com soluções radicais, mas pela via do diálogo, com base nas propostas da administração e dos contributos, válidos e indispensáveis, dos sindicatos, que será possível encontrar uma solução equilibrada, que, por um lado, viabilize, em termos sustentados, o futuro da TAP e, por outro,
acautele os interesses e os direitos fundamentais dos trabalhadores daquela empresa.
Portanto, pergunto ao Sr. Deputado se concorda ou não...

0 Sr. Presidente: - Peço-lhe que termine, Sr. Deputado.

0 Orador: - com a adopção desta metodologia do diálogo, que está a ser implementada, para superar as dificuldades que a TAP neste momento enfrenta, ou se, pelo contrário, concorda com soluções de conflitualidade, de radicalização, com a instrumentalização, que é notória, de que há alguns indícios que nos deixam perturbados com a apetência de certas forças político-partidárias em aproveitarem esta situação da TAP, para, daí, extraírem eventuais
dividendos político-partidários.
Penso, Sr. Deputado, que a solução da negociação é a mais correcta, a mais credível e é aquela em que apostamos. Pergunto-lhe se o seu partido também está nessa posição ou se, pelo contrário, perfilha caminhos diferentes, ou seja a radicalização , que é o que ressalta, sistematicamente, do vosso discurso.

0 Sr. Lino de Carvalho (PCP): - É significativo um homem que se diz sindicalista não ter uma palavra de apoio, para com os trabalhadores!

0 Sr. Presidente: Para responder, se assim o desejar, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Trindade.

0 Sr. Paulo Trindade (PCP): Sr. Presidente Sr. Deputado Arménio Santos, V. Ex.ª fez diferentes considerações que me deixaram curioso. Acusou-nos de aversão ao diálogo, mas não explicitou se o seu conceito de diálogo é, por exemplo, aquele que o Ministro Ferreira do Amaral, em conjunto com o Ministro Dias Loureiro, implementou na TAP, na passada sexta-feira.
É porque se é esse, então, estamos conversados!... Essa não é, de facto, a via do diálogo que o PCP preconiza e considera como indispensável para ultrapassar o conflito da TAP nem aquela que as organizações representativas dos trabalhadores da TAP exigem. E é incompreensível que o Sr. Ministro Ferreira do Amaral - não sei se terá deixado o encargo para o Ministro Dias Loureiro - recuse e protele, com motivos perfeitamente injustificados, o diálogo com as organizações representativas dos trabalhadores da TAP.
Não sei, Sr. Deputado, se a via do diálogo implícita na sua pergunta era a explicitada pelo brilhante intelectual Vasco da Graça Moura num semanário neste último fim-de-semana. É que se é essa, também não concordamos com ela!...
Pensamos que é tempo de o Governo se sentar à mesa e discutir seriamente com as organizações dos trabalhadores. Aliás, até um governo conservador como o francês, perante a crise da sua transportadora aérea, dialogou com as organizações sindicais. Em Portugal, um governo que até se diz social-democrata utiliza a política do casse-tête. Estranho diálogo esse, Sr. Deputado!

Aplausos do PCP e do Deputado independente Mário Tomé.

0 Sr. Presidente: - Srs. Deputados, sei que várias comissões parlamentares estão reunidas e que muitos Deputados aí se encontram. No entanto, os trabalhos do Plenário não podem prosseguir sem o chamado quórum de funcionamento, pelo que, partindo do princípio de que me estão a ouvir através do circuito interno de televisão, peço aos Srs. Presidentes das várias comissões para suspenderem os seus trabalhos.
Vamos, então, interromper os nossos trabalhos por cinco minutos para conseguirmos esse quórum, altura em que darei a palavra ao orador seguinte.
Srs. Deputados, está interrompida a sessão.

Eram 17 horas.

Srs. Deputados, está reaberta a sessão.

Eram 17 horas e 9 minutos.

Srs. Deputados, já temos quórum de funcionamento. Relembro que a razão para esta tão grande ausência de Deputados no Plenário é a de estarem reunidas diversas comissões parlamentares com a presença de oito ministros.

Para uma intervenção, ao abrigo do artigo 72.º, n.º 3, do Regimento, tem a palavra o Sr. Deputado Mário Tomé.

0 Sr. Mário Tomé (Indep.): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Suavemente, sem grande alarde, como convém a quem não sabe bem o que vai fazer, entrou em vigor o Tratado de Maastricht.

Ainda assim, com um ano de atraso, que a Alemanha andou a mostrar quem manda e a alicerçar poder e influência na Europa Central, nos Balcãs, na Rússia...

Concebida em tempo de vacas gordas, a União Europeia nasce embrulhada na maior crise económica do século, provocada pelos próprios trabalhos de parto.

A cimeira que formalizou a União Europeia não conseguiu traçar a mais débil resposta à crise, à recessão e ao desemprego, que era o mínimo exigido a uma cimeira regada com champanhe. Ou terá sido Cavaco Silva o único entusiasta na esteira do inocente optimismo com que nos meteu no buraco... orçamental?
Impotência, desorientação, incerteza e desunião marcam mal disfarçadamente o nascimento da União Europeia.
De facto, o nascente império europeu perde em casa com o Japão, não acerta nos Balcãs, na Rússia e no Médio Oriente, onde perde com os EUA de Clinton. Pagam os povos o sonho de um império que se perde.
A contestação política e social instala uma crise de confiança em todos os países da Comunidade, assolados por grande instabilidade.
Mais difícil, portanto, se torna definir um cenário para a questão do alargamento e do aprofundamento e qualquer das teses perde credibilidade.
Entretanto, que pensa o Sr. Primeiro-Ministro da Carta Kohl-Miterrand, onde, atrás do eufemismo das adaptações institucionais, se pode ler a criação de um directório dos mais fortes e o afastamento dos Estados mais pequenos das